terça-feira, junho 05, 2012

Reflexão

Há uns anormais que por aí andam e que ainda não perceberam - a brincar ou mais a sério - que podem passar horas nos locais de trabalho, a intrigar, a consultar a internet, a despedir, a ameaçar o parceiro do lado, a radiodifundir mas essencialmente a fingir que trabalham, que são menos úteis e produzem menos do que outras pessoas, trabalhando seja no público ou no privado, que valem mais do que eles, em tudo, desde logo na educação, na ética, na eficiência e na competência, as quais, para além da sua actividade até podem ter blogues, facebook, escrever artigos de opinião, ir à televisão perorar sobre desporto ou exercer ainda funções políticas. Se for para medir a produtividade, estamos nessa. Se for para discutir competência profissional, melhor ainda, vamos a isso, milímetro a milímetro. Se for para justificar o que cada um ganha, então vamos lá, cêntimo por cêntimo. A diferença é que uns recusam-se a hipocrisia de interferirem em questões que dizem respeito a cada cidadão, à sua consciência, aos seus direitos, aos seus deveres. Que moral tem afinal um (uma) para questionar quem ganha 2.800 ou 3.000 euros limpos, mas esconde que recebem 4 ou 5 ou 6 mil euros limpos todos os meses, juntando escritórios, negócios e negociatas privados com salários da actividade política? Será que as pessoas julgam que na oposição também não temos mealheiros sem fundo?! E que moral têm um (uma) indivíduo que recebe carro, combustível, cartão de crédito, estacionamento e salário na ordem dos 2500 euros limpos ou mais, alguns deles juntando ainda parte dos lucros das empresas, para apontar o dedo a quem aufere 2.800 ou mesmo 3000 euros limpos? É esta podriodão e estes tipos rafeiros que me provocam asco. As declarções de IRS esclareceriam tudo. Mas não entremos por questões do foro privado dos cidadãos. Era o que faltava.

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