domingo, julho 15, 2012

Ex-Presidente da SATA propõe tarifa de 125 euros para residente entre Açores e Continente (boa proposta)

Li no Correio dos Açores que “o ex-presidente da transportadora aérea açoriana SATA António Cansado propôs um novo regime de preços para as ligações aéreas entre os Açores e o continente, que prevê uma tarifa especial para residente de 125,5 euros. “Os residentes nos Açores têm que ter maior mobilidade, têm que viajar a preços mais baratos”, afirmou António Cansado, na intervenção que proferiu numa conferência sobre economia e transportes promovida pelo PSD/Açores. Para o ex-presidente da SATA, que apresentou um quadro completo com os novos preços que propõe no âmbito de uma revisão das obrigações de serviço público para as ligações aéreas entre os Açores e o continente, “é com base no custo unitário de hora de voo que é possível pensar em preços e saber até onde se pode ir sem sobrecarregar o erário público”. Nesse sentido, no caso da denominada tarifa especial de residente, seria mantido o subsídio do Estado que atualmente existe, no valor de 86 euros por viagem de ida e volta. O preço é, assim, constituído pela taxa de 26.50 euros e pela tarifa de 99 euros. A tarifa pax/residente, na solução de António Cansado é de 150 euros, mantendo-se o subsídio de 86 euros. A taxa é de 26.50 euros e a tarifa, propriamente dita, de 123.50 euros. O que é proposto por António Cansado é uma redução de 47,83% em relação ao valor actual da tarifa. A tarifa flexível para residente, na proposta de António residente, seria de 210 euros, um preço que corresponde à soma da taxa de 26.50 euros a 183.50 euros. A redução proposta para esta tarifa é de 26,96% em relação ao preço actual. António Cansado defendeu, no entanto, que também é importante reduzir o preço das viagens para os não residentes, de forma a potenciar o turismo na região. Por isso, propôs também a criação de uma “tarifa especial para operadores”, que se destinaria a “alimentar os hotéis dos Açores”. A tarifa pex/não residente, proposta pelo especialista, é de 236 euros e o preço é constituído pela taxa de 26,50 euros e a tarifa de 209.50 euros. É uma proposta de redução da tarifa na ordem dos 27,7%. A tarifa flexível para não residente, segundo a mesma proposta, é de 296 euros e o preço é constituído pela taxa de 26.50 euros e a tarifa propriamente dita de 269.50 euros. É, assim, proposto, uma baixa desta tarifa na ordem dos 31,56%. A tarifa executiva passaria, segundo o modelo proposto por António Cansado, para 376 euros, o que representaria uma redução no preço final na ordem dos 35,45%. Na intervenção que proferiu, António Cansado admitiu que o transporte aéreo para os Açores constitui “um fardo para o erário público”, frisando que é necessário garantir uma “tarifa razoável”, ou seja, “uma tarifa que esteja ao alcance do bolso dos açorianos”. Os dados que divulgou revelam que, no ano passado, o transporte aéreo entre as ilhas dos Açores custou ao erário público 30 milhões de euros, dos quais 23,5 milhões do Governo Regional e 6,4 milhões do Governo da República. “Cada passageiro custou ao erário público mais ou menos 70 euros por percurso”, afirmou, acrescentando que a taxa de ocupação dos aviões foi de 56 por cento. Na sua perspetiva, “é muito pouco”, defendendo a necessidade de encontrar instrumentos e soluções que permitam aumentar a taxa de ocupação, o que possibilitará uma redução das tarifas. No caso das ligações entre os Açores e o continente, custaram no ano passado 10,2 milhões de euros em subsídios estatais, o que implicou um custo ao erário público de 31 euros por passageiro num trajeto de ida e volta”.

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