terça-feira, julho 24, 2012

Madeira, Catalunha, Sicília: regiões na zona euro exigem resgate



Segundo o Dinheiro Vivo, "Com a crise da dívida na zona euro difícil de conter, as maiores fendas têm aparecido em comunidades e regiões autónomas com contas descontroladas. Em Portugal, Espanha e Itália já foram precisos resgates internos para garantir que no fim do mês ainda há dinheiro para pagar salários. A Madeira foi a primeira a ser resgatada, mas há mais. Conheça as regiões resgatadas nos três países:
Portugal
As contas da região autónoma da Madeira exigiram ao Estado português um esforço extraordinário. Ao resgate financeiro sob o qual o país se encontra acrescentou-se um plano de reformas para a região onde a regra foi cortar ao máximo. Assim, e até 2014, a Madeira vai sofrer um plano de ajustamento orçamental, à semelhança do Continente, de forma a reduzir a sua dívida pública. O governo regional terá
sete medidas de austeridade para cumprir. Entre elas encontram-se o aumento das taxas de IRS, IRC e IVA, aumento do preço dos combustíveis, congelamento de carreiras na função pública ou cortes na educação.
Espanha
Já foram três as regiões autónomas a pedir ajuda ao Governo central de Mariano Rajoy, apenas nos últimos dias. O Governo espanhol prefere não lhe chamar resgate e sim operação de refinanciamento.
Valência foi a primeira a solicitar ajuda. A
região autónoma precisa de 3500 milhões de euros para cobrir os seus problemas de défice e de dívida até ao final do ano. Segundo Máximo Buch, Conselheiro para a Economia, 1500 milhões de euros serão apenas para cobrir o défice da comunidade autónoma, enquanto 2 mil milhões servirão para pagar a dívida. Em troca, foram estabelecidas condições "muito duras", no último Conselho de Política Fiscal e Financeira (CPFF). O objectivo aponta para o máximo de 1,5% de défice em 2012 e de 0,7% em 2013.
Múrcia seguiu-se a Valência tornando-se na segunda comunidade espanhola a confirmar o recurso ao mecanismo criado pelo governo para ajudar as regiões autónomas. Mais uma vez não é um resgate mas sim um pedido de fundos de liquidez, como fez questão de notar o presidente da região. O pedido de ajuda de Múrcia já tinha sido adiantado quando se referiu que seriam necessários cerca de 300 milhões de euros para estabilizar a economia. O valor confirmou-se e a
região espanhola vai recorrer ao fundo de liquidez do governo, em setembro, para pedir até 300 milhões de euros, como anunciou esta segunda-feira o presidente Ramón Luis Valcárcel.
Como não há duas sem três, depois de Valência e Múrcia, a Catalunha será a terceira região a pedir ajuda financeira a Madrid. A confirmação foi dada hoje pelo conselheiro de economia da Catalunha, Andreu Mas Collel, em entrevista à BBC.
A Catalunha tem como objetivo cumprir necessidades de financiamento que ascendem a 5,75 mil milhões de euros no segundo semestre do ano.
Itália
A região da Sicília deu o alerta em Itália, num momento em que Mario Monti faz de tudo para controlar a crise no país e evitar contágios desnecessários. A partir de agora, a Sicília vai passar a estar sob um plano de cortes para que o Governo central possa fiscalizar a sua reorganização com prazos e objetivos definidos.
O plano para restaurar a estabilidade financeira da região já está traçado ainda que não se saiba se terá o nome de resgate ou de linha de crédito. Todavia o The New York Times refere que o Governo italiano aprovou uma injeção de 400 milhões de euros para assegurar que a região consegue continuar a pagar salários e pensões”.

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