domingo, julho 15, 2012

Relatório final mantém falhas da GfK

Segundo as jornalistas Margarida Davim e Maria Francisca Seabra do Sol, “o relatório final de análise ao sistema de medição de audiências da GfK confirma todas as falhas detectadas no documento preliminar da auditoria realizada pela PricewaterhouseCoopers a pedido da CAEM (Comissão de Análise de Estudos de Meios). «É um relatório mais detalhado, que confirma o essencial», avançou ao SOL fonte conhecedora do processo, acrescentando que os auditores encontraram «justificações para alguns dos problemas». Segundo a mesma fonte, a PwC justifica as discrepâncias nos resultados das audiências – relativamente aos medidos pela Marktest nos últimos anos – com a forma como foi feita a amostra de telespectadores que serve de base aos estudos. «O painel foi, desde logo, mal feito». Apesar de o relatório inicial ter sido comentado de forma muito cautelosa pela CAEM, este documento final não altera em nada o que estava no texto preliminar. Exemplo disso é que a análise da auditora continua a referir que há lares sem televisão paga que registam audiência em canais de ‘cabo’. O relatório final da auditoria foi entregue aos associados da CAEM esta segunda-feira. No entanto, ao que o SOL apurou, só no início da próxima semana deverá haver uma posição oficial sobre que conclusões devem ser tiradas desta análise. Fonte da CAEM explicou ao SOL que este organismo está ainda à procura de uma «uma interpretação que reflicta a opinião de todos», operadoras de televisão, agências de meios e anunciantes.
RTP alerta para resultados falsos
Para conseguir chegar a um consenso, «as várias secções da associação têm estado reunidas para a analisar o relatório», como contou ao SOL uma fonte da CAEM. Por isso mesmo, os envolvidos passaram toda a semana a preparar a reacção ao documento da PwC sobre o sistema de audiomatching da GfK, empresa dirigida por António Salvador. Só ontem ao final da tarde, a RTP fez uma conferência de imprensa para reforçar a ideia de que o sistema não é fiável. Para o ilustrar, os responsáveis da estação pública frisaram «a não representatividade do painel, os erros na amostra e o enviesamento dos resultados deste sistema de medição de audiências de televisão em Portugal». Cautelosa, a TVI – que optou por usar os dados da Marktest ao fim de um mês de medição feita pela GfK – não avançou ainda que conclusões vai retirar da auditoria. «O relatório está a ser analisado. Logo que haja conclusões tomaremos a nossa posição», diz fonte oficial da TVI. «Está tudo em cima da mesa», limita-se a afirmar outra fonte ligada ao processo. É, no entanto, a RTP quem mais sairá prejudicada caso os números da GfK sejam considerados correctos e válidos. Uma vez que a RTP1 é o canal que mais telespectadores perde na comparação entre os resultados da GfK e os da Marktest, a estação do Estado pode mesmo sair desvalorizada num momento em que se prepara a privatização. O processo está, aliás, a avançar para cumprir o objectivo do Governo de definir os moldes da venda de um dos dois canais públicos, em sinal aberto, até ao final deste ano. Esta semana, foram conhecidos os nomes das sociedades de advogados que poderão ser escolhidas para acompanhar a alienação”.

Sem comentários: