quinta-feira, agosto 30, 2012

Gaspar revela à “troika” que défice derrapa para 5,3 por cento

Li no site da RTP que "o Governo informou os técnicos da troika que estão a realizar a quinta avaliação do programa de assistência financeira a Portugal de que o défice em 2012 vai derrapar para os 5,3 por cento, mais 1,2 mil milhões do que estava previsto, já depois de descontadas as poupanças adicionais que o Executivo conseguiu alcançar, noticia esta quinta-feira o Diário Económico. Os técnicos da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu e do Fundo Monetário Internacional admitem que a meta dos 4,5 por cento dificilmente será atingida e não descartam a hipótese de mais austeridade para compensar o buraco de 1,2 mil milhões de euros. Segundo o Diário Económico, na passada terça-feira, quando chegaram a Lisboa, os técnicos da troika ficaram a “saber que a derrapagem será de 1,2 mil milhões de euros. O que significa que, se não forem exigidos mais cortes em 2012, Portugal fechará o ano com um défice de 5,3 por cento do PIB, mais 0,8 pontos percentuais face ao que estava acordado no memorando de entendimento”, assinado em maio de 2011. O motivo desta derrapagem vem “do lado da receita e está relacionada com o ciclo económico e com a redução acima do previsto do défice externo”, porque do “lado da despesa o Governo até conseguiu poupanças adicionais face ao que estava previsto, mas que não chegam para tapar a totalidade do desvio da receita, que no pior dos cenários poderá andar na ordem dos três milhões”.Antes de chegarem a Portugal, os técnicos do FMI e da União Europeia já sabiam “que não era possível cumprir a meta do défice de 2012 sem recurso a medidas adicionais”. Mas “não sabiam qual era o valor do buraco orçamental em causa”.

“Tapar parte do buraco"

Durante a quarta avaliação da troika ao programa de assistência financeira a Portugal, que decorreu no passado mês de maio, os técnicos da Comissão Europeia, do BCE e do FMI revelaram que “tinham uma mente aberta perante uma flexibilização do défice, desde que se devesse ao ciclo económico”. Na altura, porém, as autoridades internacionais “estimaram um eventual desvio da receita na ordem dos 800 milhões de euros e sabiam que havia poupanças adicionais na despesa que poderiam compensar parte da derrapagem”. Segundo o Diário Económico, “ainda não foi descartada a hipótese de se exigirem mais cortes este ano para tapar, pelo menos, parte do buraco”. Até ao final da semana, os técnicos da troika poderão tomar a decisão de exigir ou não mais medidas e, a confirmar-se a necessidade de um maior esforço adicional, a tentativa será “ir pelo lado da despesa e evitar entrar no campo das receitas extraordinárias, como aconteceu o ano passado, onde o défice foi atingido à custa da sobretaxa extraordinária sobre o subsídio de Natal e da transferência dos fundos de pensões da banca”. Os técnicos da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu e do FMI vão estar em Portugal ao longo das próximas duas semanas, pois além das contas do Estado de 2012 estão também a ser analisados os números do Orçamento do Estado para 2013".

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