segunda-feira, setembro 24, 2012

…e vantagens fiscais para estrangeiros abolidas em Bâle-Campagne e mantidas em Berna!

O Dinheiro Vivo dá conta que “os suíços mostraram-se hoje divididos quanto às vantagens fiscais para os estrangeiros, com o cantão de Bâle-Campagne a votar em referendo pela abolição e o de Berna pela manutenção, ainda que com regras mais apertadas. Segundo a agência France Presse, a aldeia de Gstaad (oeste), onde residem vários "exilados fiscais", como o músico francês Johnny Hallyday, passou o dia "a tremer" com o receio de que o fim dos benefícios fiscais provocasse um êxodo dos estrangeiros ricos que alimentam a economia local.
Em 2009, o cantão de Zurique aprovou a abolição das vantagens e perdeu metade dos milionários estrangeiros que lá residiam. Em 2011, a receita fiscal do cantão foi de menos 12,2 milhões de francos suíços (cerca de 10 milhões de euros). Em Berna, de que Gstaad faz parte, 66,5% dos eleitores votaram contra a iniciativa "Impostos equitativos -- pelas famílias", apoiada por cerca de 33,5%. No entanto, 52,9% apoiaram um endurecimento das condições para a atribuição de vantagens fiscais, contra 47,1% que se opuseram. Berna conta com 230 estrangeiros ricos que beneficiam de vantagens fiscais. O texto adotado em referendo prevê nomeadamente elevar para 400.000 francos suíços (cerca de 330.000 euros)o rendimento mínimo para beneficiar das vantagens. O regime em vigor não fixa qualquer mínimo. Em Bâle-Campagne, o segundo cantão a pronunciar-se sobre o sistema, os eleitores decidiram abolir as vantagens fiscais. Neste cantão, residem apenas 16 estrangeiros que beneficiam de benefícios fiscais e pagam, no total 1,7 milhões de francos suíços (1,4 milhões de euros) de impostos, num cantão onde as receitas fiscais totais se elevam a 986 milhões de francos suíços, segundo a agência suíça ATS. O sistema de vantagens fiscais na Suíça difere de cantão para cantão. Em 2009, foi abolido em Zurique, Schaffhouse, Appenzell Rhodes e, mais recentemente, no de Bâle-Ville. Com a abolição hoje aprovada em Bâle-Campagne, são agora cinco os cantões sem o regime. Em 2010, a Suíça tinha 5.445 "refugiados fiscais" ao abrigo deste regime que pagaram 668 milhões de francos suíços em impostos. A Suíça tem 26 cantões”.