terça-feira, setembro 25, 2012

FT: “É preciso evitar que Portugal se transforme numa nova Grécia”

Li no Publico que “a semelhança da Grécia e da Irlanda, nota-se em Portugal uma tendência para “falhar os objectivos das medidas acordadas com os credores”, escreve o Financial Times na sua edição desta terça-feira. No seu espaço de opinião intitulado "Lex Column", este diário económico britânico afirma que sempre houve “demasiada Europa e FMI a menos” no resgate português, e conclui que cabe agora a este organismo garantir que Portugal se mantém no bom caminho e "evitar que se torne noutra Grécia”. As previsões do FMI para a contracção da economia portuguesa – em 3% em 2012 e 1% em 2013 – dão início ao rol de sintomas que o jornal identifica no estado das finanças nacionais. O Financial Times debruça-se em seguida sobre a bolsa portuguesa, na qual 70% da capitalização nos mercados parte de apenas quatro empresas: EDP, Galp, Portugal Telecom e Jerónimo Martins – a empresa retalhista que “recebe dois terços das receitas na Polónia”. Mas, “estranhamente, tudo parece bem com os indicadores portugueses”, lê-se ainda, em referência à descida dos juros nas obrigações do tesouro português a dez, cinco e dois anos nos últimos meses. As reacções ao anúncio pelo primeiro-ministro da recém-descartada medida do aumento da contribuição dos trabalhadores para a taxa social única (TSU) mostram o “quão polarizado Portugal se tornou enquanto a atenção se tem centrado em Espanha”. Por sua vez, segundo o jornal, a decisão do Executivo português de abandonar esta medida revela “a timidez do Governo face à pressão pública”.