terça-feira, outubro 16, 2012

Ministro-adjunto das Finanças grego acusa credores de se terem enganado sobre recessão...

Li no Jornal I que "o ministro-adjunto das Finanças grego, Christos Staikouras, afirmou que os credores internacionais do país, em particular o Fundo Monetário Internacional (FMI), se enganaram no impacto das medidas de austeridade sobre a recessão.Enquanto os gregos promoveram “enormes sacrifícios” avaliados em cerca de 42 mil milhões de euros desde 2010, em troca de dois empréstimos internacionais sucessivos, “os resultados orçamentais não estiveram à altura, porque o impacto da recessão foi muito mais importante que o previsto”, sublinhou Staikouras durante uma conferência organizada em Atenas pelo diário ‘International Herald Tribune’. Desde 2009, o “coeficiente multiplicador” das medidas de rigor sobre o recuo do crescimento foi “cerca de 1, em vez de 0,5”, como tinha sido previsto pela União Europeia (UE) e FMI para os planos de recuperação impostos à Grécia como contrapartida para a sua salvação financeira, considerou o ministro, sublinhando ainda que a instituição financeira “já reconhece este facto”. Os media gregos também sublinham hoje que o caso da Grécia, que em 2013 entra no sexto ano consecutivo de recessão, pôs em causa os modelos matemáticos até agora utilizados para avaliar as receitas dos países que contraíram empréstimos ao FMI. Para sair do círculo vicioso austeridade-recessão-mais austeridade, o ministro considerou que deve ser fornecida mais atenção à “dosagem de medidas”, quando o Governo de coligação grego tenta concluir uma difícil negociação com a ‘troika’ de credores sobre um novo plano de redução orçamental para 2013-2014. Além da recessão “sem precedentes”, as oscilações orçamentais são igualmente “permanentes”, enquanto “os mesmos erros afetam a estimativa do desemprego”, que em julho ultrapassou a barreira fatídica dos 25 por cento, acrescentou o ministro. Entre as dificuldades atuais do país, Staikouras também evocou as “estimativas contraditórias dos gestores do problema grego”, numa alusão às divergências entre FMI e UE sobre a solvibilidade a prazo do país e os meios de a garantir. O FMI parece defender um novo apoio financeiro, que poderá no entanto excluir a UE. “O atual problema é o da dívida, onde verificamos uma abordagem diferente entre o FMI, a UE e o Banco Central Europeu”, reafirmou em entrevista à televisão privada Méga o porta-voz do Governo, Simos Kedikoglou. No entanto, manifestou a esperança que estas divergências sejam ultrapassadas antes da cimeira europeia de 18 de outubro".