segunda-feira, novembro 26, 2012

Natal acompanha mau ano para a publicidade

Segundo o Económico, "nem o Natal deverá salvar o mercado publicitário, num ano em que se antecipa uma quebra do investimento que pode chegar a 20%. A menos de um mês da consoada, há muitas marcas que ainda não arrancaram com as campanhas, para a época que representa a maior fatia das suas vendas. "O Pai Natal não vai trazer surpresas ao mercado publicitário", garante André Andrade, presidente executivo da Aegis Iberia, antecipando um Natal "em linha com um ano que foi bastante difícil". Tendo em conta que algumas marcas preferiram atrasar o arranque das campanhas para concentrar o investimento, o responsável pelo grupo que detém a agência de meios Carat acredita que o mercado publicitário vai fechar o ano com uma quebra entre os 15% e os 20%. Manuel Falcão, responsável pela Nova Expressão, aponta um intervalo menor. "As nossas previsões indicam que houve uma quebra acumulada do investimento no final de Outubro entre os 18% e os 19%. Se este Natal for semelhante ao do ano passado, este intervalo pode ficar nos 16% a 17%, mas é difícil prever", diz. Tradicionalmente, o período de forte apelo ao consumo natalício situa-se entre a última semana de Novembro e as duas primeiras de Dezembro, enquanto a semana de mais compras acontece imediatamente antes do Natal. Apesar deste calendário, o CEO da Nova Expressão constata que "neste momento há mais campanhas à espera de decisão" do que havia no mesmo período do ano passado. As agências de publicidade fazem um retrato semelhante. Para a Uzina, que venceu recentemente a conta da easyJet, o menor investimento dos clientes foi compensado pela aquisição de novas contas. "Como ganhámos novos clientes e não perdemos nenhum, previmos que a facturação no último trimestre fique acima da registada em 2011. Mas, se a carteira de clientes não tivesse crescido estaríamos 10% a 15% abaixo", revela António Roquette, responsável da agência. Também Anthony Gibson garante que o grupo Publicis, que preside, teria registado uma quebra semelhante não fossem os projectos ganhos na área da internet, planificação estratégica e eventos. Gibson sublinha a redução de investimento das marcas de automóveis, por contraponto com os artigos eléctricos e os alimentos que mantiveram os níveis do ano passado. Já Leandro Alvarez, da TBWA, fala de estabilidade "face à mesma época do ano passado, já marcada pelo programa de austeridade". Na mesma linha, Ana Rita Almeida, directora-geral da BBDO, identifica uma tendência para que as estratégias das marcas sejam cada vez "mais pensadas de forma integrada", o que explica "a existência de poucas flutuações no período natalício"