quinta-feira, dezembro 27, 2012

Lisboa, Porto, Funchal, Beja: o que vai acontecer aos aeroportos

Li no Dinheiro Vivo que "para atrair mais passageiros, o novo concessionário terá taxas aeroportuárias flexíveis, ajustadas consoante as horas. Ao mesmo tempo, os valores praticados em Lisboa serão revistos de dois em dois anos, recorrendo à média ponderada de doze aeroportos europeus. A partir de 2013, o consórcio liderado pelos franceses da Vinci terá 10 aeroportos para gerir, sabendo que só a Portela tem mais passageiros - 15 milhões/ano - do que todos os aeroportos que a Vinci geria até agora.
Lisboa terá novo aeroporto? A prazo
O plano para a Portela está traçado e não passa por complementar o aeroporto com outro mais pequeno. Cai o modelo Portela + 1 e Montijo, Alverca, Sintra, Monte Real e Beja deixam de ser hipóteses. No acordo com a Vinci está previsto apenas que a Portela seja substituída por um novo aeroporto quando esgotar a sua capacidade. Esse dia está contabilizado e cruza vários indicadores: mais de 22 milhões/ano e mais de 185 mil voos comerciais/ ano, entre outros fatores. No dia em que esses indicadores forem ultrapassados, a Vinci terá de apresentar ao Governo o plano para um novo aeroporto em Lisboa.Caberá depois ao Executivo decidir se a proposta se enquadra com os objetivos. Se, pelo contrário, chumbar o plano, o Governo poderá voltar a reabrir todo o contrato de concessão
Madeira mais barata? Sim
Apontado como um dos aeroportos com as taxas mais altas na Europa, o Funchal vai cobrar menos às companhias pelos voos. O objetivo é que as taxas caiam progressivamente para que, no prazo de dez anos, estejam em linha com os preços praticados em Lisboa. Hoje não estão: um bilhete de ida e volta (TAP, Lisboa/Funchal) custava, em Dezembro, 165 euros. Só as taxas representam 101,91 euros. Ao mesmo tempo, sabe o Dinheiro Vivo/DN, o Estado fechou com o Governo regional a compra da participação de 20% que este último detinha na ANAM, que gere os aeroportos na região. Sem valores finais - ontem, o Ministério dos Transportes recusou-se a avançar qualquer número - só se conhece a proposta feita em Outubro no Parlamento regional, quando a Madeira pediu 150 milhões de euros pela totalidade do contrato de concessão.
Beja? Só para carregar carga
O futuro de Beja - que só recebeu 2658 passageiros num ano - deverá passar apenas pelo transporte de carga. Para rentabilizar um aeroporto que custou 35 milhões de euros, o atual Governo constituiu um grupo de trabalho para encontrar soluções. Uma delas passaria pela criação de um cluster aeronáutico naquele local, em articulação com a Embraer em Évora e com Airbus Military em Sevilha. Segundo as previsões da ANA, esta infraestrutura poderá algum potencial a partir de 2017, quandpo poder aproveitar o desenvolvimento do sector agrícola e turismo - através.
Porto: preços congelados
Nos próximos dez anos, as taxas aeroportuárias no Sá Carneiro vão manter-se iguais. Esta é uma das garantias dadas pelo Governo n o âmbito da privatização da ANA e passa por promover a atração de mais voos e passageiros para a região. Ao mesmo tempo, parte das receitas conseguidas no aeroporto de Lisboa serão utilizadas para financiar o desenvolvimento do Sá Carneiro.Atualmente, um dos grandes ativos do Porto é o base da Ryanair, de onde a companhia low-cost opera para mais 37 destinos na Europa. Uma das dúvidas deste processo de privatização prendia-se com a hipotética saída da Ryanair do Porto - retirando valor ao Sá Carneiro e obrigando o Estado a compensar o novo dono - mas a Vinci não colocou qualquer salvaguarda no contrato, sabe o Dinheiro Vivo.
E Figo Maduro? E os Açores?
O terminal militar de Figo Maduro, que dispõe ainda de dois terminais civis, deverá perder importância nos próximos anos. O Governo, sabe o Dinheiro Vivo, defende um phasing-out (saída progressiva), já que este voo só é, normalmente utilizado para visitas oficiais (Angela Merkel aterrou ali em Novembro último). Já quanto aos Açores - S.Miguel, Santa Maria, Terceira, Pico - tudo deverá manter-se-á igual, com uma ressalva: as taxas aeroportuárias deverão ajustar, a prazo, ajustarem em linha com os restantes aeroportos - hoje são 23% mais baixas"