quinta-feira, janeiro 31, 2013

Opinião: "O PS de Costa e a concórdia"

"Ao contrário do que terão desejado muitos dos seus apoiantes (ou talvez melhor dito, dos que estão em pulgas para voltar à ribalta), António Costa não cometeu erros básicos. Não permitiu ser, pura e simplesmente, misturado com Lellos e Silva Pereiras; apareceu na Comissão Política do PS calmamente acompanhado de Francisco Assis, adversário de Seguro no último Congresso, mas que tem mantido a estabilidade do partido à frente de conjeturas menos nobres. Por fim, fez um discurso que pode ter muitas interpretações, mas que resulta nisto: Tó Zé, se não deres conta do recado, avanço, mas para já a minha batalha é Lisboa. Não sei se mudou de ideias à última hora, se foi tudo delineado ao milímetro, mas excecionando o teatro talvez excessivo foi bem jogado. Foi leal, mantendo a porta aberta caso as coisas descambem; não mostrou a ambição desmedida que outros quiseram que ele mostrasse. Ontem, no Twitter, reagindo ao meu texto manual da sacanice política , certas pessoas acusaram-me de recear Costa por ele ser o coveiro da direita e o salvador da esquerda. Respondi-lhes: "Portanto, já assumiram que o Costa é candidato e que ele manobra nos bastidores? Sim senhor! Ele vai gostar de saber". Pelos vistos, esqueceram-se deste pormenor - de que Costa é melhor e mais inteligente do que eles" (texto de Henrique Monteiro no Expresso, com a devida vénia)