quarta-feira, fevereiro 27, 2013

PSD-Madeira perante uma nova realidade pressionante

Se há momentos em que o PSD da Madeira esteve sobre grande pressão, sobretudo política e social, reconhecidamente este é um deles. Não há que escamoteá-lo. Graças à conjugação de vários factores, internos e externos, que determinam o que aparenta ser a degradação ainda controlada de uma situação política que, face à realidade regional, não teria razão de ser.
Se há momentos em que o PSD da Madeira tem que fazer um apelo a toda a sua capacidade interna, de resistência, de coordenação e de funcionamento e organização, à correta gestão do que os manuais consideram ser "situações de crise", este é um deles. E não há, não pode haver, tolerância para "fait divers" que, valendo o que valem, acabam por fragilizar pois dão uma falsa ideia de divisão ou de conflitutalidade (mesmo que localizadas e circunscritas ) que não existe. Não há espaço para prioridades pessoais na política. Há locais próprios para resolvê-las. Julgo que é chegado o momento do PSD da Madeira definir claramente até que ponto tolerará certas situações recentes e que pouco ou nada têm a ver com as prioridades e os desafios políticos, económicos, sociais e financeiros que estão na primeira linha das preocupações. Há uma linha a partir da qual as coisas correm o risco de se descontrolar. Não pode haver permissividade quando essa linha é pisada.
Não vale a pena enganar-nos tentando fazer crer que tudo está bem e que as coisas são hoje rigorosamente iguais ao passado, ou seja, mais do mesmo. Nada disso. Uma sobranceria, ainda por cima em ano eleitoral que transporta consigo muitas interrogações, pode ter custos. O PSD da Madeira tem de pugnar pelo reforço da sua unidade interna - o divisionismo enfraquece qualquer partido, fragiliza-o aos olhos dos eleitores, retira-lhe credibilidade e priva-o da confiança, das pessoas, fazendo-o correr riscos que depois podem ter custos que são imputáveis, em primeira análise, às estruturas do próprio partido.
O envolvimento público institucional do PSD, seja em que frente política for, tem que ter uma lógica de gestão exemplar, não pode obedecer a regras questionáveis de promoção de uns em detrimento de outros, por causa de temores ou receios de protagonismos. As frentes de combate políticas devem ser previamente pensadas e avaliadas e as decisões tomadas em função dessa avaliação, de mais nada. O PSD da Madeira sabe em que frentes está (estará) envolvido, conhece a dimensão dos desafios que se colocam, sabe que o discurso político está radicalizado, que a bipolarização política se acentua e que existem factores externos que não controla, digam o que disserem não controla mesmo, e que há riscos que podem ter custos pesados. Não se trata se antecipar seja o que for, trata-se de reconhecer que chegou o momento de internamente ser dado um murro na mesa para que politicamente a gestão por parte do partido se adapte a uma nova realidade que decorre das eleições regionais de Outubro de 2011. O PSD da Madeira precisa urgentemente de um acto eleitoral para que sejam dissipadas dúvidas. Não pode partir para esse combate qual manta de retalhos, por vezes preocupado mais com o futuro do que com o presente, como se fosse no presente que um partido prepara o futuro e não o contrário.
Penso que tenho razão alicerçada no facto de saber do que falo, de ver e acompanhar tudo o que as pessoas vêem e acompanham no quotidiano da política regional. Não se trata de enviar recados ou de criticar seja quem for. Os tempos não são nem se compadecem com isso. Trata-se tão somente de pensar em voz alta, neste caso partilhando pontos de vista, sobre realidades inquestionáveis que a todos podem não interessam, mas que me interessam a mim. Mesmo correndo o risco de ficar sozinho nesta opinião ou até mesmo de ser contestado por tê-la.