sexta-feira, março 22, 2013

Opinião: "O EMBUSTE DOS FALHADOS (II)"

"Perguntam as pessoas: mas para isso, e dadas as características totalitárias e protofascistas deste governo de coligação e considerando a sua visão conservadora e hiperliberal quanto ao modelo de sociedade, eles não podiam limitar-se a aprovar legislação dispondo para o efeito de maioria absoluta no parlamento? Podiam, mas não o querem fazer. Porquê?
Por três razões concretas: o receio da instabilidade social e suas consequências, a necessidade, segundo este governo, de transformar essas medidas em decisões definitivas, portanto, imutáveis, independentemente de quem vier no futuro a ser governo, e a necessidade de uma revisão constitucional. Por isso, na óptica desta maioria ainda no poder, é imperioso que o PS seja forçado a envolver-se neste processo, o que explica o desespero do governo e da atual maioria quando confrontados com a sistemática recusa (por puro oportunismo político e branqueamento de memória) dos socialistas. Sem o PS, e no presente quadro parlamentar, não há revisão constitucional e sem essa alteração da Constituição, dificilmente serão legais quaisquer reduções de despesa pública, muito menos as impostas unilateralmente, que colidam com princípios constitucionais que datam desde 1976.
Desde logo permitindo-me citar o jornalista do Expresso, Nicolau Santos, especialista na área económica - por vezes temos no jornalismo dos nossos dias uns "especialistas" feitos a martelo, e agora muito mais, particularmente em economia, subitamente caídos do céu que abordam com sobranceria e deslumbrante eloquência e "sabedoria" esta temática complexa, como se, por magia, fossem dotados de uma formação académica, que eu não tenho, o que me remete para superficialidades e generalidades que visam apenas transmitir uma opinião. Com Nicolau Santos não, porque reconhecidamente é jornalista especializado, por formação nestes domínios. E permito-me citar um seu texto de opinião, neste contexto, porque muitas vezes as pessoas passam ao lado destas opiniões, desvalorizando-as ou relegando-as mesmo para planos de prioridade secundários que contrastam com as preocupações mais prementes e atuais da sociedade, com os seus protestos, frustrações e angústias:
"Vítor Gaspar colocou hoje (dia da realização da ridícula conferência de imprensa do Ministro das Finanças) o seu melhor ar de hipnotizador para nos tentar passar três ideias: que o ajustamento está a correr como o previsto; que o défice orçamental foi cumprido; e que em 2014 tudo começa a melhorar. São tudo inverdades. O ajustamento não está a correr como o previsto. O défice orçamental não é cumprido desde 2011. E em 2014 não há sinais de melhoria no horizonte.
O certo é que com o seu experimentalismo económico e o seu fundamentalismo ideológico, o ministro colocou o país de pantanas. A dívida pública vai chegar aos 124% em 2014, um valor obviamente impagável. O desemprego está descontrolado, porque atingir 2016 sempre com taxas de desemprego acima dos 18% é uma barbaridade - e vamos ver se este valor não trepará ainda mais. Estamos no terceiro ano de recessão, com um valor acumulado de 7%. E o défice orçamental foi de 6,6% no ano passado contra o objetivo inicial de 4,5% e final de 5% - apesar do ministro agora ter descoberto que há três valores para o défice: o que conta para a troica (4,9%), o que conta para o Eurostat (6,6%) e o saldo orçamental sem efeitos pontuais (6%). Uma conversa para obviamente enganar e confundir os incautos.
Na verdade, foi Gaspar que optou, depois de falhar o ajustamento orçamental em 2011 e 2012, por carregar a sério num brutal aumento de impostos para 2013, contra o que estava escrito no programa de ajustamento e contra a vontade da troica. O resultado é uma economia devastada pelo napalm dos impostos.
Que Gaspar piedosamente fale agora em algumas medidas de apoio ao crescimento só dá para chorar, porque não há nenhuma vontade de rir. Quem é que investe neste ambiente? Quem é que aposta num país sem energia? E quem acredita que é mesmo isso que o ministro quer?
Gaspar fala fala mas nós não o vemos a fazer nada para apoiar o crescimento. Talvez não seja ele que tenha de fazer isso. Mas então é melhor não mencionar a corda na casa do enforcado. Até porque os seus truques de hipnotismo deixaram obviamente de ter qualquer credibilidade".
É neste contexto, e com um país e um governo de coligação refém de um falhado, que vamos dar início à discussão política dos cortes do chamado ”estado social” numa discussão que está completamente viciada e que se transformou num dos maiores embustes políticos de que há memória nos últimos anos, devido a erros comunicacionais, aliás denunciados e criticados pela própria troica, conforme foi noticiado.
A exigência da troica de que o dinheiro reportado a esta 7ª avaliação só será disponibilizado quando for divulgado o rol dos cortes na despesa pública, e que afetarão inevitavelmente áreas sensíveis, social e constitucionalmente como a saúde, a educação e segurança social, poderão transformando-se num perigoso rastilho passível de originar, mesmo antes de tais medidas serem aprovadas, uma contestação social com consequências imprevisíveis. Estamos a falar de um país desesperado, desmotivo, desesperançado e que cada vez mais se mostra disponível para um ajuste de contas cuja dimensão violenta será proporcional ao impacto dos cortes que serão efetuados.
Neste quadro, considero ofensivo o descaramento do FMI, expresso no comunicado divulgado à margem da patética conferência de imprensa de Gaspar, quando faz alusão a um “amplo consenso político e social continua a ser um importante fator do êxito do programa” que contrasta com a realidade. Estes asquerosos técnicos do FMI – incluindo o africano chefe da missão, oriundo de um dos países mais pobres do mundo, com maiores níveis de corrupção e mergulhado em guerras civis constantes, algo que o devia preocupar, mais do que andar a perorar pela Europa sobre as contas públicas de terceiros - não conhecem a realidade do país, vivem em função de modelos de austeridade falhados, chegam a Portugal hospedando-se em hotéis luxuosos, andam em carros de marca de topo de gama, insistem na teoria de soluções falhadas, avaliam sempre positivamente tudo o que é feito no país, pelo menos até o momento em que deixarmos de pagar aos credores o que lhes devemos. Se um dia o fizermos, então não há santos que nos valham.
Finalmente, não percebo o que espera este falhado ministro Gaspar, cuja incompetência está à vista de todos, até porque não conseguiu acertar uma previsão que fosse desde que foi empossado, que impõe austeridade quando a austeridade anterior falha e toma os portugueses todos por tontos com aqueles discursos idiotas lidos num timbre de voz absolutamente patético - que se comporta como se não fosse mais do que um servo servil e submisso dos capitalistas europeus, dos mafiosos da finança europeia, dos agiotas dos credores, dos especuladores e da banca - para se demitir. O que espera Gaspar para se ir embora e defender assim, se é que ainda vai a tempo, uma réstia da sua dignidade? Ou será que Gaspar foi imposto a Coelho pelos agiotas europeus e ainda não recebeu “autorização” para se afastar ou ser demitido? Será que Gaspar é um funcionário da troica e não ministro? Competente de certeza não é porque ninguém o conhecia de lado nenhum, ninguém ouviu falar dele, ninguém lhe conhece obra feita, ninguém o convidou para nada antes deste cargo que por mero acidente de percurso lhe foi entregue? Demita-se!" (LFM(JM)

quinta-feira, março 21, 2013

Opinião: "O EMBUSTE DOS FALHADOS (I)"

"Em termos gerais, a execução do programa continua no bom caminho, no contexto de condições económicas difíceis. O objetivo estabelecido para o final de 2012 em matéria de défice orçamental foi cumprido, a estabilidade do setor financeiro foi preservada e a execução de um vasto leque de reformas estruturais está a avançar. O ajustamento externo excedeu as expectativas. O Governo voltou a emitir obrigações de dívida pública, enquanto melhoraram as condições de financiamento do mercado interno. Ao mesmo tempo, o enfraquecimento da procura das exportações, em especial por parte da zona euro, a falta de confiança e a dívida acumulada do setor privado estão a provocar ventos contrários à atividade económica que se têm revelado mais fortes do que fora previsto. Tal como nas avaliações precedentes, as opções políticas e a execução do programa foram reavaliadas em função das novas circunstâncias.
Embora a recessão seja mais profunda do que o esperado, ainda se prevê uma recuperação para o final do ano. O crescimento real do PIB diminuiu acentuadamente no último trimestre de 2012, tendo o PIB real decaído 3,2 % em 2012. As projeções apontam agora para que a atividade económica decresça 2,3 % em 2013, com a economia a regressar a um crescimento para o final do ano, vindo a crescer 0,6 % em 2014. Refletindo a redução da atividade, o desemprego poderá atingir um máximo superior a 18 %”.
Acabei de citar o comunicado do FMI sobre a 7ª avaliação da troica – mas teremos que esperar o relatório mais desenvolvido a ser divulgado posteriormente, dado que não podemos confiar neste ministro das finanças que, à imagem do governo de que faz parte, esconde dos portugueses factos concretos e importantes das negociações, não conta a verdade, não diz o que realmente esteva a ser negociado, que dificuldades foram encontradas, que críticas foram feitas, que exigências foram apresentadas pela troica e que compromissos foram assumidos – que confirma claramente que estamos à beira do abismo.
Melhor dizendo, esta 7ª avaliação confirmou a vulnerabilidade do país, apesar de todo o esforço realizado, mas confirmou que depois de dois anos de uma austeridade criminosa, aumentamos o desemprego para valores escandalosos, geramos uma pobreza desavergonhada e que rebentou todas as estatísticas até hoje existentes, voltamos a fomentar a emigração para valores há muitos anos não vistos e pagamos mais de 9 mil milhões de juros aos credores (este ano serão 8 mil milhões de euros!), sancionamos uma agiotagem descarada por parte dos nossos “amigalhaços” europeus e da banca, nacional e europeia, mas continuamos todos à beira do caos.
As pessoas precisam entender que a austeridade tem servido para pagar os juros aos nossos credores, e que por isso, como esses todos os pagamentos estão garantidos, todas as avaliações têm sido positivas. Com um pormenor que tem sido desvalorizado: a primeira conferência de imprensa depois da avaliação, foi da responsabilidade da trioica mas correu tão mal, tão mal, que o governo passou a assumir esse encargo naquelas mediatizadas e patéticas conferências de imprensa no Ministério das Finanças que mais parecem uma mistura entre um velório festivaleiro e um circo com protagonistas falhados e sem piada.
Neste momento estamos a contrair mais dívida para pagar dívida – a nossa dívida já excedeu os 120% do nosso PIB! – e ninguém sabe ao certo quando é que esta tendência se inverte. No final de cada avaliação são desbloqueadas entregas de montantes do empréstimo de 78 mil milhões, fatias financeiras essas que na sua totalidade ou na sua quase totalidade, se destinam ao pagamento de juros aos credores.
O país precisa de reformas, não ponho isso em causa. Todos cometemos erros, porventura desvalorizando o que o bom senso recomendaria fossem as precauções mais essenciais num país habituado a viver em ficção; ao longo destes anos os governos pisaram o risco, chegaram mesmo a ultrapassá-lo, contando com a impunidade que normalmente contam? Obviamente que seria hipocrisia da minha parte negá-lo.
A despesa pública está a níveis insuportáveis, melhor dizendo, caso persistam esses níveis de encargos públicos, continuaremos a ter uma carga fiscal escandalosa, criminosa e ladra - claramente é esse o termo - que rouba as pessoas, nos salários, pensões e reformas, através da institucionalização por decreto dessa roubalheira, que afasta as empresas, desincentiva o investimento, aumenta o desemprego e as falências, empobrece as famílias e multiplica o chamado crédito malparado.
Ou seja - e é bom que as pessoas comecem a entender isto e não caiam na ilusão de que podemos fazer tudo o que é preciso fazer, mantendo tudo na mesma - para além da imposição desses cortes da despesa pública, que obviamente vão onerar mais as empresas e as famílias, ainda se poderia pensar que a transferência desses encargos do Estado para a sociedade poderia ser compensada com uma simultânea descida dos impostos. Ou seja, o Estado passaria a ter menos encargos com a saúde e a educação, por exemplo, mas as famílias teriam mais possibilidades de o fazer, por via de uma política salarial adequada e adaptada à realidade (e ainda somos um dos países europeus onde a taxa de inflação, dados de 2012, se encontra a níveis pouco elevados!) e menos carga fiscal.
Obviamente que subjacente a esta teoria, aparentemente correta no domínio da teoria e dos modelos traçados nos computadores, existe uma conceção ideológica, diria mesmo uma perspetiva económica de sociedade. O Estado sabe que mesmo com essa política salarial adequada e com menos carga fiscal - que significa por isso menos receitas para o Estrado - desta forma trava o consumo, porque as pessoas com o aumento de encargos passam a ter menos rendimento disponível para outras despesas e hábitos que não sendo prioritários são mais passíveis de serem alterados ou mesmo mudados radicalmente.
Gera-se então um círculo vicioso porque com a redução de consumo, devido `à transferência do estado para as famílias e as empresas de encargos que até hoje são constitucionalmente atribuídos ao Estado e sua obrigação, acaba por ter impacto negativo noutras atividades económicas de mais pequena dimensão, levando ao encerramento de pequenas e médias empresas privadas de consumo e, portanto, de receitas suficientes para subsistirem. Como gosto de falar claro e com uma linguagem simples e percetível, julgo que as pessoas entendem que uma empresa quer no final do dia não encaixa o suficiente para pagar águia e luz, de que lhe serve continuar de portas-abertas a acumular prejuízos e aumentando endividamento, limitando-se apenas a adiar a agonia?
O problema é que com essa redução de consumo, a própria produção, se não encontrar mercados alternativos para exportação e consumo, é obrigada a reduzir a sua atividade, com todas as consequências daí resultantes, particularmente em termos do emprego. Com menos produção, menos recursos humanos são necessários, mais despedimentos haverá, mais encargos sociais do Estado que terão que ser por este assumidos. E daqui não saímos" (LFM/JM)

quarta-feira, março 20, 2013

Opinião: "EUROPA AO FUNDO"

"Surpreendentemente – dado que foio sob a sua liderança que a Europa mergulhou numa das suas piores crises de sempre, com tensões sociais ainda latentes, com um desemprego a níveis nunca antes vistos, com vários países da Europa confrontados com recessão generalizada, ausência crónica de crescimento económico e crise do défice das contas públicas, o presidente da Comissão Europeia resolveu enviar uma carta aos líderes europeus em vésperas de mais um Conselho Europeu, manifestando a preocupação da Comissão com os denominados “custos sociais da crise”, que os europeus precisam urgentemente de combater.
Durão Barroso chama a atenção dos líderes europeus para as questões da competitividade e do combate ao desemprego jovem: "Ainda não saímos da crise, como mostram os níveis inadmissivelmente elevados do desemprego”. Segundo o presidente da Comissão, os ajustamentos para corrigir a dívida e o défice "continuam a pesar extraordinariamente no crescimento a curto prazo" pelo que "as consequências sociais da crise dão um motivo de preocupação particular para a Comissão".
"Todos estamos preocupados com os níveis elevados de desemprego jovem, e ao longo de vários Conselhos Europeus já tomámos importantes decisões para combater este flagelo", conclui. O problema de Barroso é que os efeitos da crise europeia não se limitam ao desemprego jovem, apesar da gravidade dos indicadores estatísticos neste domínio.
De facto, são várias as personagens europeias que começam a evidenciar sinais de preocupação com a situação na União. O alemão Martin Schulz, Presidente do Parlamento Europeu entende que “a Europa está em risco de perder uma geração se nada for feito para proteger os jovens” o que explica que tenha insistido na ideia polémica mas realista, que “se houve 700 mil milhões de euros para salvar os bancos, devemos ter pelo menos tanto dinheiro para estabilizar a geração jovem dos países em dificuldade”. “Salvámos os bancos, mas estamos a correr o risco de perder uma geração. Uma das maiores ameaças é que as pessoas perdem inteiramente a confiança na capacidade da União Europeia para resolver seus problemas. E, se a geração mais jovem está a perder a esperança, então aos meus olhos a União Europeia está em perigo real" afirmou Schulz em entrevista à agência Reuters.
Não duvido que estas declarações de Schulz escondem um profundo desânimo ante a ameaça de falhanço do projeto europeu, sem que esta União Europeia, em grande medida devido a uma Comissão Europeia fragilizada, impotente e refém de intoleráveis jogos de interesses e de criminosos egoísmos nacionalistas no seio do espaço comunitário, possa fazer seja o que for para inverter uma tendência perigosa de autodestruição.
Recordo que o Presidente do Parlamento Europeu foi recentemente interpelado por uma espanhola durante um debate sobre o futuro dos jovens europeus e a ideia de que estão a ser abandonados pelos governos para que os bancos pudessem ser salvos."Ela efetivamente levantou a questão: Vocês deram 700 mil milhões de euros para o sistema bancário, quanto dinheiro têm para mim? E qual é a minha resposta? Se temos 700 mil milhões de euros para estabilizar o sistema bancário, devemos ter pelo menos tanto dinheiro para estabilizar a geração jovem desses países", disse este socialista alemão que denunciou ainda o facto de os europeus serem “os campeões mundiais em cortes, mas temos menos ideias quando se trata de estimular o crescimento".
Praticamente na mesma altura foi a vez do primeiro-ministro do Luxemburgo e ex-chefe do Eurogrupo, Jean-Claude Junker, admitir que a crise europeia pode gerar numa futura guerra! Nem mais. Junker, que sempre manifestou dúvidas sobre o radicalismo de processos de ajustamento que estagnam a economia e geram desemprego e mais pobreza, foi claro: “Quem acredita que a eterna questão da guerra e da paz na Europa não pode voltar a ocorrer está completamente errado. Os demónios não desapareceram, estão apenas a dormir, como foi demonstrado pela guerra na Bósnia e no Kosovo”, disse a uma revista alemã.
Este antigo alto responsável europeu manifestou-se preocupado com a crise valores europeia mas sobretudo com o impacto de uma crise económica e social nas sociedades europeias: “A maneira como alguns protagonistas da política alemã se têm referido à Grécia, um país severamente atingido pela crise, deixou feridas profundas na sociedade helénica. Da mesma forma, assustou-me ver manifestantes em Atenas dar as boas-vindas à chanceler alemã, envergando uniformes nazis. De repente ressurgem ressentimentos que se pensava terem ficado completamente para trás. Também a campanha eleitoral italiana foi excessivamente anti-alemã e anti-europeia”.
Estas terão sido – e foram certamente - declarações das mais importantes proferidas na Europa nos últimos tempos e por isso merecedoras de uma profunda e urgente reflexão que ainda não foi feita, pese a preocupação manifestada na última reunião do Conselho Europeu com o impacto do desemprego sobretudo entre os jovens: “É a única oportunidade de não ficarmos de fora do mundo. Os chefes de governo da França, Alemanha e Grã-Bretanha estão conscientes de que a sua voz apenas é ouvida internacionalmente porque é transmitida através do megafone da União Europeia”. Obviamente que o antigo Presidente do Eurogrupo reafirmou que “não há outro caminho a não ser uma sólida política orçamental, por mais impopular que possa ser. Não se pode fazer uma má política só pelo medo de não ser reeleito novamente. Quem governa deve assumir a responsabilidade pelo seu país e pela Europa”.
Este é o reverso deste descalabro europeu, em parte expresso no paradoxo de posições tomadas por alguns políticos europeus que por um lado alertam para ameaças e perigos, mas por outro proferem declarações adicionais contraditórias, que questionam as que foram antes foram feitas num determinado contexto, contradizendo-se e esbatendo-as na teimosa insistência na apologia de opções que estão erradas e que geram desastres sociais que aos poucos de estão a disseminar, alastrando-se a toda a Europa, caso não sejam travadas por via da ponderação de alternativas que conciliem o rigor orçamental com o crescimento económico e a criação de emprego.
Aliás, não é por acaso que o próprio Presidente da União Europeia, Rampoy, afirmou na semana passada em Bruxelas que "a situação em toda a Europa é de grande preocupação. Após três anos de trabalho árduo para ultrapassar a crise, regressámos a uma estabilidade relativa, a uma estabilidade financeira - que é pré-condição para tudo o resto. Mas estes resultados ainda não se estão a traduzir num crescimento mais forte e em mais empregos. É isto que mais magoa as pessoas agora". Um claro reconhecimento de que a Europa está a perder a batalha pelo emprego.
Pergunta-se: é com esta Comissão Europeia enfraquecida e com este Presidente da Comissão (Barroso) contraditório, receoso, ultrapassado e impotente para inverter esta tendência, que a Europa vai dar a volta e reconquistar a confiança e o apoio dos cidadãos europeus? Desconfio. O que temo é que a Europa se esteja a desintegrar-se aos poucos, caminhando para a sua própria destruição. O que seria trágico. Mas, no atual contexto social gravíssimo, uma ameaça plausível" (LFM/JM)

segunda-feira, março 18, 2013

Opinião: "Papa"

"Não sou especialista em questões religiosas mas tal como milhares de pessoas, tenho acompanhado os últimos tempos da Igreja Católica e as inegáveis pressões que têm sido feitas sobre o Vaticano e o seu titular. Sou o que vulgarmente se designa de um católico mas não praticante na dimensão que porventura me seria exigida e estaria obrigado por formação e por crença.
Faço parte de uma geração de pessoas, de cidadãos, de católicos, que nutriram por João Paulo II uma profunda admiração e respeito e que reconheceram ter sido um Papa fundamental para uma maior abertura da Igreja ao mundo, para a mobilização das estruturas católicas e para o crescimento do catolicismo no mundo. A sua maior virtude terá sido a capacidade de diálogo e de mobilização dos jovens. Ainda hoje recordo aquele impressionante discurso de João Paulo II – mensagem que várias vezes repetiu aos jovens – no início do seu pontificado, em Outubro de 1978 e repetido em inúmeras outras ocasiões, que ficou conhecido pelo “não tenhais medo”: “Irmãos e Irmãs: não tenhais medo de acolher Cristo e de aceitar o Seu poder! E ajudai o Papa e todos aqueles que querem servir a Cristo e, com o poder de Cristo, servir o homem e a humanidade inteira! Não, não tenhais medo! Antes, procurai abrir, melhor, escancarar as portas a Cristo! Ao Seu poder salvador abri os confins dos Estados, os sistemas económicos assim como os políticos, os vastos campos de cultura, de civilização e de progresso! Não tenhais medo! Cristo sabe bem "o que é que está dentro do homem". Somente Ele o sabe!”.
As suas inúmeras viagens pelo mundo - incluindo a Madeira - deram a Karol Wojtyła um protagonismo enorme, transformando-o numa das personalidades mais marcante se influentes do século XX. Contudo - dizem os especialistas nas questões mais complexas do funcionamento de uma enorme e complexa estrutura como é a Igreja no Vaticano – essa procura do contato com o povo distanciou João Paulo II dos aspetos menos espirituais e mais concretos e terrenos, ligados à gestão corrente da Igreja e ao funcionamento de todas as suas estruturas. Reconhecidamente é na Curia, e na necessidade urgente de uma mudança significativa, que poderão centrar-se algumas das preocupações essenciais do novo Papa.
A Curia Romana é o órgão administrativo da Santa Sé, constituído pelas autoridades que coordenam e organizam o funcionamento da Igreja. Há quem considere a Curia uma espécie de governo da Igreja. Por via de um decreto de Outubro de 1965, do Papa Paulo VI, foi definido o modelo de funcionamento da Curia, estrutura e competências. A Cúria é dirigida pelo Secretário de Estado e atualmente dedica-se essencialmente ao apoio à ação papal, à diplomacia e à gestão política, dividindo-se em diversas estruturas, duas das quais - Secção de Assuntos Gerais e Secção de Relações com os Estados - são as mais importantes.
Bento XVI, olhado inicialmente com algum distanciamento pelas pessoas e pelos católicos em particular, provavelmente por ser alemão - apesar de ser um dos mais brilhantes teóricos e pensadores da Igreja, sobretudo durante o pontificado de João Paulo II, de quem foi amigo e um dos colaboradores mais diretos - acabou por revelar-se importante para a Igreja, apesar das dificuldades encontradas ao longo deste seu percurso, marcado por enormes vicissitudes e que provavelmente terão influenciado a sua surpreendente resignação, alegadamente por motivos de saúde e a avançada idade. Bento XVI, repito, tido como um dos pensadores mais brilhantes do Vaticano e da Igreja Católica nas últimas duas décadas, assumiu-se sempre como um filósofo da Igreja, um pensador que privilegiou a reflexão sobre o papel da Igreja nos novos tempos e ante todos estes novos desafios. Foi evidente a sua preocupação pelos problemas sociais e pela economia, denunciando abusos do capitalismo, das estruturas do capitalismo e a exploração das pessoas. Deu muito interesse às relações e à proximidade com as demais religiões e com outras Igrejas. A este nível deixa um legado com muitas potencialidades ao seu sucessor.
Obviamente que os motivos da resignação de Bento XVI não está isenta - nem ficará isenta - de muita especulação, nomeadamente quando é referida uma pretensa impotência papal perante uma sucessão de casos e escândalos que lhe foram dados a conhecer, uns relacionados com a Curia romana e com o funcionamento do Vaticano e da Santa Sé, outros com os comportamentos de destacados membros da própria Igreja. A verdade é que Bento XVI enfrentou muitos outros problemas que o incomodaram e enfraqueceram como foi o caso mais recente do “Vatileaks” e todos os casos de pedofilia que causaram problemas complicados à Igreja e ao Vaticano.
O caso da fuga de documentos (o chamado "Vatileaks") protagonizado pelo mordomo de Bento XVI, Paolo Gabriele – que fez chegar ao jornalista Paolo Gabriele documentação confidencial do Vaticano, alguma dela contendo várias denúncias, desde tráfico de influências à gestão financeira da Igreja e da Santa Sé, originando a publicação de um polémico livro - foi paradigmático e mediaticamente aquele que mais amplitude conheceu. A divulgação destes documentos causou um tremendo incómodo a Bento XVI, obrigando-o a pedir um relatório sobre todas as denúncias vindas a lume. A Igreja, sendo uma estrutura construída por homens e mulheres e destinada a pessoas, tem obviamente os mesmos erros e virtudes de qualquer sociedade e qualquer cidadão. Não se pode sustentar que a Igreja perdeu influência ou as pessoas dela se afastaram por causa destes casos. No futebol – a título de exemplo – os simpatizantes de um clube de futebol perdedor não deixam de o ser mesmo que o clube fique décadas sem ganhar títulos. É tudo uma questão de fé, de crença, de opção pessoal. Relativamente à Igreja Católica, com todos os seus defeitos e virtudes passa-se rigorosamente o mesmo. No fundo o desafio é saber se alguém pode honestamente atirar a primeira pedra…
É inquestionável que o novo Papa terá um tremendo e enorme papel a realizar a este nível, precisando de muito apoio dos fiéis e de muita coragem para enfrentar estruturas e interesses instalados que porventura precisarão de mudanças urgentes. Estamos a falar de um Papa que nunca desempenhou cargos no Vaticano, que por isso está distante da "nomenklatura" da Curia e com toda a liberdade para sobre ela se pronunciar e agir. É o primeiro latino-americano eleito Papa. Tal como ele próprio afirmou na sua primeira intervenção depois de eleito, “foram buscar uma solução aos confins do mundo”. Com 76 anos Jorge Bergoglio certamente que sabe que não pode hesitar em fazer o que tem que ser feito. O primeiro sinal de mudança porventura terá sido dado com a eleição deste jesuíta latino-americano descendente de italianos emigrantes. É preciso não esquecer que em cada 10 católicos existentes no mundo, 4 estão localizados no continente sul-americano.
A minha primeira impressão, tendo como referência a forma como geriu a sua aparição à varanda do Vaticano depois de eleito, é altamente positiva. Abre uma nova esperança. Temos um Papa que tem direito ao seu pensamento, às suas ideias, que parece ser adepto da simplicidade, que fala para as pessoas, que sente os problemas mais profundos da Igreja do nosso tempo, que se coloca ao lado dos mais fracos e carenciados. Um Papa que, segundo o diário secreto de um Cardeal falecido, já em 2005 terá estado em vias de ser eleito mas que pediu aos seus pares que não votassem nele por não se sentir preparado para o desafio que acabou por ser aceite por Bento XVI. “Habemus Papam”!" (LFM/JM)

domingo, março 17, 2013

Papa Francisco deseja "Igreja pobre para os pobres"

O Papa Francisco desejou hoje "uma igreja pobre para os pobres" e explicou, num encontro com jornalistas, que escolheu o nome de São Francisco de Assis porque este era "um homem da pobreza e um homem da paz".

General desertor sírio explica em entrevista que saiu do país com ajuda os rebeldes

Um dos mais importantes generais do exército sírio desertou. Os rebeldes ajudaram-no a fugir para a Jordânia. Foi já neste país que deu uma entrevista à televisão Al-Arabiya, na qual garantiu que muitos dos que continuam ao lado de Bashar Al-Assad já não apoiam o Presidente.

Marques Mendes diz que 7ª avaliação é o reconhecimento do falhanço da troika

Marques Mendes deu ontem a conhecer no Jornal da Noite que o Eurogrupo aceitou estender as maturidades do empréstimo a Portugal. Esta foi uma das notícias avançadas pelo novo comentador da SIC. Marques Mendes diz ainda que a culpa pela situação em que o país se encontra é do governo atual, mas também do anterior, e considera que a sétima avaliação não é mais do que o reconhecimento do falhanço da troika quando desenhou o programa de ajuda a Portugal.

O primeiro Angelus do Papa Francisco

O Papa Francisco rezou hoje o primeiro Angelus abençoando os fiéis a partir da varanda do apartamento pontifício sobranceira à praça de S. Pedro, no Vaticano, antes da sua entronização, prevista para terça-feira. No primeiro Angelus do pontificado, e num discurso todo em italiano, perante milhares de pessoas, o Papa Francisco sublinhou a importância da misericórdia

Miguel Cadilhe espera que o país não esqueça a responsabilidade do PS

Miguel Cadilhe foi muito critico em relação ao PS. No programa Conversas Cruzadas, da Rádio Renascença, o ex-ministro disse esperar que o país não esqueça a responsabilidade dos socialistas nesta crise.

Lado mais informal do novo Papa testemunhado por rececionista

Como era previsível, o Papa reconduziu provisoriamente todos os membros da cúria romana. O Papa Francisco diz que precisa de tempo para preparar mudanças na estrutura de governo da Santa Sé. O novo Pontífice é já conhecido por quebrar o protocolo. Os enviados especiais da SIC a Roma contam a história dum rececionista que ficou embaraçado com o lado mais informal do novo Papa.

Daniel Bessa: “Estamos todos a evitar anunciar a bancarrota”...

Li no Publico que "o ex-ministro da Economia Daniel Bessa defendeu neste domingo uma solução governativa que inclua o Partido Socialista, afirmando que esse pode ser um "contributo" para evitar a bancarrota de Portugal."O que estou a propor [envolvimento do PS no Governo] parece-me ser um contributo para evitar esse momento de anúncio de bancarrota. Porque há uma coisa que os portugueses têm de saber. É que, se esse momento chegar, será muito pior do que aquilo que vivemos hoje. Quem vende o incumprimento da dívida como uma salvação está também a vender uma ilusão. Ninguém julgue que Portugal sai incólume e sem uma penalização muito maior do que temos hoje se tiver de chegar ao incumprimento assumido", disse Daniel Bessa no programa Conversas Cruzadas, da Rádio Renascença."Estamos todos no país a tentar evitar o momento final do anúncio ao mundo da bancarrota e do incumprimento. Não estou a dizer que estamos em cima desse momento, mas, infelizmente, estamos hoje mais perto do que estávamos há dois meses, estamos mais perto do que estávamos há dois anos. E, portanto, é isso que estamos a tentar evitar", acrescentou o ex-ministro da Economia num Governo socialista. Daniel Bessa vê o Verão como o limite para o prazo de validade do actual Governo. "A meio do ano já será muito difícil lidar com uma execução orçamental muito negativa. O que assistimos é que, mais cedo do que eu próprio admitia, há aqui a confissão de uma dificuldade", disse o presidente do Cotec, uma associação empresarial para a inovação. "Portanto, não acho que este Governo vá cair na rua. Vai cair pelo reconhecimento interno, a que não poderá deixar de chegar, da necessidade de ajuda e de que essa ajuda exige outra solução governativa." Daniel Bessa defende que a formação de um novo Governo "não é nenhum passe de mágica, não vai resolver nenhum problema só por si": "Mas acho que melhora um pouco as condições do exercício da actividade governativa." Opinião diferente tem Miguel Cadilhe, ex-ministro das Finanças social-democrata. "Um Governo de coligação poderia ter sido tentado antes, agora não me parece viável", disse no mesmo programa da Renascença, admitindo que Portugal está na "corda-bamba"."Compreendo a ideia do Daniel Bessa, mas não estou a ver que o Partido Socialista queira, tenha vontade e, do ponto de vista estritamente partidário, tenha vantagem em entrar num Governo de coligação. Numa perspectiva partidária. A perspectiva nacional é outra", argumentou Cadilhe".
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Opinião: "O que querem os 'socráticos' no PS?"

"Se alguém precisar de uma prova provada em como muita gente não percebeu a natureza da crise, basta olhar para aqueles a quem, por conveniência, se chama 'ala socrática' no PS. Um dos seus elementos, André Figueiredo, secretário-geral adjunto de Sócrates, escreveu no Facebook que o país espera que o PS apresente uma moção de censura. E explica que devia ter feito esse anúncio em horário nobre e através de comunicação do secretário-geral. Logo dois deputados vieram a terreiro apoiar as suas palavras - o incontornável José Lello e a célebre deputada Isabel Moreira.
Muito bem. E se Seguro seguir o conselho, qual será o resultado prático? A maioria chumba a moção de censura, claro, e ficamos na mesma. Com esta agravante: durante o debate da moção de censura, o PS é acusado, obviamente, de estar na origem da crise (o que em parte também é verdade), pelo que a atual direção socialista se vê na contingência de tomar uma de duas opções, ambas más: ou defender a política da anterior direção do PS; ou fingir que nada teve a ver com ela.
Ou seja, do ponto de vista do país promover ou não a moção de censura não produz qualquer efeito.
Mas o que se pretende nada tem a ver com o país, mas apenas com o poder no PS. Ora, se numa crise como a que vivemos, a sensibilidade de certos políticos não vai mais longe do que o próprio umbigo, que poderemos esperar?
Acontece que estes senhores, que já estiveram no Governo ou ligados a ele, têm mais do que a obrigação de compreender que a política é a arte possível da construção de políticas úteis à comunidade. Mas continuam, como sempre, a entendê-la como a arte de pregar rasteiras e criar dificuldades aos que lhes atrapalham as estratégias pessoais. E a suas estratégia é simples: pela via da radicalização pretendem nada ter a ver com a origem dos problemas que vivemos, fingindo acreditar que aquilo que passamos não tem origem em políticas portuguesas e europeias nas quais também participaram e são responsáveis, mas radica apenas nos dois anos (maus é certo) em que este Governo esteve em funções.
Um dia, Churchill explicava a um jovem companheiro de partido, Conservador como ele, como funcionava o Parlamento inglês. À frente, dizia apontando os Trabalhistas, estão os nossos adversários; à nossa volta, referindo-se aos Conservadores, os nossos inimigos.
O Parlamento português é diferente do inglês. Mas penso que Seguro tem os adversários à frente, na bancada do Governo e os inimigos nas costas. E é pena que numa situação que é desesperada para tanta gente, nem no partido do Governo (lembro as análises de Marcelo de que já aqui falei) nem no da Oposição se interiorize que é preciso fazer diferente. Que as velhas receitas já não servem. Que as vaidades pessoais são desprezíveis" (texto de Henrique Monteiro, Expresso, com a devida vénia)

Aos 52 anos, Maradona ainda é capaz de fazer isto!

Maradona foi jogar à bola para o Dubai - 7 Up Dubai Government Entities Football League -, assinou dois golos, fez uma assistência e ainda viu um amarelo por discutir com o árbitro. Até aqui nada do outro mundo. Mas o vídeo que nos chega é um daqueles momentos que sublinha o que ainda sobra de todo o seu talento, aos 52 anos de idade. Grande Diego! (veja aqui o video que acompanha a notícia da TVI)
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Síntese Execução Orçamental (Janeiro de 2013): Regiões Autónomas

Administração Regional
DESPESA
A despesa efetiva da Administração Regional (AR) registou uma contração de 14,8%, em resultado do comportamento da Região Autónoma dos Açores (RAA) que apresentou uma quebra de 45,7%, enquanto na Região Autónoma da Madeira (RAM) a despesa situou-se 35,8% acima do registado no mês homólogo. A evolução da despesa está no entanto influenciada por um efeito de base no ano de 2012.
• A despesa corrente recuou 19,9%, com uma variação de -53,6% e 34,3% na RAA e da RAM, respetiva-mente. Nos Açores este comportamento deveu-se sobretudo a um efeito de base das transferências, devido a uma antecipação duodecimal a empresas públicas no ano de 2012. Na RAM registou-se um aumento significativo na despesa com juros e outros encargos, em particular, dos juros da dívida pública ao Estado no valor de € 9,6milhões, decorrentes do PAEF-RAM. Em ambas as Regiões registou-se um aumento das despesas com pessoal, refletindo o aumento das contribuições para a Segurança Social e, no caso da Madeira, à reposição duodecimal do subsídio de Natal
• A despesa de capital, apesar de pouco significativa apresentou um crescimento acentuado em ambas as Regiões, mas foi principalmente determinada pela evolução da aquisição de bens de investimento e das transferências de capital na RAA.
RECEITA
A receita efetiva registou uma variação positiva de 24,0%, para a qual contribuiu a receita corrente com 21,7 p.p. e, em menor grau, a receita de capital com 2,3 p.p.:
• O comportamento da receita corrente foi determinado sobretudo pela variação positiva das transferências do Orçamento d0 Estado para a RAM, cuja transferência trimestral foi processada com regularidade, em virtude de terem cessado as retenções por incumprimento do limite da dívida que vigoraram no ano anterior. Na RAA a contração desta rubrica deveu-se à dotação da Lei das Finanças Regionais, em linha com o esforço de consolidação orçamental nacional.
• A receita fiscal aumentou 2%, para o qual contribuiu o crescimento de 4,9% na RAA tendo-se registado uma quebra de 2,7% na RAM, sendo o IVA o principal responsável por esta evolução em ambos os casos.
• A receita de capital registou um crescimento de 35,3%, influenciado pelo não recebimento em janeiro de 2012 do duodécimo da Lei de Meios na RAM. Esta evolução supera a quebra de 6,4% das transferências do Orçamento do Estado para a RAA.
SALDO
• A Administração Regional apresentou, no primeiro mês do ano, um saldo orçamental de € 99,8 milhões, refletindo uma melhoria de € 61,4 milhões face a igual período do ano anterior. Esta variação foi no mesmo sentido em ambas as Regiões, tendo a RAA registado um excedente de € 85,1 milhões e a RAM um excedente de € 14,7 milhões.
• Na RAA o saldo registou uma melhoria de € 44,1 milhões, resultante sobretudo da contração da despesa efetiva (45,7%), a qual está influenciada pelo efeito de base decorrente das antecipações duodecimais às empresas públicas em 2012.
• Na RAM a melhoria no saldo de € 17,3 milhões face a janeiro de 2012 é explicada pelo aumento da receita efetiva (73,5%), também influenciada pelo efeito de base, nomeadamente das transferências do Orçamento do Estado, tanto as respeitantes à Lei das Finanças Regionais como à Lei de Meios que no ano passado não tinham sido efetuadas" (fonte: DGO)

Celebração nazi: afinal, ainda há disto?

O AEK venceu o Veria na liga grega, com um golo de Giorgios Katidis a cinco minutos do fim. Depois de um encontro tenso, o conjunto de Atenas conseguia um remate vitorioso que garantia a saída dos lugares de despromoção. Mas nada justifica o que se seguiu. Katidis tirou a camisola (e viu o amarelo) e fez uma saudação nazi para os adeptos. Inacreditável! (veja aqui o video que acompanha a notícia da TVI)
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A primeira eleição pós-dinossauros

Segundo o jornalista do Expresso Paulo Paixão (com Ângela Silva, Cristina Figueiredo e Isabel Paulo), “se o poder local democrático mudou a face do país real, há autarcas que fazem parte da paisagem de cidades e vilas. Muito se tem falado de “dinossauros” como Fernando Seara ou Luís Filipe Menezes, há 12 anos ou mais no poder... Parecem criaturas imberbes quando comparados com Jaime Marta Soares (PSD), Mesquita Machado (PS) ou António José Ganhão (CDU), para citar apenas um por cor política com pergaminhos autárquicos. Ganhão preside a Benavente há 34 anos (eleito em 1979, foi reconduzido oito vezes). Machado (Braga) e Marta Soares (Vila Nova de Poiares) fazem o pleno (dez vitórias, todas as eleições desde 1976, 37 anos a governar as suas terras). Num desempate, o título honorífico vai para o autarca do PSD, escolhido logo em 1974, por assembleia popular, para a comissão administrativa do concelho. Rankings à parte, é muito difícil imaginar Vila Nova de Poiares, Braga ou Benavente sem o cunho desses homens — agora prestes a sair de cena.
GANHOS & PERDAS
Nos estados-maiores partidários e das autarquias fazem-se cálculos. O PS candidata notáveis em três câmaras que admite ganhar ao PSD (Basílio Horta em Sintra, Elísio Summavielle em Mafra e Idália Serrão em Santarém). Com grande apreensão é vista a situação em Matosinhos. Em três casos (Loures, Évora e Beja) os socialistas admitem perder para o PCP. Já na Amadora, Castelo Branco, Braga, Fafe e Guimarães, onde há limitações de mandatos, o PS pensa manter a presidência. Esta grelha encaixa, por vezes, na do PCP e do PSD. Sem abrirem o jogo, os comunistas têm evidentes expectativas em Loures e nas duas capitais alentejanas referidas. Como o PS, também o PSD tem um concelho especialmente fratricida (embora com menos fações): Sintra. Aqui reside uma grande dor de cabeça. A outra é Faro, onde o folhetim da perda de mandato de Macário Correia afundou os sociais- -democratas. Já Santarém, sem Moita Flores, parece perdida para o PSD. Braga é vista como um possível ganho.
ALAS ABERTAS
Alguns dos autarcas impedidos de recandidatura foram saindo de cena ao longo deste mandato, dando espaço aos respetivos números dois. Nos sociais-democratas, António Capucho deixou Cascais entregue a Carlos Carreiras; Carlos Encarnação passou em Coimbra o testemunho a João Paulo Barbosa de Melo; e Mata Cáceres, em Portalegre, cedeu o lugar a Adelaide Teixeira. Entre os comunistas e socialistas, as alas foram abertas em concelhos de menores dimensões. Montemor-o-Novo e Serpa, no PCP; Grândola, Tábua, Lousã, Cartaxo e Santa Cruz das Flores, nas câmaras do PS.
DE PEDRA E CAL
São nove os ‘dinossauros’ que se aventuram noutros concelhos. O ónus mediático foi pago pelo PSD, sobretudo por Menezes (de Gaia para o Porto) e Seara (de Sintra para Lisboa). Mas há mais quatro: Francisco Amaral (de Alcoutim para Castro Marim), Pedro Lancha (de Fronteira para Estremoz), José Estevens (de Castro Marim para Tavira) e Fernando Costa (das Caldas da Rainha para Loures). Pé ante pé, o PCP posicionou-se nesta frente e já tem três candidatos: João Rocha (de Serpa para Beja), Carlos Pinto de Sá (de Montemor-o-Novo para Évora) e Vítor Proença (de Santiago de Cacém para Alcácer do Sal).
FAMÍLIAS DIVIDIDAS
São várias as câmaras com mais de um candidato por partido, entre factos consumados e ameaças. Em Matosinhos configura-se o caso de maior divisão, com os socialistas retalhados em três. O concorrente oficial é António Parada. Guilherme Pinto, atual presidente, eleito duas vezes pelo PS, partido de onde entretanto saiu, marca o terreno para ir novamente a votos. E também o carismático Narciso Miranda (derrotado há quatro anos por Pinto) promete lutar para reconquistar um lugar que já foi seu durante 29 anos. Além de Parada, só estão oficializadas as candidaturas de Vinha da Costa (PSD) e Pedro Rodrigues (CDU). A sul, a rutura maior é em Sintra, com Marco Almeida (número 2 de Seara) a ir a votos contra a decisão do PSD, que apresenta Pedro Pinto. Em Oeiras, o confronto é mais esbatido, pois uma franja da família social-democrata está no movimento que suporta Isaltino Morais e dará agora o apoio ao seu número 2, Paulo Vistas. Em Cascais, o ruído ouve-se no CDS: Paulo Sande e Castro, vereador centrista da atual maioria liderada (PSD/CDS) por Carlos Carreiras, está ao lado da candidata independente Isabel Magalhães. Aqui o PS aposta em João Cordeiro, o patrão das farmácias.
INDEPENDENTES DE SEGUNDA VAGA
Em 2009, sete câmaras foram conquistadas por independentes, todos eles em tempos militantes de um partido político. Em três casos (Gondomar, Oeiras e Redondo), os presidentes (Valentim Loureiro, Isaltino Morais e Alfredo Barroso, respetivamente) atingiram o limite de mandatos. Agora, dos movimentos criados para suportar aqueles três autarcas sai um sucessor: Fernando Paulo, no concelho do norte; Paulo Vistas, no da Grande Lisboa; e António Recto, no do Alentejo.
RETOMA COMUNISTA
O PCP atingiu há quatro anos o patamar mais baixo (28 câmaras) e é nesta altura, com boas sondagens à escala nacional, o partido com o horizonte mais radioso e, com os dados hoje disponíveis, sem perdas significativas. Três concelhos nas mãos do PS (Loures, Évora e Beja) são particularmente cobiçados pelos comunistas, que assim os reconquistariam. Para os três casos foram seguidas duas vias: aposta forte em Loures, com o líder parlamentar, Bernardino Soares; e o lançamento, de mansinho, de dois dinossauros com provas dadas: João Rocha em Beja (após 33 anos em Serpa) e Carlos Pinto de Sá em Évora ( 20 anos em Montemor-o-Novo)”.

El Papa Francisco bendice a un periodista italiano... y a su perro guía

Li aqui que "Alessandro Forlani es un periodista italiano ciego que ha tenido la suerte de poder saludar personalmente al Papa Francisco, durante el encuentro que el recién elegido Pontífice ha mantenido este sábado con la prensa. De entre los 6.000 profesionales de la información congregados en el Aula Pablo VI, Forlani ha sido uno de los elegidos para estrechar la mano del Papa. Pero el joven no iba solo. Le acompañaba su perro guía, Asia, al que el Pontífice no ha dudado en bendecir también.«Quería haber pensado qué decirle, pero llegado el momento no era capaz de decirle nada», ha confesado Forlani después a varios medios. Según ha relatado, el Papa le preguntó cómo se llamaba y a qué se dedicaba. Después, el periodista italiano le pidió una «bendición especial» para su hija y su mujer. «El Papa pensó en mi perro y dijo: "y una también para el perro", se inclinó y lo acarició», ha asegurado".

Jardim completa 35 anos a presidir ao Governo da Madeira

Li aqui que "Alberto João Jardim completa neste domingo 35 anos à frente do Governo da Madeira, data marcada pela subordinação da região ao programa de ajustamento, pela divisão interna no PSD insular e enquanto decorre uma investigação à alegada ocultação da dívida.O líder social-democrata madeirense preside ao Governo Regional desde 17 de março de 1978, tendo alcançado sucessivas vitórias eleitorais e maiorias absolutas.Apesar de ter afirmado sucessivas vezes, desde 1982, que cessaria funções, o presidente do PSD-M tem acabado sempre por recuar e nem mesmo o enfarte miocárdio agudo que sofreu a 8 de janeiro de 2011, que o obrigou a um internamento no Funchal, o afastou da governação. Nesse mesmo ano, a 9 de outubro de 2011, o carismático líder madeirense conquistou a sua 10.ª vitória numas eleições legislativas regionais, a 45.ª desde que se submete a sufrágios, alcançando 48,60 por cento dos votos.Este resultado, o pior de sempre de Jardim, representou uma perda de 20 mil votos em comparação com o ato eleitoral de quatro anos antes, mas permitiu ao PSD-M eleger 25 dos 47 deputados para o parlamento madeirense e Jardim foi escolhido para chefiar o XI Governo da Madeira.Ao longo dos anos, Jardim tem desempenhado o cargo de chefe de Governo sempre em clima de maior ou menor crispação com os executivos da República, quer sejam do PS ou do seu partido, não sendo segredo o difícil relacionamento com o atual primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.Dos vários objetivos traçados nos últimos anos, o líder madeirense não conseguiu ainda concretizar a revisão constitucional para garantir o aprofundamento da autonomia regional, nem a transição pacífica da liderança do PSD-M.Aliás, esta última pretensão parece ser cada vez mais complicada, até porque o atual presidente da Câmara Municipal do Funchal, Miguel Albuquerque, que durante alguns anos foi considerado um dos seus delfins, ousou mesmo desafiar a sua liderança, disputando-a em eleições internas que aconteceram a 3 de novembro de 2012.Jardim venceu apenas com uma diferença de 142 votos, o que espelha a divisão no partido.
Alberto João Jardim tem hoje 70 anos, está reformado da função pública desde 2005 e enfrenta também as consequências de um programa de ajustamento económico e financeiro que teve de acordar com a República para fazer face a situação de uma dívida pública avaliada em mais de 6.000 milhões de euros (ME).Apesar de justificar até à exaustão que esta situação teve de acontecer para garantir o desenvolvimento do arquipélago, devido às suspeitas de alegada ocultação da dívida, o Procurador-geral mandou instaurar um inquérito, que ainda está a ser desenvolvido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DCIAP).O temporal de 20 de fevereiro de 2011, que provocou mais de 40 mortos e prejuízos avaliados em 1.080 ME, incêndios, a queda de uma palmeira num comício no Porto Santo que fez vítimas mortais foram outros episódios que marcaram o presente mandato de Jardim.«Estou no meu último mandato. Em outubro de 2015 tenho 72 anos e tenho, portanto, de me retirar. Vou tentar até 2015 ter as Finanças sustentadas, porque quero deixar obra, mas também quero deixar as finanças arrumadas», declarou recentemente o líder insular"

«Vítor Gaspar está a matar a esperança dos portugueses»

O economista Luís Bento diz que ministro das Finanças não tem condições para continuar no cargo (veja aqui o video da TVI)

PIB e desemprego: previsões afundaram em dois anos

Editor de Economia da TVI, Paulo Almoster, comenta a evolução das projeções entre 2011 e 2013 (veja aqui o video da TVI)

A evolução do emprego desde 2005

A evolução do emprego na Europa e na Zona Euro desde 2005. Após um ligeiro aumento em 2010 o emprego volta a diminuir (Dinheiro Vivo)

Imaginem só! Merkel vai às compras, cuida do jardim e lê o horóscopo...

Li na TVI que "a chanceler alemã partilha alguns dos seus segredos domésticos em entrevista a uma revista alemã. Numa altura em que se aproxima a campanha eleitoral, Angela Merkel aproveita para contar aos alemães um pouco da sua vida pessoal. A chanceler alemã deu uma entrevista à revista alemã «Bild der Frau» na qual revelou que vai às compras, cozinha, cuida do jardim e ouve relatos de futebol na rádio. «Quando estou em casa ao fim-de-semana e tenho tempo livre, ligo sempre a rádio para ouvir as rondas pelos estádios dos principais jogos da Bundesliga», confessa, não revelando, no entanto, qual a equipa pela qual torce.Esta é uma atividade que, no Verão, a chanceler concilia com a jardinagem. Enquanto cuida do jardim da sua casa de campo em Brandemburgo, acompanha os jogos pela rádio.
Merkel não vive no edifício da chancelaria em Berlim. Quando foi eleita pela primeira vez decidiu continuar no apartamento onde vivia com o marido, em frente ao Museu Pérgamo. Em 2005, decidiu procurar uma casa para passar os fins-de-semana e comprou uma pequena vivenda com jardim nos arredores de Berlim. «Na minha horta cultivo batatas e morangos», conta à «Bild der Frau», dando a entender que o que produz quase chegava para o sustento do casal.Os fins-de-semana são passados nesta casa com o marido, o cientista Joachim Sauer, com quem tem «boas conversas» e gosta de assistir a concertos e peças de teatro. A estes eventos o casal vai sem avisar e apenas com dois guarda-costas. Tanto Merkel como o marido são formados em bioquímica. O «El Mundo» revela, citando outras fontes, que o casal tem uma rotina de fim-de-semana. Antes de sair de casa na sexta-feira, Merkel deixa uma lista de compras e é o marido que trata do assunto. Depois ela cozinha para sábado e domingo porque, apesar de gostarem de sair, preferem comer em casa. Quando Joachim tem um dia complicado, é Merkel que vai ao supermercado de Friedrichstrasse ao fim da tarde, no caminho para casa. Na entrevista Merkel revelou ainda que costuma ler o horóscopo diário. «Diverte-me, apesar de não ter grande significado para a minha vida», reconhece. Para quem estiver interessado em ler o horóscopo da chancer, Merkel nasceu a 17 de Julho e o seu signo é caranguejo"

Papa: "La única periodista que acertó"

Escreve o El Mundo: "Se hablaba del italiano Scola, del brasileño Scherer, del húngaro Erdo, del canadiense Ouellet, del mexicano Robles Ortega, del filipino Tagle, del ghanés Turkson, hasta del cardenal de Sri Lanka Ranjith Patabendige... Pero nadie apostaba por la posibilidad de que un argentino jesuita de 76 años que en el anterior cónclave parecía haber consumido sus posibilidades de convertirse en Papa fuera elegido sucesor de Benedicto XVI. ¿Nadie? Hubo una persona que sí que lo hizo: Elisabetta Piqué, la corresponsal en Italia del diario argentino 'La Nación'. Algunos pretenden ahora colgarse la medalla de que sabían que Jorge Bergoglio tenía grandes posibilidades de convertirse en Papa. Pero Elisabetta Piqué no sólo lo intuyó: lo escribió. El miércoles, el mismo día que el arzobispo de Buenos Aires fue elegido Papa, publicó en 'La Nación' un recuadro en el que destacaba que ya en la primera votación del cónclave, el martes por la tarde, el cardenal argentino podría haber conseguido un importante número de votos. "Mis fuentes vaticanas me indicaron que en ese primer escrutinio Bergoglio ya había obtenido el respaldo de unos 30 cardenales", asegura en declaraciones a ELMUNDO.es la periodista argentina, nacida en Florencia en el seno de una familia de origen catalán. "Si se producía el efecto avalancha, como me parecía que podía ocurrir, Bergoglio se convertiría en Papa". Antes de que el Papa Francisco se asomara al balcón central de la Basilica de San Pedro, Piqué también tuiteó desde su cuenta de Twitter que Bergoglio podía dar la sorpresa. "Cuando oí que el cardenal protodiácono pronunciaba el nombe de 'Georgius' el corazón me dio un vuelco, las piernas comenzaron a temblarme. Ni yo misma me lo podía creer". No es sólo que Elisabetta Piqué anticipara la elección del primer Papa no europeo de la historia, argentino para más señas. Es que, además, esta periodista que lleva en Italia desde 1999 conoce bastante bien a Bergoglio desde que en 2001 Juan Pablo II le hiciera cardenal. Entonces, ya consiguió entrevistar al purpurado argentino, famoso por dar esquinazo a la prensa. "Estoy muy, muy contenta con su elección como Papa. No me cabe la menor duda de que el Papa Francisco va a hacer la limpieza que en este momento necesita la Iglesia. Los primeros gestos de su Pontificado han sido reveladores: ayer se presentó en el balcón de San Pedro con humildad, sin lucir sobre el pecho la cruz de oro sino una muy simple de plata, sin llevar la estola, pidiendo a la gente que rezara por él antes de darles su bendición. Esta mañana ha renunciado a la 'limousine' para ir a la Basílica de Santa María la Mayor en un coche normal y corriente, y ha ido en persona a pagar la factura de la residencia en la que se alojaba hasta antes del cónclave. Y esto es sólo el principio", opina esta veterana reportera de 'La Nación', diario para el cual también ha cubierto la Guerra del Golfo y numerosos conflictos internacionales"

7ª avaliação da troika: "futuro vai ser «muito aflitivo»

«Esperam-nos ventos contrários mais fortes do que se pensava há escassos meses atrás». «António Perez Metelo considera que o cenário traçado esta manhã pelo ministro das Finanças
, no âmbito da sétima avaliação da troika é muito negativo e que a palavra «agonia» se adequa ao contexto.«Julgo que no plano das expectativas, o que foi hoje anunciado, vai ser muito aflitivo para muitas das pessoas do nosso país», disse o comentador em entrevista ao «Jornal das 8», na TVI.Na opinião de Perez Metelo, do discurso preferido por Vítor Gaspar, interpreta-se uma coisa clara para o resto deste ano: «esperam-nos ventos contrários mais fortes do que se pensava há escassos meses atrás».Perante este cenário, as consequências para a economia também são devastadoras. «Isto significa que vai haver uma maior retração do consumo e um maior recuo, pelo sexto ano consecutivo, do investimento, que vem a cair desde 2008», lembra o comentador.O ministro das Finanças anunciou esta manhã que o défice total, «excluindo efeitos pontuais, deverá ser de 6% do PIB» em 2012, sendo que será também mais alto que o previsto em 2013, 2014 e 2015. A Agravar, o desemprego, um dos maiores flagelos da nossa sociedade também vai subir, para sucessivos máximos históricos (veja aqui o video da TVI)

Resgate ao Chipre faz subir impostos sobre depósitos e empresas

Escreve o Sol que "o acordo alcançado esta madrugada pelos ministros das economia e finanças da Zona Euro para o resgate ao Chipre, vai implicar, entre outras medidas, aumento dos impostos sobre os depósitos.De acordo com um despacho da agência Efe, após nove meses do pedido de ajuda e 10 horas de negociações, os ministros da Zona Euro acordaram a ajuda, mas vão impor condições.Os depósitos com mais de 100.000 euros irão pagar um imposto extraordinário de 9.9 % que cai para 6,7 % no caso das quantias depositadas serem inferiores, enquanto as empresas terão a sua carga fiscal agravada até 12,5 %"

Chipre: Corrida aos bancos após resgate

Segundo o Sol, "os cipriotas e residentes estrangeiros nesta ilha mediterrânica estão "chocados" e procuram retirar dinheiro dos bancos após o anúncio do plano de resgate da União Europeia, que implica impostos sobre depósitos bancários. Após nove meses e 10 longas horas de negociações, que terminaram de madrugada, os ministros da Zona Euro acordaram a ajuda, mas vão impor condições sem precedentes.Os depósitos com mais de 100.000 euros irão pagar um imposto extraordinário de 9.9 %, que cai para 6,7 % no caso das quantias depositadas serem inferiores, enquanto as empresas terão a sua carga fiscal agravada até 12,5%."O Chipre escolheu a menos dolorosa das soluções", disse o ministro cipriota das Finanças, Michalis Sarris, acrescentando que o cenário de bancarrota não estava afastado caso não se tivesse conseguido o acordo com a União Europeia.Mesmo assim, o mesmo ministro afirmava no princípio do mês que uma taxa sobre os depósitos bancários podia ser "catastrófica" para o Chipre, assim como se referiu a "uma linha vermelha" junto dos negociadores da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre o aumento dos impostos às empresas, que afinal também fazem parte do pacote de medidas que vão ser aplicadas no país.Segundo a agência France Presse, o Parlamento de Nicósia deve votar no domingo o acordo estabelecido, já que segunda-feira é feriado e a medida tem de ser aprovada antes da abertura dos bancos, na terça-feira de manhã. O chefe de Estado, Nicos Anastasiades, apoiado pela direita e eleito nas eleições presidenciais de Fevereiro, regressa à ilha hoje à tarde e deve reunir-se com o Governo no domingo, de acordo com agência cipriota CNA.De acordo com a France Press, as medidas impostas pelo resgate estão a ser tema de "inflamados debates" nas redes sociais, na internet, e, logo após a primeira notícia sobre o resgate, dezenas de pessoas foram vistas a levantar dinheiro através das caixas automáticas dos bancos.
"É uma catástrofe", disse um cipriota de 45 anos, que se encontrava a levantar dinheiro de uma máquina automática na cidade de Nicósia."Tudo isto vai fazer com que tenhamos de sair do euro", disse outro habitante da capital à France Presse.Apesar dos levantamentos de dinheiro que já estão a ser efectuados pelos depositantes é impossível "escoar as contas" através das máquinas multibanco porque os montantes que correspondem ao imposto já estão a ser aplicados neste tipo de levantamentos, assim como foram bloqueadas transferências a partir de determinado montante, explicou Marios Skandalis, vice-presidente do Instituto das Contas Públicas do Chipre.Um director de uma empresa belga em Nicósia mostrou-se também muito preocupado com as medidas que vão ser aplicadas às empresas."Eu não sei se tudo isto vai afectar a minha companhia, mas se a medida se aplicar às empresas, para nós vai ser a falência", afirmou o homem de negócios estrangeiro na capital do Chipre."A situação é grave, mas não é trágica. Não há motivo para o pânico", disse entretanto o porta-voz do Governo Christos Stylianides.
Nicolas Papadopoulos, deputado do Diko (partido de centro direita que apoiou a eleição do chefe de Estado), já se manifestou contra o acordo, que classificou de "desastroso" para o sistema bancário, que "é um pilar da economia do país"."Antes eu já pensava que qualquer solução era má para o Chipre, mas isto é um pesadelo", disse o deputado em entrevista hoje à rádio estatal."Quero que o Governo me explique porque é que este acordo é a melhor solução", acrescentou o deputado de direita."Os britânicos e os russos vão pensar duas vezes antes de voltarem a entrar em solo cipriota", escreveu um cidadão do Chipre na internet, citado pela France Presse e que, como muitos outros, se mostra muito preocupado com a situação.O Chipre pediu ajuda à UE em Junho de 2012, depois de problemas detectados nos dois principais bancos do país, que acabaram por pedir ajuda governamental na sequência da crise que afecta a Grécia.Nicósia passa assim a ser o quinto país da Zona Euro a beneficiar de um programa de ajuda internacional."Nós não penalizamos o Chipre" disse Jeroen Dijsselbloem, responsável pelo Eurogrupo."Nós estamos ao lado do Governo cipriota e é este pacote de medidas que vai permitir a reestruturação do sector bancário" do Chipre, acrescentou"

INE confirma maior queda do PIB desde 1975

Escreve a TVI, num texto da jornalista Carla Pinto Silva que "o INE confirmou esta segunda-feira que o Produto Interno Bruto (PIB) contraiu 3,8 por cento no quarto trimestre de 2012 e encolheu 3,2% no total do ano passado. É a maior queda do PIB desde 1975. Portugal vive, por isso, a recessão mais profunda desde o 25 de abril.Só o ano passado, a economia portuguesa destruiu mais de 205 mil empregos, levando o número de empregos na economia para o nível mais baixo dos últimos 17 anos, garante o Instituto.A pressionar esteve a desaceleração nas exportações e a quebra mais acentuada no consumo, avança a mesma fonte, que confirma - nesta segunda estimativa - os números avançados há quase um mês (a 14 de fevereiro).Em termos nominais, o PIB situou-se em cerca de 165,4 mil milhões de euros em 2012.O ano passado,«o Produto Interno Bruto (PIB) diminuiu 3,2% em volume, após a redução de 1,6% observada no ano anterior. A redução mais acentuada do PIB refletiu a diminuição do contributo positivo da procura externa líquida, que passou de 4,7 pontos percentuais (pontos percentuais) em 2011 para 3,9 pontos, em resultado da desaceleração das exportações de bens e serviços, e o contributo negativo mais significativo da procura interna, traduzindo a redução mais intensa do consumo privado. A economia portuguesa apresentou uma capacidade líquida de financiamento em 2012 de 0,4% do PIB (necessidade de financiamento de 5,6% no ano anterior)», destaca o INE.Este é o pior resultado da série longa do Instituto que remonta a 1996, e o segundo pior da história quando considerada a série longa do Banco de Portugal, surgindo um resultado mais negativo apenas no ano de 1975, quando a recessão atingiu os 5,1%. Em termos trimestrais, e comparando com o período homólogo, a contração do PIB quarto trimestre do ano passado acaba por ser a segunda pior da história, superada apenas pelos 4,1% verificados no primeiro trimestre de 2009.
Exportações crescem a um ritmo menor
Segundo a mesma fonte, as vendas de bens e serviços ao exterior até aumentaram 3,3% no total ano passado, mas a um ritmo mais lento do que em 2011 (altura em que o valor chegou aos 7,2%). E se compararmos com 2010, então a desaceleração das exportações ainda é maior, já que nesse ano tinham crescido mais de 10%. Já a procura interna diminuiu 6,8% em termos reais, em 2012, influenciando assim a contração da economia. O valor compara com os 5,8% observados um ano antes. E foi neste campo que pesou a descida de 5,6% nos gastos das famílias portuguesas, uma quebra mais intensa do que a assinalada em 2011 (3,8%). «Resulta claro que só a procura externa seria capaz de mitigar o mau desempenho da procura interna. Os números de hoje confirmam que no quarto trimestre de 2012 as exportações não tiveram o mesmo comportamento de trimestres anteriores, pelo que a evolução PIB foi muito influenciada pelos esperados recuos no consumo privado, gastos públicos e investimento», faz notar Filipe Garcia, do IMF.«Para que o processo de convergência orçamental originalmente acordado tenha alguma hipótese de ter sucesso, será necessário que a economia portuguesa estabilize em termos de queda do produto. Os números do INE confirmam o que todos observam - essa estabilização ainda não ocorreu. Desta forma, o cumprimento dos objectivos será consecutivamente adiado até que o produto comece a crescer», frisa"

37 anos depois, os mesmos temas: salários, desemprego e crise

Escreve a jornalista da TVI, Vanessa Cruz que "Portugal registou em 2012 a maior perda de riqueza desde 1975, um ano após a Revolução do 25 de Abril. Trinta e sete anos depois, a dívida explodiu, cada português deve quase 15 vezes mais e os direitos adquiridos desde aquela altura estão agora a sofrer um duro golpe. Salários, desemprego e crise são temas de agora e de há quatro décadas. O salário mínimo era de 4.000 escudos (o equivalente agora a 20 euros) em 1975. Atualmente é de 485 euros. A função pública, por exemplo, perdeu mais em proporção entre o valor mínimo e máximo que ganhava há quase quatro década e o intervalo de valores atual: 20 euros era a remuneração mínima em 1975, 94,3 euros a máxima, sendo que o valor mais baixo correspondia a 21% do mais alto; agora corresponde só a 14% (o salário mínimo é, já se sabe, de 485 euros e o ordenado máximo na função pública, segundo os dados da Pordata de 2011, são 3.364,1 euros).
«Na altura o que estava em debate era a introdução do salário mínimo. Agora, o que o Governo (ou os governos) estão a pôr em cima da mesa é a diminuição do salário mínimo». Ao fazer esta retrospetiva para o tvi24.pt, o historiador económico Pedro Lains disse que «há uma conclusão que se pode retirar: o SMN pouco contou para a eclosão da crise nem para a solução». Em matéria de desemprego, a evolução é abissal. A taxa de desemprego passou de 4% para 15,7%. Em 75, havia 153.600 pessoas sem trabalho, face a uma população ativa de mais de 3,8 milhões; no final do ano passado havia mais de 923 mil pessoas oficialmente desempregadas, existindo quase 5,5 milhões de população ativa. E se agora se impõem cortes no subsídio de desemprego, 1975 foi precisamente o ano em que ele foi introduzido. De lá para cá os direitos foram aumentando.
Naquela altura, o período de concessão era de 180 dias (seis meses), sendo que eram aceites períodos mais longos para «grupos etários de trabalhadores cuja capacidade de reemprego é reduzida e ainda, de acordo com a mesma lógica, a faculdade de antecipar a reforma», lê-se no decreto-lei nº 169-D/75, de 31 de Março. Agora é o prazo máximo é de 540 dias (18 meses), com a redução de 10% do subsídio depois de passados os 180 dias (seis meses), alegando o Governo que esta é uma forma de incentivar a procura ativa de emprego. Já o prazo de garantia baixou de 450 para 360 dias.
E, desde janeiro, os beneficiários sentem um corte de 6% na prestação que, há 37 anos, podia ser até dois terços da remuneração mínima mensal. Hoje em dia, o montante mensal corresponde a 75% do salário líquido auferido, com um limite máximo de 1048 euros. Há mudanças, há semelhanças, quase quatro décadas depois. Mas a maior diferença entre as duas épocas é mesmo o contexto político, sublinha Pedro Lains.«São comparáveis por serem as duas muito críticas», mas «a resposta política é que foi muito diferente, tanto em Portugal como no resto da Europa». Uma outra comparação que se pode fazer é que «na altura a crise foi combatida com uma gigantesca intervenção do Estado. Agora é ao contrário. Esta simetria é muito importante para mostrar o quanto este governo é extremista».E, «pensando bem, o comportamento deste Governo tem muito a ver com aquilo que ele acha (e as pessoas à volta dele) que é o espelho do que aconteceu nessa altura». O historiador entende que a crise só vai ser resolvida com o recentramento da política a nível europeu e português.O mensagem positiva que se pode passar é que, se superámos outras crises, «ficamos a saber que conseguimos sobreviver» também a esta. «E isso devia ser motivo de esperança».