quarta-feira, abril 17, 2013

RTP: Alberto da Ponte confirma mais de 180 pedidos de rescisão e não afasta despedimento colectivo

Li aqui que "o Conselho de Administração (CA) da RTP reúne-se esta tarde para analisar o número de pedidos de rescisão amigável, que o presidente da empresa confirma estarem acima de 180, o que não permite afastar um despedimento coletivo. Alberto da Ponte afirmou esta manhã à Antena 1 e RTP que é da passada quinta-feira, dia 11, o número de que dispõe relativamente aos trabalhadores que aderiram ao plano de rescisões amigáveis, cujo prazo de candidaturas terminou às 00h de sábado, dia 12. Nessa altura "ultrapassava já os 180 candidatos", disse o presidente do CA da RTP. "Se o número se aproximar dos 200, nesta primeira fase, eu acho que é um bom indicador. Significa que [os trabalhadores] estão a aproveitar uma oportunidade única", afirmou o gestor, indicando que terá lugar esta tarde uma reunião do CA "para ver qual é o número". Alberto da Ponte escusou-se a antecipar a repercussão deste número de saídas - a confirmarem-se enquanto tal as candidaturas - nos objetivos de redução de custos salariais inscritos no Plano de Desenvolvimento e Redimensão da RTP, mas não excluiu o recurso ao despedimento coletivo. "Suponho que este número terá sempre que ser equacionado em função das outras poupanças que nós consigamos com os custos de pessoal", disse. "Temos neste momento com os sindicatos a renegociação do acordo de empresa, temos questões que têm que ver com a mobilidade, temos outros cortes que estamos a fazer nos subsídios", ilustrou ainda. Mas o recurso ao despedimento coletivo não está afastado, ainda que Alberto da Ponte sublinhasse que "será sempre equacionado como último reduto”. Ainda assim, “se não for suficiente, que eu espero que seja, termos de equacionar essa situação", deixou claro. O plano de restruturação da RTP anuncia que os custos com pessoal foram na ordem dos 78,5 milhões de euros em 2012, baixarão este ano para os 76 milhões e estagnarão nos 55 milhões a partir de 2014. A parcela dos custos com salários representa atualmente 37% da despesa, sendo o objetivo da administração uma redução da rubrica para os 28% já a partir do próximo ano. A RTP vai contrair este ano junto da banca comercial um empréstimo de 30 milhões de euros para levar a cabo o plano de rescisões e do eventual despedimento coletivo. O plano de reestruturação da televisão pública prevê ainda a hipótese de se “mitigar a inevitável necessidade de rescisões” através da “mobilidade interna” e “outplacement”, cujo potencial – diz o documento - deverá ser analisado área a área. A administração já iniciou, por outro lado, um processo de redução das remunerações, através do corte de subsídios, eliminação de cargos de chefia e outros. A empresa conta atualmente com 2027 profissionais, revela o Plano de Desenvolvimento e Redimensionamento da RTP, mas o número de saídas com que a administração espera alcançar o objetivo de cortes salariais nunca foi explicitado, uma vez que depende do perfil dos profissionais que se despedirem ou forem despedidos e dos respetivos salários. O plano assenta no pressuposto de financiamento de 140 milhões de euros decorrentes da contribuição do audiovisual (CAV) e mais 40 milhões de receitas comerciais, sendo que a equipa de Alberto da Ponte estima ainda um cenário de aumento das receitas comerciais na ordem dos 13% por ano em 2014 e 2015 para, respetivamente, 45 e 51 milhões de euros, fixando em 52 milhões de euros a previsão de receitas comerciais em 2016"