Li aqui que "a escassez de papel está a provocar uma crise na imprensa venezuelana, uma situação que afeta principalmente os jornais regionais, como o El Sol, da cidade de Maturín, sudeste da capital, que hoje anunciou a suspensão das edições diárias. Em comunicado, a direção do jornal recorda os mais de 40 anos de circulação e sublinha que a "falta de material" impede a impressão do jornal, o que acontece a outros meios de comunicação da região e do país, pelo que as edições em papel são suspensas "temporariamente". O documento apela à compreensão dos leitores e estende "sinceras desculpas ao público em geral". A situação, segundo Rogélio Díaz, porta-voz do Bloco de Imprensa Regional, está relacionada com as dificuldades para aceder a divisas para a importação de papel, num país onde vigora, desde 2003, um sistema de controlo cambial que impede a livre obtenção de moeda estrangeira. O mesmo responsável disse que em 30 dias a "maioria dos diários regionais ficarão fora de serviço" e manifestou o desejo que o Ministério de Indústrias Ligeiras e Comércio solucione o problema do setor que tem ao seu serviço 60.000 pessoas. Para prolongar os números impressos, os meios de comunicação de pequena e média dimensão estão a diminuir o número de páginas impressas e a reduzir a tiragem. Segundo Rogélio Díaz, os empresários do setor queixam-se que a Comissão de Administração de Divisas não autoriza a totalidade dos valores em dólares necessários para importar o papel do Canadá. "Pedimos duas mil toneladas e apenas autorizam a importação de metade das necessidades", disse. Dados não oficiais dão conta que na Venezuela existem mais de 40 jornais regionais que são impressos em papel importado do Canadá".