Autárquicas-2013 com desfecho surpreendente na Madeira

De uma maneira geral os resultados eleitorais surpreenderam-me. Exceptuando a dúvida no Funchal (embora a Coligação liderada pelo PS tenha conseguido ganhar nos últimos dias o voto útil que as sondagens não indiciavam, devido à votação que davam ao CDS) e o caso específico de Santa Cruz, onde o que estava em causa era saber a capacidade de resistência do PSD à avalanche anunciada (e previsível) de Filipe Sousa e a sua coligação, e confirmando-se o que previa para Calheta, Ponta do Sol, Ribeira Brava e Câmara de Lobos, as verdadeiras surpresas residiram em Machico e Santana, já que Porto Moniz e São Vicente foram sempre apontados como concelhos onde o PSD sentiria dificuldades. Não esqueço que a disputa entre PSD e PS no Porto Moniz, em actos eleitorais anteriores, propiciou resultados à tangente, pelo que qualquer desgaste eleitoral do PSD, que se confirmou, seria fatal. A vitória da coligação no Porto Santo numas eleições que previsivelmente seriam as mais disputadas de sempre coloca ao PSD, sobretudo a algumas individualidades da estrutura social-democrata da ilha a necessidade de repensarem alguns procedimentos e pretensas influências - que hoje terão caído por terra - e de se repensarem a si próprios. Registo aqui, reconhecendo o inquestionável mérito pessoal do candidato, a vitória do PSD na Junta de Freguesia, o que não deixa de ser curioso. Penso que a situação social e económica hoje existente no Porto Santo, sentida mais intensamente nesta ilha, também foi determinante para o desfecho eleitoral.
Surpreendentemente foi sem dúvida o esmagamento eleitoral do PSD em Santa Cruz, já que a coligação liderada por Filipe Sousa - que no fundo é quem a personifica - que ganhou todas as freguesias e bateu o PSD por quase mais 9 mil votos num universo de abstenções que nem foi muito grande. Referência ainda para a vitória também esmagadora dos independentes em São Vicente  com mais de 60% dos votos e vencendo em todas as freguesias.