Li no Económico que
“com a conclusão das oitava e nona avaliações e a libertação da respectiva
tranche de financiamento, o dinheiro da troika ficará quase todo entregue. A
apenas três avaliações de concluir o programa de ajustamento acordado com a
troika de credores - Comissão Europeia, FMI e BCE - Portugal ficará com acesso
garantido a mais de 90% do financiamento previsto no âmbito do resgate. De
acordo com os dados do relatório da Comissão Europeia sobre as duas últimas
avaliações (que foram conjuntas), Portugal já fez o suficiente para receber 72
mil milhões de euros, de um pacote total inicialmente definido nos 78 mil
milhões. Na prática, o dinheiro a receber será um pouco mais elevado, uma vez
que a parte do FMI foi acordada na moeda própria do Fundo (os direitos
especiais de saque) que se valorizou face ao euro. Quando o dinheiro da troika
chegar ao fim, Portugal terá de encontrar forma de se continuar a financiar. O
relatório da Comissão Europeia adianta que o Tesouro português tem
financiamento garantido até meados do próximo ano e que, se usar a
"significativa almofada de liquidez" que foi construindo ao longo da
implementação do ajustamento (que atingiu quase 15 mil milhões de euros no
final de Setembro) "pode estender ainda mais o período coberto". De
qualquer forma, subsistem um conjunto de riscos que podem fazer crescer as
necessidades de financiamento e encurtar essa margem de manobra: "Há
riscos consideráveis em relação às finanças públicas, que podem resultar de
derrapagens orçamentais e de perdas potenciais nas empresas públicas",
avisam os peritos da Comissão. Assim sendo, "olhando para o período
pós-programa, é essencial restaurar o acesso ao mercado, tendo em conta o
volume de amortizações que se concentra na segunda metade de 2014",
conclui o relatório de Bruxelas. A pressionar o Tesouro nacional está a
necessidade de amortizar uma linha de Obrigações do Tesouro em Outubro, de cerca
de 7,8 mil milhões de euros”