Esta madrugada fui apanhado de surpresa. O Zé Mimoso pregou-nos uma partida do caraças: resolveu iniciar aquela viagem que nos está reservada a todos. Nem avisou a malta, simplesmente partiu. Disseram-me que o coração -que já lhe tinha pregado uns sustos no passado recente - não resistiu,desta vez. Fulminante levou à força aquele amigalhaço enorme, que marcava presença visível sempre onde estava, sempre animado, inevitavelmente mordaz q.b. O Zé partiu frágil, porventura sozinho. Garantem-me que não sofreu porque nem teve tempo para isso. Dir-me-ão alguns que foi descansar não sei onde. Confesso que já nem sei em que acreditar. Pensava que todos tínhamos um dia para realizar essa viagem, mas que no caso dele seria mais tarde. Fomos amigos, bastante, fomos colegas do Liceu, o choque foi grande. O Zé Mimoso partiu e nem sequer avisou, Não se despediu. Se ele soubesse que tinha viagem marcada, tenho a certeza que tinha telefonado a avisar e a despedir-se. Não teve tempo para fazer isso aos seus amigos. Nem à família. Adeus Zé, vai com paz, fica em paz. E se tiveres tempo, escolhe aí um lugar privilegiado para que um dia nos reencontremos e continuemos as nossas "fofocas". Fica em paz amigo. Vai em paz, sem pressas, porque tens todo o tempo do mundo até ao teu destino. Um abraço e até um dia.
