Li no DN de Lisboa
que “Sara Firth anunciou a notícia esta manhã, no Twitter, onde se lê
"Tenho imenso respeito pela equipa, mas sou pela verdade".É o segundo
caso do género em cerca de quatro meses. A repórter, natural do Reino Unido,
desistiu do cargo na estação de televisão russa onde trabalhava desde o ano
2009, referindo achar inadequada a cobertura feita da queda do avião da
Malaysia Airlines, que resultou em 298 mortos. "Eu já não conseguia mais.
Todos os dias nós mentimos e continuamos à procura de novas formas aliciantes
de o fazer", diz o New York Daily News. Em entrevista ao BuzzFeed, Firth
declarou que "a partir do momento em que tu começas a questionar ou a
relatar os factos de forma honesta, passas a ser um problema". A
jornalista publicou, esta manhã na sua conta do Twitter, "Regra número 1
do livro de estilo da Russia Today: É sempre culpa da *Ucrânia (* adicionar o
nome que se aplica)". Entretanto, Anna Belkina, chefe de comunicações da
Russia Today, divulgou um comunicado sobre a demissão da jornalista britânica,
onde se lê "A Sara declarou que escolhe a verdade; aparentemente temos
diferentes definições de verdade", pode ler-se no texto. Belkina salienta
ainda o facto de a estação televisiva "mostra todos os lados da história,
mesmo que todos já tenham decidido qual o lado a culpar". Este não foi o
primeiro caso de demissão, sob forma de protesto, na televisão russa: Liz Wahl,
ex-colega de trabalho de Sara Firth, renunciou ao cargo em março deste ano, ao
vivo na emissão do noticiário em que abordava a ação militar da Rússia na
Ucrânia, assumindo recusar-se a ser "parte de uma rede que encobre as ações
de [Vladimir] Putin".