terça-feira, dezembro 30, 2014

Directas no PSD-Madeira: o estranho ataque pessoal

Há quem tenha paninhos quentes na abordagem de assuntos mais complexos. Eu não. O último debate na RTP-Madeira (como desconheço os "shares" de audiência, desconheço qual o real impacto deste nos militantes-eleitores, até porque acredito que as opções eleitorais no que aos chamados apoiantes genuinamente assumidos dos dois contentores diz respeito, já estariam tomadas) entre os dois candidatos mostrou ter sido colocada em cima da mesa uma cartada de ataque directo, assente numa estranha componente de insulto pessoal, por parte do candidato mais fragilizado (Manuel António), visando o candidato mais fortalecido (Albuquerque). Que usou como instrumento desse ataque Jaime Ramos e a Fundação Social-Democrata. Afinal quem ensaiou o derrotado a semelhante estratégia desgraçada e que, ele melhor do que ninguém, sabe que injusta? Qual foi o interesse de Manuel António andar a exibir documentos da própria Fundação se como ele próprio afirmou não tem qualquer ligação aos órgãos dirigentes desta entidade? Então alguém deu-lhe cópias de documentos. Para quê? Para atacar Albuquerque ou para castigar Jaime Ramos pelo alegado apoio deste e do filho ao ex-Presidente da CMF? Com que objectivos? Que manual de instruções acompanhou esses documentos? E quais os resultados concretos de uma estratégia arruaceira? Um derrotado é sempre um derrotado. Neste caso, o pior é que persistirá sempre a dúvida, que ficará sempre, sobre o que teria acontecido se MAC não tivesse adoptado semelhante estratégia de ataque pessoal ao seu concorrente. A dúvida sobre se a utilização de Jaime Ramos e da Fundação para atacar MA afinal teve ou não  efeitos negativos nos resultados eleitorais e se estes poderiam ter sido diferentes na 2ª volta se nada disso tivesse acontecido. A dúvida fica e a frustração de não ter uma resposta concreta também. MAC esqueceu-se que a Fundação era (é) liderada pelo próprio Alberto João Jardim? MAC esqueceu-se que ao diabolizar Jaime Ramos, fê-lo pondo em causa aquele que foi durante ambos o braço-direito de Jardim no partido? Mas afinal o que é que estava em causa? Quais os objetivos dessa estratégia adoptada no debate televisivo? Quais os custos dessa estratégia? Qual a lógica da linha de conduta adoptada? Além disso sabe-se que esta postura não se encaixa em nada no perfil do candidato MAC que cometeu por isso, em meu entender, um erro ao aceitar argumentos "estranhos" influenciados pelos padrões habituais do ataque pessoal ao ex-Presidente da CMF.