quarta-feira, junho 17, 2015

Ronaldo: o vice-rei dos hat-tricks, só atrás de Greaves



“Três remates, três golos. A eficácia de Ronaldo é tremenda em Erevan. E dá a vitória sobre a Arménia (3-2), rumo ao Euro-2016. É o terceiro hat-trick do 7 na selecção nacional. Sim, sim, já se sabe. Isso é assunto de fim-de-semana. Três hat-tricks é recorde nacional, à frente de Pauleta (o único com dois) e Eusébio (um de nove jogadores com um). A epopeia começa em Setembro de 2013, na Irlanda do Norte, em Belfast. Há 2-1 para os “maus” quando Ronaldo abre o livro para fixar o 4-2 num abrir e fechar de olhos: primeiro de cabeça, depois de cabeça e finalmente de livre. Pelo meio, supera o recorde de Eusébio e torna-se o segundo mais goleador da história, só atrás de Pauleta. Dois meses depois, em Novembro, o 7 guia Portugal ao Mundial-2014 com três golos em Estocolmo, na Suécia, para o play-off. É seu o 1-0, com o pé esquerdo (passe de Moutinho). À reviravolta dos “maus”, segue-se a resposta do capitão: de novo com o pé esquerdo (balão de Hugo Almeida) e depois com o direito (abertura de Moutinho antes de driblar o guarda-redes). Passa-se o Mundial, sem honra nem glória, troca-se de seleccionador e eis Ronaldo a dar outro banho de bola fora do país. Agora em Erevan. Está 1-0 para os “maus” quando Ronaldo abre o livro para o 3-1, sempre com o pé direito: de penálti, a aproveitar uma hesitação de dois defesas e num fabuloso pontapé a 30 metros. Três hat-tricks na selecção. Todos fora de casa. E se alargarmos a pesquisa para todo o mundo? Só para ver o real valor desta façanha. Aí, o terceiro hat-trick iguala as marcas de ilustres como Messi, Milla, Rummenigge, Bierhoff, Riva, Torres, Villa e Neymar. Todos eles à frente de Eto’o e Suker, só para citar dois homens com provas dadas em Mundiais. E atrás de quem?
Começamos por quem tem quatro hat-tricks: Zico, Ibra, Klose e Charlton. Depois, cinco: Puskas, Romário, Nordahl, Fontaine e Lineker. E seis? Greaves. E sete? Pelé e Kocsis. E oito? Gerd Müller, Kamamoto e Ali Daei. Uau, fascinante. E nove, há alguém? Um sueco – Sven Rydell, de seu nome. É um avançado com mais golos que jogos na selecção (49-43), entre Junho de 1923 e Maio de 1932. Em tão-só nove anos, o homem entra na história como quem não quer a coisa.
Clap clap clap, aplausos. Desses nove hat-tricks (dois deles com quatro golos), quantos fora da Suécia, na condição de visitante? Um em Oslo (7-3 em 1925) e outro em Oslo, de novo (5-3 em 1927). E se alargarmos a pesquisa para todo o mundo? Só para ver o real valor desta façanha. Müller só tem um, como Ali Daei e Kamamoto. Pfff, g’andas meninos. Kocsis, dois. Como Pelé. Tsc tsc. Lineker? Noooo. Este só tem dois, um deles no Mundial-86 (vs. Polónia). Fontaine? Nem um. Puskas? Apenas dois. Romário? Pior, só um. Como Klose e Ibrahimovic. Melhor que Fontaine e Zico, ainda assim. Então? Bobby Charlton, o maior Sir do futebol inglês. Um hat-trick aos EUA em Los Angeles (1959), outro em Luxemburgo  (1960) e mais um à Suíça em Berna (1963). Três hat-tricks como visitante é obra. Olha olha, armado em Ronaldo. Há mais como ele? Não, Bobby é o único a par de Ronaldo. Curiosidade: os dois conhecem-se bem desde os tempos do português em Manchester.
“O Messi é um grande jogador”, diz Bobby, “mas o Cristiano merece mais uma Bola de Ouro ou outra. Está a mudar o jogo em Espanha com o seu futebol atlético. Além disso, é um profissional comprometido com a realidade do jogo e o sonho dos adeptos.” Assunto encerrado? Not yet, not yet. Há ainda espaço para mais um inglês, o rei dos hat-tricks. Ao todo, quatro. Jimmy Greaves é o maior. Um no Luxemburgo (1960), outro em Lima (Peru 1962), mais um em Belfast (Irlanda do Norte 1964) e outro em Oslo (Noruega 1966). Quatro é dose. E impossível de igualar? Ronaldo tem a palavra. Primeiro em Elbasan, Albânia (7 de Setembro), depois em Belgrado, Sérvia (11 de Outubro). Esperemos” (fonte: Jornal I, texto do jorn alista RUI MIGEUL TOVAR, com a devida vénia)

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