- há uns meses atrás era
impensável que o PS estivesse à rasca e que a coligação PSD e CDS estivesse
a disputa, pelo menos em função das sondagens, a vitória eleitoral. Claro que
depois do que aconteceu com as sondagens na Escócia, no Reino Unido, na Grécia,
e agora na Catalunha, as pessoas, os partidos, os candidatos precisam de olhar
para estes estudos com a cautela e o pragmatismo que eles exigem na certeza de
que ninguém ganha eleições com sondagens;
- A que se destinam estas eleições? Eleger deputados que depois serão
integrados numa estrutura partidária nacional rígida que não admite
veleidades. Aliás falou-se num compromisso a ser assinado pelos candidatos
eleitos. Estou desejando de ver que tipo de compromisso vão assinar.
- no caso da RAM o Governo Regional e MA não escondem que lhes
interessa, e de que maneira, que a actual coligação no poder liderada pelo PSD
nacional continue no poder em Lisboa, na esperança que algumas questões
pendentes possam ser resolvidas;
- por outro lado uma colagem excessiva a Passos pode penalizar
eleitoralmente. Não é por acaso que Passos se "esqueceu" do PS e de
Costa para promover operações de charme diárias dirigida aos reformados,
pensionistas, funcionários púbicos, jovens desempregados, no fundo uma parcela
significativa da sociedade que foi altamente penalizada e que Passos reconhece
que ainda não fez as pazes com os partidos da coligação. E que vai continuar,
não duvidemos disso;
- Em causa dois medos diferentes e constantes do discurso
político da coligação e do PS: de um
lado o medo de um regresso ao passado socrático e aos governos do PS que a
direita responsabiliza pela troika e pela austeridade. Do outro lado, do PS,
uma certa lavagem do passado, um branquear de responsabilidades por tudo o que
se passou, e apelar ao bom senso das pessoas para a necessidade de um novo ciclo
que sustenha a austeridade que não resolve os nossos problemas colectivos;
-a pressão das sondagens
sobre o eleitorado é escandalosa e nunca antes vista. Confundem-se metodologias
diferentes, confundem-se sondagens com outros estudos de opinião, esconde-se o
aumento de indecisos que os resultados evidenciam, todos os dias ou sobe a
coligação e desce o PS, ou sobe o PS e desce a coligação. Acredito que a
esmagadora maioria dos eleitores não se deixam confundir e que provavelmente já
tomaram decisões e fizeram escolhas.
Sem comentários:
Enviar um comentário