sábado, outubro 10, 2015

O exemplo da Suécia?

Quando se fala na procura de uma solução de governo para Portugal é bom que os portugueses percebam do que estamos a falar e de como estas coisas funcionam com toda a normalidade nos países europeus mais evoluídos, quando o que está em cima da mesa é a garantia de governação. Veja-se o exemplo recente da Suécia - e nem falo na Alemanha onde Merkel formalizou uma coligação depois de negociar com outros partidos durante 86 dias...
Vamos a factos:
A Suécia tem um novo Governo, depois das eleições de final de 2014, liderado pelo primeiro-Ministro Stefan Löfven e composto por mais 23 Ministros. Löfven, primeiro-ministro, 57 anos de idade, nunca antes foi político.
O governo formado depois das eleições legislativas de 2014, que gerou um parlamento onde os partidos de centro-esquerda obtiveram 158 assentos, superando a Aliança pela Suécia, de centro-direita, que ficou pelos 142 assentos. 
Trata-se de um governo minoritário que resultou de uma coligação entre o Partido Social-Democrata de centro-esquerda, e o Partido Verde, ecologista. 
Empossado em Outubro de 2014, o governo sueco viu em 2 de Dezembro desse ano ser derrotada pelo Parlamento a sua proposta de Orçamento do Estado, graças aos votos da Aliança de centro-direita e ao Partido dos Democratas Suecos de extrema-direita.
Em 3 de Dezembro, Stefan Löfven anunciou novas eleições parlamentares para Março de 2015 que acabaram por não realizar-se. Porque motivo? Porque tudo foi resolvido graças a um acordo anunciado a 27 de Dezembro e subscrito pelos dois partidos do governo e pelos quatro partidos da oposição da Aliança, com base no qual a oposição absteve-se deixando passar a proposta de orçamento do governo. Este entendimento foi subscrito pelo Partido Social-Democrata, Partido Verde, Partido Moderado, Partido Popular Liberal, Partido do Centro e Partido Democrata-Cristão.

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