quinta-feira, outubro 01, 2015

Mania de escrever: os dois "medos" e as eleições que servem para o que servem

Nada de confusões.
A que se destinam estas eleições? A eleger deputados que depois serão integrados numa estrutura partidária rígida que não admite veleidades. Aliás falou-se de um compromisso a ser assinado pelos candidatos eleitos do PSD. Estou desejando de ver que tipo de compromisso vão assinar.
No caso da RAM o Governo Regional e Miguel Albuquerque não escondem que lhes interessa, e bem, que a actual coligação no poder liderada pelo PSD nacional continue no poder em Lisboa, na esperança que algumas questões pendentes possam ser resolvidas pacificamente ao longo da próxima Legislatura e num ambiente de perfeita harmonia política e pessoal.
Por outro lado, e essa é a verdade dos factos, uma colagem excessiva a Passos pode penalizar eleitoralmente a candidatura madeirense, quer do PSD, quer também, e por tabela, do CDS. Não é por acaso que Passos e Portas se "esqueceram" por uns dias do PS e de Costa para promoverem operações de charme diárias dirigida aos reformados, pensionistas, funcionários públicos, jovens desempregados, no fundo a parcela significativa da sociedade que foi altamente penalizada e que Passos reconhece que ainda não fez as pazes com os partidos da coligação. E que vai continuar distante, não duvidemos disso.
Em causa nestas eleições estarão dois medos diferentes e constantes do discurso político da coligação e do  PS: de um lado o medo de um regresso ao passado socrático e aos governos do PS que a direita responsabiliza pela troika e pela austeridade. Do outro lado, do PS, uma certa lavagem do passado, um branquear de responsabilidades por tudo o que se passou, e apelar ao bom senso das pessoas para a necessidade de um novo ciclo que sustenha a austeridade que não resolve os nossos problemas colectivos.

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