segunda-feira, dezembro 28, 2015

Ex-presidente do Banif diz que anterior Governo “podia ter feito bastante mais”

Na entrevista ao programa Negócios da Semana, da SIC Notícias, Jorge Tomé assegurou que as contas do banco estavam "direitinhas e limpinhas", e que eram regularmente auditadas pelo Banco de Portugal. O ex-presidente do Banif disse também que a venda do banco foi "desastrosa" e defendeu uma investigação criminal ao caso. Em entrevista à SIC Notícias, esta quarta-feira, o antigo presidente do Banif, Jorge Tomé, disse que o anterior Governo podia ter feito "bastante mais" em relação ao banco, visto que desde o início do ano se sabia que havia um défice de capital. "Acho que [em Março] se perdeu uma oportunidade para vender o banco. A ministra das Finanças [Maria Luís Albuquerque] deu-nos toda a recetividade para receber propostas não solicitadas, mas não nos deu a oportunidade de abrir um concurso estruturado de venda porque a seguir meteu-se o calendário político, eleições e mudanças de Governo". O dossier ficou, portanto, em "stand-by, à espera que entrasse o novo Governo e resolvesse isto", explicou o ex-presidente do banco. Na entrevista ao programa Negócios da Semana, Jorge Tomé assegurou que as contas do banco estavam “direitinhas e limpinhas” e que eram “regularmente auditadas pelo Banco de Portugal, que fazia um vigilância diária apertadíssima do crédito, operações financeiras e operações de avaliação de ativos”. O antigo presidente do Banif classificou a solução encontrada para o banco como "desastrosa" - tanto para os trabalhadores como para os investidores e contribuintes - e disse que nunca foi informado sobre toda a operação levada a cabo pelo Banco de Portugal. Na sua opinião, devia fazer-se uma auditoria ao processo de venda do banco ao Santander Totta comparando as várias alternativas que existiam. Jorge Tomé sublinhou ainda que a transferência de ativos para a Naviget - de acordo com a solução encontrada pelo atual Governo e pelo Banco de Portugal para a instituição - vai acabar por ser vantajosa. "O efeito desta solução de passar ativos do antigo Banif para este veículo chamado Naviget ao preço a que estes ativos passaram, obviamente que num processo de venda estes ativos vão gerar mais-valias. Gerando mais-valias, como esse ativo pertence ao fundo de resolução, é óbvio que o fundo de resolução vai ser capitalizado por essa via", afirmou (Expresso)

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