quarta-feira, dezembro 23, 2015

Sondagem: Marcelo dispara e vence à primeira

Uma subida de 4,5 pontos nas intenções de voto atira Marcelo Rebelo de Sousa - pela primeira vez nos estudos da Eurosondagem para o Expresso e SIC - para uma possível vitória logo na primeira volta. Com 52,5%, a possibilidade de vitória logo a 24 de janeiro parece ganhar força, em linha com o que outros estudos têm mostrado, até de forma mais exuberante. De qualquer forma, a possibilidade de uma segunda volta, neste caso apontadas para 14 de fevereiro, não parece provocar um efeito de conjugação de votos à esquerda, bem pelo contrário, cavando o fosso de tal forma que coloca Marcelo acima dos 60%.
Esse é, talvez, o principal dado desta sondagem. Ao contrário do que aconteceu na única vez em que foi preciso recorrer a uma segunda volta, em 1986, entre Freitas do Amaral e Mário Soares, agora não parece haver nenhum candidato à esquerda com capacidade para polarizar toda a sua área política. É claro que essa capacidade só é verdadeiramente verificável depois da primeira volta, tal como aconteceu com Soares, que pouca gente antecipava poder vir a ter o apoio declarado do PCP, como acabou por acontecer.
Ainda assim, e apesar da dificuldade em sondar-se um cenário tão distante, Marcelo fica sempre com uma votação muito expressiva, com 62%, seja contra Maria de Belém, seja contra Sampaio da Nóvoa, os dois candidatos melhor colocados para uma segunda volta. Nesta matéria, nenhum se destaca na capacidade de enfrentar Marcelo numa possível segunda volta. Maria de Belém consegue 37,5% nas intenções de voto numa segunda volta e Sampaio da Nóvoa menos 4 décimas, o que é estatisticamente irrelevante numa sondagem.
BELÉM VS NÓVOA
A luta à esquerda tem, aliás, poucas alterações significativas. Maria de Belém tem uma ligeira descida, mas a subida de Sampaio da Nóvoa é quase residual. Os dois candidatos estão, assim, muito próximos, sem se perceber ainda qual dos dois pode eventualmente descolar. A outra nota de destaque é a baixa votação dos dois candidatos oficiais do Bloco de Esquerda e CDU, partidos com fortes votações nas últimas legislativas. Nem Marisa Matias nem Edgar Silva parecem conseguir congregar os votos fiéis dos seus partidos. Marisa sofre, aliás, uma queda acentuada de 2,1%, um terço das suas intenções de voto da sondagem anterior. Edgar Silva também cai um pouco, ficando quase empatado com a candidata do Bloco.
Tanto Paulo Morais, que sobre um pouco, como Henrique Neto, que apresenta uma descida, estão abaixo dos 2% nesta sondagem.
Num momento em que não se coloca a possibilidade de desistência de qualquer candidato, a maior parte dos eleitores acha que devem ficar todos na corrida. Para os 33% que defendem desistências, as saídas mais indicadas são as de Maria de Belém e Sampaio da Nóvoa e só depois Edgar Silva e Marisa Matias.
Um dos fatores que mais parece beneficiar Marcelo é a ideia que que é o candidato que oferece mais estabilidade política, com um valor impressionante de 62,6%.
FICHA TÉCNICA
ESTUDO DE OPINIÃO EFETUADO PELA EUROSONDAGEM S.A. PARA O EXPRESSO E SIC, de 16 a 21 de Dezembro de 2015. ENTREVISTAS TELEFÓNICAS, REALIZADAS POR ENTREVISTADORES SELECIONADOS E SUPERVISIONADOS. O UNIVERSO É A POPULAÇÃO COM 18 ANOS OU MAIS, RESIDENTE EM PORTUGAL CONTINENTAL E HABITANDO LARES COM TELEFONE DA REDE FIXA. A AMOSTRA FOI ESTRATIFICADA POR REGIÃO: NORTE (20,5%) — A.M. DO PORTO (13,9%;); CENTRO (28,6%) — A.M. DE LISBOA (27,1%) E SUL ( 9,9%), NUM TOTAL DE 1.515 ENTREVISTAS VALIDADAS. FORAM EFETUADAS 1.867 TENTATIVAS DE ENTREVISTAS E, DESTAS, 352 (18,9%) NÃO ACEITARAM COLABORAR NESTE ESTUDO. A ESCOLHA DO LAR FOI ALEATÓRIA NAS LISTAS TELEFÓNICAS E O ENTREVISTADO, EM CADA AGREGADO FAMILIAR, O ELEMENTO QUE FEZ ANOS HÁ MENOS TEMPO, E DESTA FORMA RESULTOU, EM TERMOS DE SEXO: FEMININO — 51,4%; MASCULINO — 48,6% E, NO QUE CONCERNE À FAIXA ETÁRIA DOS 18 AOS 30 ANOS — 18,7%; DOS 31 AOS 59 — 50,4% E COM 60 ANOS OU MAIS — 30,9%. O ERRO MÁXIMO DA AMOSTRA É DE 2,52%, PARA UM GRAU DE PROBABILIDADE DE 95%. UM EXEMPLAR DESTE ESTUDO DE OPINIÃO ESTÁ DEPOSITADO NA ENTIDADE REGULADORA PARA A COMUNICAÇÃO SOCIAL (Expresso, texto do jornalista Ricardo Costa)

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