O processo do Banif contra a TVI ainda não deu entrada em tribunal, na
véspera de fazer um mês da notícia daquela estação de televisão sobre o
encerramento do banco, apurou o Económico. Apesar do processo ainda não ter dado entrada, essa acção chegará a
tribunal muito em breve, apurou ainda o Económico. A motivar a queixa está uma notícia avançada a 13 de Dezembro, domingo,
pela TVI24. A informação, transmitida em rodapé, dava conta de que o
encerramento do Banif estava pronto a realizar e que os depósitos não estavam
assegurados.
No bloco informativo seguinte a TVI24 esclareceu e desenvolveu a notícia,
mas as primeiras informações divulgadas levantaram grandes preocupações junto
dos investidores, que na segunda-feira seguinte iniciaram uma corrida aos
balcões.
A estação de televisão pediu desculpa por ter induzido os espectadores
em erro e publicou um esclarecimento sobre a situação, onde lamentou a que a
notícia relativa ao banco que divulgou em rodapé na emissão da TVI24 (o canal
de informação do grupo) no domingo à noite "não tenha sido totalmente
precisa e esclarecedora", podendo "ter induzido conclusões erradas e
precipitadas sobre os destinos daquela instituição financeira".
Contudo, esse esclarecimento não foi suficiente para o conselho de
administração do Banif. "A TVI vem agora pedir desculpa aos seus
espectadores bem como aos clientes, trabalhadores e acionistas do Banif,
desmentindo as notícias infundadas que desde domingo tem vindo a
divulgar", lê-se na nota enviada pelo Banif à comunicação social, que
adiantava que o grupo ia recorrer à justiça, divulgada pouco depois de ter sido
publicado o esclarecimento pela estação de televisão.
"O Conselho de Administração do Banif reitera que tudo fará para
fazer valer na justiça os danos irreparáveis causados ao Banif, pela forma
irresponsável e deontologicamente reprovável como, sem qualquer preocupação
pelo apuramento da verdade, publicaram afirmações erradas com graves
consequências para a atividade do banco", informou a entidade, na altura
ainda liderada por Jorge Tomé. O ainda presidente do Banif, em entrevista à RTP Madeira a 15 de
Dezembro, teceu duras críticas ao canal, dizendo que a informação avançada pela
TVI "não é fundada" e é "tendenciosa", abalando a confiança
dos investidores.
“Veio perturbar todo um processo estruturado que está em curso, em que a
posição do Estado está a ser vendida”, explicou Jorge Tomé. Os activos saudáveis do Banif foram entretanto vendidos, a 21 de
Dezembro, ao Santander por 150 milhões de euros e os activos considerados
"tóxicos" passaram para uma sociedade gestora. Foi ainda realizada
uma injecção de capital de 2,2 mil milhões de euros. Jorge Tomé, depois de sair da liderança do Banif, disse em entrevista à
SIC que a venda foi feita num “contexto um bocado estranho”. O Banco de Portugal veio hoje esclarecer, depois de notícias que davam
conta do interesse de fundos no Banif, com propostas superiores à do Santander,
que só seriam aceites propostas de bancos e que o Santander foi o único a apresentar
uma proposta vinculativa (Económico, pela jornalista Cátia Simões)
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