quarta-feira, fevereiro 17, 2016

Opinião: A Banca europeia recebeu mais de 661 mil milhões de euros desde 2008 e pode estar à beira de uma nova crise generalizada

A desconfiança continua a rodear uma actividade que, de acordo com estimativas da Comissão Europeia, recebeu 661 mil milhões de euros em auxílios estatais desde 2008, sem esquecer as injecções directas de liquidez sem precedentes por parte do Banco Central Europeu (BCE). Vários sinais de incerteza surgiram, primeiro com o banco francês Societe Generale depois pelo Riksbank, o banco central sueco. E nem sequer falo na crise em Portugal com o BES e o Banif. Os especialistas admitem que em 20916 pelo menos mais dois bancos nacionais possam enfrentar graves problemas que neste momento estarão a ser disfarçados para evitar o pânico. A que se junta a especulação em torno do próprio Banco da Alemanha. Em termos bolsistas há bancos que têm sido penalizados, casos da Société Générale, do BBVA, do Unicredit, do Santander, do Intesa Sanpaolo, do já referido Deutsche Bank, do BNP Paribas, e do ING. Quedas que variaram entre os 2,5% e os 6%.A Comissão Europeia reconhece também que até este momento o valor dos bancos europeus no mercado ter-se-á depreciado em pelo mais de 300 mil milhões de euros.

Para além do caso português – Novo  Banco e BANIF – as autoridades europeias seguem com apreensão e incerteza a situação do sector bancário italiano, particularmente a multiplicação das dúvidas sobre a amplitude real do volume de empréstimos acumulados pelas instituições de Itália da ordem dos 200 mil milhões de euros e que poderão resultar em dificuldades de recuperação. Bruxelas destaca o facto de vários países terem criado um sistema de "bancos maus" para limpar e fortalecer o sector.
A segunda preocupação tem a ver com o banco da Alemanha sobretudo se se confirmarem as suspeitas sobre a capacidade do Deutsche Bank em pagar os juros sobre suas obrigações convertíveis (Cocos), depois de anunciar prejuízos de cerca de 6.800 milhões de euros em 2015.
Estes ingredientes estão alimentando uma enorme incerteza, a ponto de haver já quem compare a situação actual até com a crise de 2008 e a falência histórica do Lehman Brothers. Recordo que em consequência dessa crise do sistema bancário "o sistema financeiro, especialmente na Europa, entrou em colapso. Parece que, apesar dos muitos testes de stress, os bancos ainda têm algo nos seus balanços que impede qualquer manifestação de confiança por parte dos investidores. Os especialistas dizem que os problemas com o sector na Europa transcendem as dificuldades com a banca espanhola (LFM)
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Governo prevê injetar mais de 560 milhões de euros no BPN

Quase oito anos depois nacionalização, o buraco do BPN continua a aumentar. Só este ano o Governo prevê injetar mais de 560 milhões de euros nas sociedades que resultaram da queda do banco. Se o Orçamento do Estado para este ano for concretizado, no final de 2016 os contribuintes já terão gasto mais de três mil milhões de euros com BPN (Expresso)

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