terça-feira, fevereiro 16, 2016

Os porta-vozes e as tontices do costume

Há muitos anos que assistimos a uma situação que é tão caricata quão idiota. Quando determinada ocorrência envolve diversas entidades públicas, sejam elas policiais, corporações de bombeiros, estruturas da marinha ou de outro qualquer ramo das forças armadas, demais estruturas de socorro ligadas à protecção civil, somos obrigados a ter que aturar o martelar de determinados porta-vozes que em vez de se cingirem à notícia e aos factos, perdem um tempo enorme a enumerar as entidades presentes no local, os meios envolvidos, etc, etc, como se isso interessasse alguma coisa para as pessoas. Afinal o que é mais importante: factos, informações úteis ou o enumerar de quem está presente no local dos acontecimentos?!
Ainda esta semana, a propósito do desaparecimento de duas crianças no Tejo, um ilustre medalhado da marinha veio para as televisões e demais meios de informação com a lenga-lenga do costume: eram não sei quantos sapadores para li e bombeiros para acolá, eram não sei quantos polícias marítimos para ali e INEM para acolá, eram não sei quantas lanchas da marinha para ali e helicópteros para acolá, uns e outros envolvidos na busca (queriam que o exercito fosse fazer isso com tanques ou a Força Aérea usasse os F-16?) no rio, eram bombeiros a percorrer a costa para acolá, etc, etc, um infindável exercício de tontice pura que não importa rigorosamente nada a ninguém, quando o que estava (está) em causa era saber a sorte da mãe e das crianças desaparecidas, elas sim, os protagonistas da notícia e a causa dos factos. Afinal todas essas instituições civis, militares, policiais, de protecção civil, etc, quando vão a locais exercer a sua actividade não fazem mais do que o seu dever? Então, deixem-se de asneiradas próprias do 3º mundo. Ainda por cima, o que não deixa de ser ainda mais caricato e idiota, quando é sabido que estes vícios da auto-promoção institucional acabam por ser alimentados pela comunicação social - que devia ter cortado estas tretas quando tinha condições para o fazer - já que falamos de uma conversa que não interessa a ninguém,pelo contrário geram, por via da omissão, amuos institucionais e mesmo pessoais. E já vimos (e ouvimos) esses porta-vozes em declarações posteriores, rectificarem (!) a relação das entidades e/ou dos meios presentes no local apenas para resolverem essa omissão cometida, só porque em declarações iniciais se esqueceram de uma corporação de bombeiros qualquer, de um auto.tanque ou de uma ambulância! Por amor de Deus, basta de tanta mediocridade (LFM)

Sem comentários: