quarta-feira, abril 06, 2016

O que são os 'Papéis do Panamá'

São 11,5 milhões de documentos que revelam um esquema global de enriquecimento ilícito e lavagem de dinheiro que envolve chefes de Estado, banqueiros e celebridades internacionais que usaram paraísos fiscais para esconder dinheiro e património. A investigação aos Papéis do Panamá começou quando o jornal alemão Suddeutsche Zeitung recebeu ficheiros com 2.6 terabytes (ou seja dois mil e 600 gigas) de informação retirada da empresa Mossack Fonseca, um escritório de advocacia com sede no Panamá.
Os documentos, que incluem e-mails, formulários, recibos e outra documentação, mostram como esta empresa - que oficialmente se dedica a gerir fortunas - ajuda desde há décadas clientes de todo o mundo a pôr os seus bens e as suas fortunas a salvo de impostos, recorrendo a paraísos fiscais.   O jornal alemão solicitou a colaboração do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ, sigla em inglês) para analisar os 11,5 milhões de documentos. Uma equipa de 100 jornalistas de vários países analisou a informação e encontrou bens em paraísos fiscais de 140 políticos ou personalidades de destaque de todo o mundo. Os Papéis do Panamá 72 atuais e antigos chefes de estado O esquema revelado no último domingo inclui nomes de 72 atuais e antigos chefes de estado, entre eles o presidente da Rússia, Vladimir Putin. São visados ainda os chefes de Estado da Islândia, Paquistão e Ucrânia. Existe um nome português envolvido, o empresário Idalécio de Castro Rodrigues de Oliveira, ligado ao setro petrolífero. O seu nome já tinha sido referido na investigação da justiça brasileira do caso Lava Jato. Em janeiro, a Mossack Fonseca começou a ser alvo de escrutínio de dois países – Alemanha e Brasil. Os procuradores brasileiros, que qualificaram a como uma "grande branqueadora de capitais", ligaram a empresa à operação Lava jato (ainda em curso no Brasil) e anunciaram que cinco elementos do escritório da Mossack Fonseca no Brasil seriam formalmente acusados pela participação no esquema de corrupção. Os documentos dizem respeito a um longo período: desde os anos 1970 até aos dias de hoje (texto do jornalista do  Correio da Manhã,  José Carlos Marques)

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