quinta-feira, abril 07, 2016

Opinião: SDM e a a necessidade de dizer o que não foi dito até este momento

Continuo a afirmar que a SDM, em determinados momentos onde a pressão é maior sobre o CINM, demora tempo demasiado a reagir quando as primeiras notícias polémicas e passíveis de gerar controvérsia começam a surgir. Não sei se essa é a orientação da empresa concessionária. Desconheço se há quem acha, mal e porcamente, que essa estratégia de meter a cabeça na areia até ver como as coisas andam, é a melhor.
Acho muito sinceramente que o CINM foi no passado, noutros momentos  de polémica sobre os offshores mundiais, tal como corre o risco de voltar a ser de novo penalizado ou arrastado para uma atenção mediática desnecessária, com esta revelação dos "Panamá Papers".  Se acham que esta orientação, em ter,os comunicacionais e de gestão da crise - leiam os manuais por favor - é a adequada, acho absolutamente lamentável.
Neste caso concreto a SDM não disse, segundo creio - não me foi enviado o comunicado ou "carta aberta" (uma empresa como a SDM não publica cartas abertas, emite comunicados ou faz esclarecimentos ou notas de imprensa) quando era suposto que todos os que emitem opinião o recebessem.
Neste momento, retenho algumas ideias:
  • - o CINM não é uma praça financeira nem é uma offshore;
  • - o CINM não tem actividade bancária pelo menos nos moldes que terminaram em 2011;
  • - contudo o CINM foi envolvido recentemente em casos surgidos em Espanha, protagonizados por dois jogadores espanhóis - Xavi Alonso e Macherano - por via de empresas detentoras dos direitos de imagem dos referidos jogadores, empresas essas registadas no referido CINM (os "Panamá Papers" falam de Messi e de outros desportistas mas pelos vistos o problema não é exclusivo daquelas bandas);
  • - poque não é dito, de uma vez por todas, que o Governo Regional da Madeira, detentor de 20% da concessionária do CINM, não vendeu coisa nenhuma ao empresário Dionísio Pestana que é detentor, segundo creio de 75% do capital da empresa? Porque razão ninguém explica que investidores americanos que inicialmente estiveram associados ao processo de dinamização da então Zona Franca da Madeira (criada em 1980 e regulamentada seis ou sete anos depois)e que terão vendido àquele empresário a participação na empresa, essa sim "oferecida" aos referidos investidores;
  • - a SDM tem conhecimento, sim ou não, e basta isso, de qualquer envolvimento da empresa com sede do  Panamá - a Mossak e Fonseca - em negócios ou actividade realizadas no quadro do CINM? Teve no passado, nomeadamente quando a actividade das sucursais financeiras bancárias era permitida, alguma relação com o CINM?
O que se quer saber, neste momento e nesta fase, é apenas isto. O resto é um trabalho paralelo que pode ser feito mas que não adianta rigorosamente nada ao assunto. O que nos faltava é que em Maio, quando todos este processo for divulgado num extenso dossier de milhares de páginas, a SDM ou o CINM fossem citados (LFM)

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