Os resultados confirmam as teses académicas segundo as quais em Portugal
é política e socialmente incorreto assumir publicamente comportamentos baseados
na cor da pele. A pergunta da Eurosondagem é clara e direta: “Considera-se
racista?” A resposta de 16,4% dos inquiridos não deixa de ser brutal e
surpreendente: “Sim, sou racista”. A grande maioria (72,9 %), responde que não
são racistas e quase 11% dos entrevistados não sabem ou não respondem. Estes
resultados confirmam as teses académicas segundo as quais em Portugal é
política e socialmente incorreto assumir publicamente comportamentos baseados
na cor da pele. Repare-se que, à pergunta “Acha que os portugueses são racistas?”,
o “não” desce para 44,5% e o “sim” sobe para 43,7 %.
Quase 60 por cento dos
inquiridos aceitariam que o filho ou a filha namorasse com alguém negro. Pelo
contrário, 26,1% respondem que não aceitariam apoiar tal hipótese. Os restantes
14,4% não sabem ou não querem responder sobre o que fariam numa situação
dessas. Cruzando perguntas e respostas, conclui-se que a grande maioria dos
portugueses não assume ser racista, mas, uma grande percentagem (43,7%)
considera que o racismo existe em Portugal, mas está nos “outros”. Este estudo
de opinião foi realizado para o programa que a SIC vai estrear na próxima
segunda-feira. O programa “E Se Fosse Consigo?”, que marca o regresso de
Conceição Lino à informação do canal, pretende confrontar os portugueses com os
seus próprios preconceitos. O primeiro tema é precisamente sobre o racismo em
Portugal. O programa será emitido na SIC e na SIC Notícias em simultâneo,
seguindo-se um debate no canal de informação.
FICHA TÉCNICA
Estudo de opinião efetuado pela Eurosondagem S.A. para o Expresso e SIC,
de 7 a 13 de ABRIL de 2016. Entrevistas telefónicas, realizadas por
entrevistadores selecionados e supervisionados. O universo é a população com 18
anos ou mais, residente em Portugal Continental e habitando em lares com
telefone da rede fixa. A amostra foi estratificada por região: Norte (20,5%) —
A.M. do Porto (14,4%); Centro (28,3%) — A.M. de Lisboa (27%) e Sul (9,8%), num
total de 1026 entrevistas validadas. Foram efetuadas 1237 tentativas de
entrevistas e, destas, 211 (17,1%) não aceitaram colaborar neste estudo. A
escolha do lar foi aleatória nas listas telefónicas e o entrevistado, em cada
agregado familiar, o elemento que fez anos há menos tempo, e desta forma
resultou, em termos de sexo: feminino — 50,3%; masculino — 32,2% e no que
concerne à faixa etária dos 18 aos 30 anos — 17,5%; dos 31 aos 59 — 52,4%; com
60 anos ou mais — 30,9%. O erro máximo da amostra é de 3,06%, para um grau de
probabilidade de 95%. Um exemplar deste estudo de opinião está depositado na Entidade
Reguladora para a Comunicação Social (Expresso)
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