sábado, maio 28, 2016

António Costa acompanha "com particular cuidado" situação de portugueses na Venezuela

Na Venezuela continuam os protestos contra o governo de Nicolás Maduro. Centenas de alunos da Universidade Central manifestaram-se esta sexta-feira em Caracas. Entretanto, o primeiro-ministro, António Costa, afirmou que o Governo está a acompanhar "com particular cuidado" a situação da comunidade portuguesa na Venezuela, tendo-se já reunido com representantes dessa comunidade e com o Governo do país. Esta terça-feira centenas de manifestantes tentaram entregar uma carta de reivindicações ao ministro do Ensino Superior, mas foram impedidos por um cordão policial. Exigem um esforço do Governo para não deixar as universidades fecharem. Queixam-se da falta de verbas para pagar salários a professores e funcionários. E deixara o aviso que se dentro de uma semana ainda não houver solução à vista, voltam às ruas.

Entretanto, o primeiro-ministro, António Costa, disse que está a acompanhar "com particular cuidado" a situação da comunidade portuguesa na Venezuela. "Acompanhamos naturalmente com particular cuidado a situação de uma comunidade muito significativa e que está a viver num país numa situação muito complexa", afirmou António Costa no debate quinzenal no parlamento, em resposta a uma pergunta da líder do CDS-PP, Assunção Cristas.
O chefe de Governo afirmou que "o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas teve ocasião já de se deslocar à Venezuela, de se reunir com o Governo venezuelano, de reunir com a comunidade dos portugueses que vivem na Venezuela".
Assunção Cristas tinha-se referido ao degradar da situação na Venezuela e questionado o primeiro-ministro sobre o que tem sido feito pelo governo português, junto do executivo venezuelano e através dos canais diplomáticos para "assegurar proteção" à comunidade portuguesa, que é de cerca de 400 mil pessoas.
No início de maio, o secretário de Estado das Comunidades fez uma visita de quatro dias à Venezuela, no final da qual disse à agência Lusa que a comunidade portuguesa radicada no país está "com receio" em relação ao futuro do país e quer que as autoridades venezuelanas ofereçam segurança para continuarem com os seus investimentos.
"Estão na expectativa de que as autoridades políticas venezuelanas possam dar garantias de segurança, por forma a que esses portugueses que aqui construíram as suas vidas, possam continuar a investir", disse José Luís Carneiro. Durante a sua deslocação, José Luís Carneiro manteve contactos com as autoridades locais e com portugueses radicados nas cidades de Caracas, Maracay e Valência.
"Levo, por um lado, a imagem de portugueses inseridos na vida social, cultural, económica e empresarial deste país. Portugueses que têm nas suas mãos a participação nalguns dos setores mais relevantes na vida económica e empresarial da Venezuela, nomeadamente nos setores alimentar e da indústria do medicamento, e também nos setores energéticos, das infraestruturas e obras públicas, portugueses que querem vencer as dificuldades que conhecem na Venezuela", disse. Por outro lado, explicou ter tido, em encontros com empresários, "a perceção de que é necessário estabelecer uma relação mais profunda, do ponto de vista institucional", entre os dois países, encarando com bons olhos a possibilidade de reatar a Comissão Mista de Acompanhamento Bilateral, que deverá reunir-se em junho em Portugal. Essa reunião, disse, servirá "para avaliar os termos da cooperação económica, empresarial e cultural, com a Venezuela, mas ao mesmo tempo também (...) servirá de impulso e esta cooperação, garantindo níveis de cooperação institucional indispensáveis para as empresas que têm investimentos na Venezuela" (SIC-Notícias)

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