“Nunca estive em nenhuma obra de inauguração, nem de
estradas, nem de auto-estradas, nem de pontes, nem de coisa nenhuma. Estaria lá
com certeza o senhor ministro da Economia em representação do Governo.” A afirmação é do ex-governante Pedro Passos Coelho,
que garantiu, na sexta-feira que, se fosse primeiro-ministro, "não
estaria" na inauguração do túnel do Marão. “Creio que o túnel do Marão é
uma obra bastante consensual em Portugal. Não vale a pena reclamar louros sobre
ela. Mesmo que eu fosse primeiro-ministro, coisa que hoje não sou, e a obra
fosse inaugurada amanhã, eu não estaria lá", referiu Pedro Passos Coelho.
Mas os factos contradizem a afirmação do presidente do
PSD. Há inaugurações para todos os gostos no currículo de Passos Coelho
enquanto primeiro-ministro: em Agosto de 2015, inaugurou a Ponte da Foz do Rio
Dão, no IP3, uma obra localizada entre Mortágua e Santa Comba Dão, que custou
mais de 10 milhões de euros.
Um mês antes, Passos Coelho presidiu à cerimónia de
inauguração dos Edifícios Centrais do Parque Tecnológico de Óbidos onde estão
instaladas cerca de 60 empresas. O então primeiro-ministro apelidou a obra, que
correspondeu a um investimento de 60 milhões de euros, de "exemplo
emblemático" do que poderia ser feito no país. Em Março de 2014, inaugurou a sede da Polícia Judiciária,
em Lisboa, e o Centro de Investigação e Desenvolvimento de Jogos Digitais
(Digital Games Lab) do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA), em
Barcelos. Em Setembro do mesmo ano inaugurou o novo quartel de
Estremoz da GNR e em Dezembro marcou presença na inauguração de um novo
hospital privado em Vila do Conde, onde teve que contornar os manifestantes que
entoavam cânticos de protesto ao governo. Passos Coelho com o então ministro da Saúde, Paulo
Macedo, na inauguração do hospital privado Senhor do Bonfim, em Vila do Conde. O antigo primeiro-ministro José Sócrates acusou Pedro Passos Coelho de "não ter compreendido o simbolismo da
inauguração do túnel do Marão", depois de Passos Coelho ter recusado o
convite para estar presente, por razões de "agenda" (Renascença)
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