Há sete meses, Dana Milbank garantiu que comia um artigo de opinião se
Donald Trump fosse nomeado candidato pelo Partido Republicano. Isso ainda não
aconteceu, mas ele já cumpriu a promessa. “Trump vai perder. Ou então como este
artigo”. Quando decidiu dar este título a um artigo de opinião que escreveu em
outubro do ano passado, Dana Milbank estava longe de pensar que Donald Trump ia
mesmo levar a candidatura à presidência americana até ao fim. Estava longe de
pensar que o milionário a levasse até à muitíssimo provável nomeação pelo
Partido Republicano.
Estava longe de pensar que teria de comer as suas
palavras. Mas teve. A promessa do colunista do Washington Post, um dos mais
influentes daquela publicação, era mesmo para levar a sério, como explicou num
novo artigo, escrito na semana passada. “Há sete meses disse que comeria o meu
artigo, papel e tinta, se Trump conseguisse a nomeação, presumindo que os
eleitores republicanos eram melhores do que Trump. Os votantes republicanos
desiludiram-me.” Dito e feito. “Con gusto“, assumiu Dana Milbank, que na
quinta-feira tomou uma refeição de nove pratos com o artigo impresso — e em
direto para o mundo inteiro no Facebook. E nem esperou pela convenção
republicana que deverá nomear Trump em julho. O ar apetitoso dos pratos que
Dana comeu deve-se ao chef Victor Albisu, especializado em comida mexicana.
Juntamente com um crítico gastronómico do Washington Post, Dana degustou
ceviche, chilaquiles, um taco, um hambúrguer de peixe, um bife, dim sum e um
falafel. Todos os acepipes tinham pedaços de jornal. E tudo foi acompanhado por
um Sauvignon Blanc da marca Trump, que produz vinho no estado da Virgínia. “Isto
é bem melhor do que gasolina, mas não é tão bom como vinho a sério”, comentou.
No fim, depois de beber um café filtrado em papel de jornal, Dana
Milbank admitiu que a tarefa não tinha sido assim tão penosa. “Pelos vistos não
é difícil comer as nossas palavras. Não foi totalmente indolor, mas seguramente
muito menos doloroso do que serão para todos nós os meses que aí vêm”, disse.
Para rematar estas palavras, tomou se seguida um medicamento contra a azia
(Observador)
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