quarta-feira, julho 13, 2016

Afinal quais são os problemas da Europa? Mercado empurra a banca portuguesa e italiana para o resgate...

Em artigo o jornal espanhol Cinco Dias adianta que o Brexit teve a capacidade de por à tona os problemas de capital com que se depara a banca portuguesa e italiana. As vendas maciças em bolsa que começaram a 24 de Junho, dia a seguir ao referendo britânico, puseram a descoberto e colocaram de novo a banca como protagonista das turbulências do mercado. Aquele jornal espanhol escreve que os bancos italiano Monte Dei Paschi, Banca Popolare e Unicredit sofreram quebras em bolsa superior a 30%, só superados pela banca grega. O Cinco Dias cita um gestor de um banco americano em Londres a afirmar que “na Europa não houve uma solução drástica de recapitalização dos bancos como sucedeu em 2008, nos Estados Unidos. As melhores soluções foram as apresentadas por Espanha e Irlanda, mas agora faz falta capitalizar em Itália e em Portugal”.

Também o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker chegou a alertar para os riscos na banca depois do brexit, numa clara alusão à banca italiana. Alias, o executivo italiano liderado por Matteo Renzi já estimou serem necessários 40 mil milhões de euros para reforçar o capital dos bancos em Itália. Ainda em Abril, o governo italiano anunciou a criação de um banco mau, com uma dotação entre 5 a 6 mil milhões de euros. Mas este não chega para dar resposta à desconfiança dos investidores. Fontes contactadas pelo Cinco Dias adiantam ter esperança de que o “brexit acelere todo o processo”. O jornal estende depois a sua análise a Portugal para adiantar que “a banca portuguesa é o outro calcanhar de Aquiles da banca europeia”. E prossegue o Cinco Dias “o governo socialista de António Costa enfrenta a crescente pressão da Alemanha para que solicite um segundo resgate com o argumente de que as medidas para recortar o deficit são insuficientes.  E os seus bancos suportam um risco que disparou acima dos 300 pontos base”.
Identificados os principais focos de instabilidade para o conjunto da banca europeia, a grande dúvida dos investidores é saber quem colocará o dinheiro nas entidades mais débeis. A Comissão Europeia e o BCE defendem um resgate sem dinheiro público em que o custo seja assumido pelos accionistas e pelos credores. O problema reside na grande  exposição dos pequenos investidores.
Também a banca espanhola é alvo de análise, com a publicação a citar uma fonte de uma entidade espanhola a afirmar que “o mercado é liderado por 'hedge funds' que não fazem análise séria da realidade em cada entidade”. Os dados são comuns a todos: Santander e Sabadell com forte exposição ao Reino Unido, caem desde o brexit 17% e 20% respectivamente. Bankinter, Popular, CaixaBank e BBVA  expostos a Portugal em maior ou menor grau, perdem mais de 10%. As dúvidas do mercado sobre a saúde da banca italiana tem um nome: Banca Monte Paschi di Siena. O banco que é a terceira maior entidade do país por volume de crédito reconheceu ontem que o BCE solicitou que reduza a sua carteira de empréstimos em 30% durante os próximos três anos. O banco terá que apresentar no próximo dia 3 de Outubro de 2016, um plano para reduzir o rácio de empréstimos improdutivos sobre o volume total de crédito até 20% em 2018. No caso português, o jornal espanhol fala da Caixa Geral de Depósitos e na injecção de capital de que esta necessita à volta de 4 mil milhões de euros. Uma decisão que está pendente do BCE. Também o nome do BCP é focado no artigo com este a dizer que a situação naquele banco é também complexa na medida em que “tem que pagar uma emissão de cocos de 750 milhões de euros dentro de um ano, mas o mercado duvida que o BCE o permita sem que antes o BCP reforce o capital” (Económico)

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