terça-feira, julho 12, 2016

Opinião: um ministro das finanças meio tonto. Qualquer que seja a sanção imposta a Portugal não é uma vergonha para o nosso país?

O Conselho de Ministros das Finanças da União Europeia (Ecofin) decidiu hoje em Bruxelas, que Portugal e Espanha vão ser alvo de sanções por não terem adoptado "medidas eficazes" para corrigirem os respectivos défices excessivos. Portugal tem agora 10 dias para apresentar a sua defesa e a Comissão Europeia tem 20 dias para decidir quais as multas a aplicar aos prevaricadores.
Quer isto dizer que os Estados-membros da zona euro aceitaram e adoptaram as recomendações da Comissão Europeia, que acusou os dois países de não terem realizado os esforços orçamentais suficientes, falhando as metas para a saída dos respectivos Procedimentos por Défice Excessivo (PDE), que no caso de Portugal deveria ter acontecido em no final de 2015.
Aliás o Ecofin esclareceu hoje que "as decisões do Conselho desencadearão sanções, ao abrigo do PDE". Parece que os objectivos de Madrid e Lisboa não é combater a sanção, porque essa parece irreversível, mas tentar que a multa a aplicar não envolva penalizações financeiras nem o bloqueio, no caso de Portugal, de 500 a 700 milhões de euros dos fundos estruturais!

Confesso que não entendo nada disto. O problema que se coloca não é saber se as sanções serão efectivas ou nenhumas. O problema é que a Europa, numa crise profunda, de identidade, de valores, de unidade interna, uma crise económica, financeira e orçamental, quando é revelado que a banca europeia precisa de um tremendo resgate da ordem dos 150 a 180 mil milhões de euros, a burocracia merdosa de Bruxelas, refém de uma corja de bandalhos que não foram sequer eleitos, mas antes nomeados graças a jogos de interesses e negociatas mafiosas entre países, pressionar governos legítimos e parlamentos nacionais eleitos directa e democraticamente pelas populações.
Eu acho vergonhoso que em Portugal a geringonça de esquerda e o PSD-CDS se divirtam há semanas a tentar acusar-se mutuamente sobre as responsabilidades de quem neste processo, quando em Bruxelas há uma clara intenção, assente numa deliberada e inegável motivação ideológica e política, de criar problemas ao actual governo português. E não duvidemos disso.
Caso Bruxelas aplique multas a Portugal e Espanha, os dois países ibéricos deviam imediatamente concertar posições - o que não será nada fácil dado que em Espanha o retrógrado e fundamentalista  Rajoy, que ganhou as eleições embora não consiga formar governo, dificilmente aceitará negociar com os socialistas portugueses - para vingarem essa decisão e bloquearem, quando ninguém esperar, processos de decisão que venham a ocorrer no futuro, como vai acontecer com o apoio ao sector bancário europeu, entre outros. Com as sanções, as coisas não podem ficar como antes. Doa a quem doer, temos de reagir.
As sanções, sejam elas efectivas ou zero serão sempre uma vergonha para os países penalizados.
Por isso, não entendo as prioridades de Costa nem a satisfação idiota do nosso estranho ministro das finanças que acha que as sanções serão só a brincar e que a Europa alguma vez abdicará de receber medidas de mais austeridade por parte do governo português a incluírem no OE para 2017. Se é que já este ano não teremos uma crise política caso Bruxelas aumente a pressão e exija já este ano medidas de contenção concretas.
Afinal, e bem vistas as coisas, desde quando qualquer que seja a sanção imposta por Bruxelas a Portugal não é uma vergonha para o nosso país? (LFM)

3 comentários:

Jorge Figueira disse...

O Centeno pelos vistos é meio tonto. Haverá algum totalmente tonto no meio de tudo isto?

Ultraperiferias - Madeira disse...

Politicamente falando. Um desastre absoluto

Jorge Figueira disse...

Veremos se o Centeno na hora da saída não justifica convenientemente as opções que tomou.
Aí sim, podemos falar em desastre. Centeno ainda está a tempo de arrepiar caminho.
Conhecessem alguns casos de políticos que, ignorando avisos de que iam bater com os burrinhos na água - batiam eles e quem neles acreditou - persistiram na sua.
Depois na hora de se explicarem, esconderam-se.