segunda-feira, julho 18, 2016

Turquia: Erdogan o "amigalhaço" do peito dos jornalistas e das redes sociais...

  • O representante da ONG Repórteres sem Fronteiras na Turquia, considera que a política do presidente Recep Tayyip Erdogan é uma ameaça a jornalistas e à liberdade de expressão. A declaração feita após a libertação dos jornalistas Can Dündar e Erdem Gul, ambos do jornal oposicionista Cumhuriyet, que estavam presos desde 26 de novembro de 2015. O Ministério Público de Istambul acusou Dündar e Gul de espionagem e exigiu a prisão perpétua de ambos. O Tribunal Constitucional da Turquia decidiu que a detenção dos jornalistas se tratava de uma violação dos seus direitos e ordenou a libertação até que fosse conhcida a sentença judicial. Erdogan manifestou-se contra a decisão do Tribunal. A prisão dos jornalista aconteceu após o jornal em que trabalham ter divulgado em Maio de 2015 imagens e um vídeo mostrando uma suposta ajuda da agência de inteligência turca para enviar armas para a Síria. De acordo com as autoridades, os caminhões transportavam ajuda humanitária aos turcomanos sírios (Março de 2016)

  • Recep Tayyip Erdogan, o Presidente da República da Turquia, deixou alguns avisos ao Tribunal Constitucional do seu país, descontente com a libertação de Can Dündar e Erdem Gül, dois jornalistas acusados de espionagem contra o Estado turco. Erdogan disse estar dececionado com a decisão, que considerou contrária aos interesses do país. “Espero que o Tribunal Constitucional não volte a tomar esses caminhos, pois tal situação daria origem a um debate sobre a legitimidade da existência deste órgão”, disse o Presidente turco (Março de 2016)
  • O jornalista turco Can Dündar, um crítico do governo de Erdogan, escapou ileso a um ataque com arma de fogo à saída do tribunal onde está a ser julgado por alegadamente ter revelado segredos de Estado. De acordo com uma testemunha, o atacante visou Dündar à saída do tribunal, em Istambul, disparando três tiros que falharam o jornalista, mas que terão atingido um outro repórter que cobria o julgamento. O ataque ocorreu em frente do Palácio da Justiça e foi registado pelas câmaras de televisão que cobriam o processo de Can Dündar, editor-chefe do diário Cumhuriyet. Aos gritos de “traidor”, o atacante fez uma série de disparos contra o jornalista, tendo de seguida largado a arma, rendendo-se calmamente à polícia. Face a estas acusações, os dois jornalistas arriscam uma pena de prisão perpétua num processo que está a ser visto como emblemático das ameaças que enfrenta a liberdade de imprensa na Turquia. O presidente turco acusou os dois jornalistas de procurarem atingir a reputação da Turquia e ameaçou Dündar com um “preço alto” pelas suas acções, o que levantou na oposição o receio de que o processo esteja a ser politizado (Maio de 2016)
  • Can Dundar e Erdem Gül, dois jornalistas da oposição turcos, foram condenados por um tribunal de Istambul a, respectivamente, 5 anos e dez meses e 5 anos de prisão em um julgamento emblemático para a liberdade de imprensa na Turquia. Os dois homens foram absolvidos da acusação de "espionagem", mas foram condenados por "divulgar segredos de Estado" por revelarem que o governo islâmico-conservador do presidente Erdogan forneceu armas a grupos jihadistas na Síria, segundo a imprensa turca. "Vamos continuar a fazer o nosso trabalho de jornalista, apesar de todas essas tentativas de calar-nos. Somos obrigados a preservar a coragem em nosso país", declarou a jornalistas Dundar após o veredicto. Os dois jornalistas publicaram em Maio de 2014 uma reportagem, com fotos e um vídeo, sobre a entrega de armas aos rebeles islâmicos sírios em Janeiro de 2014. A reportagem provocou a revolta de Erdogan, que desde o início do conflito sírio nega que a Turquia apoie os movimentos radicais contrários ao governo de Bashar al-Assad (Maio de 2016)
  • Os seguranças de Erdogan expulsaram um jornalista norte-americano da sala e agrediram outra jornalista no exterior, para além de terem feito provocações a um grupo de manifestantes em frente ao edifício. Os factos ocorreram durante visita de Erdogan aos EUA. Segundo os relatos de testemunhas nas redes sociais, tanto os seguranças como os polícias no exterior tentaram proteger os jornalistas e ativistas que empuhavam uma faixa com a inscrição “Erdogan: criminoso de guerra à solta” (Março de 2016)
  • Um grupo de jornalistas turcos de Istambul resolveu enfrentar a propaganda do presidente da Turquia Erdogan indo até a capital dos curdos turcos, província de Diarbaquir, para contar o que realmente acontece nesta zona de batalha, escreve a publicação alemã Deutschlandfunk. Nos últimos meses, o centro histórico desta região tem sido palco de intensos combates. Com a repressão do governo, muitos dos jornalistas de mídias curdas foram presos ou impossibilitados de dar uma devida cobertura a estes fatos. O jornalista turco Tunka Ogreten, revelou ao Deutschlandfunk que ele e um grupo de seus colegas resolveram mostrar à parte ocidental da Turquia e ao resto do mundo as reais condições enfrentadas hoje pela população civil de Diarbaquir. "O governo de Erdogan tenta criar a impressão de deter o controle total de Sur [bairro curdo], usando para isso mídias controladas por ele. No entanto, representantes dessas mídias circulam pelos bairros "seguros" da cidade somente em veículos blindados. É exatamente por isso que nós tomamos esta iniciativa: nós sabemos como funcionam as mídias e a televisão leais ao governo – elas não dirão a verdade", disse o jornalista (Fevereiro de 2016)
  • Uma jornalista holandesa foi detida na sua casa na Turquia por ter escrito tweets críticos do presidente turco Erdogan, de acordo com a sua conta na rede social Tweeter. “Polícia à porta. Não é brincadeira", escreveu Ebru Umar, uma muito conhecida jornalista ateia e feminista de origem turca. Umar, 45 anos, escreveu recentemente um artigo muito crítico de Erdogan para o diário holandês Metro, do qual publicou depois vários extratos no Twitter, o que levou à sua detenção. "Não sou livre", disse num segundo tweet, antes de sair de sua casa em Kusadi, uma cidade balnear na costa oeste da Turquia. Os administradores do blogue holandês Geenstijl escreveram ter recebido uma mensagem sms de Umar a indicar que ela seria presente a um juiz e que tinha sido detida depois de alguém ter denunciado os seus tweets. O ministro holandês da Educação, Jet Bussemaker, considerou em declarações ao canal de televisão WNL ser "absurdo que alguém possa ser preso por causa de um tweet". Umar, que terá decidido tornar-se jornalista sob a influência de Theo van Gogh -- um realizador holandês assassinado na sequência da realização de Submission (2004), um filme em que critica o tratamento das mulheres no Islão -- escreveu para o Metro sobre um incidente diplomático entre a Turquia e a Holanda. Os julgamentos na Turquia por insultos a Erdogan têm-se multiplicado desde a sua eleição para a presidência em Agosto de 2014, e ascendem a quase 2 mil o número de processos abertos. Em setembro de 2015, a jornalista freelance holandesa Frederike Geerdink foi deportada da Turquia depois de ter sido detida durante confrontos entre apoiantes do Partido dos Trabalhadores do Kurdistão (PKK) e as forças de segurança turcas. Essa foi a segunda vez que a jornalista foi detida: em abril do mesmo ano, Geerdink foi julgada, e absolvida, de acusações de divulgar "propaganda terrorista" do PKK (Abril de 2016)
  • Um tribunal turco ordenou a detenção de um trabalhador da construção civil de 17 anos acusando-o de "insultar" o presidente da Turquia Erdogan, no Facebook. Este é o último de uma série de casos em que os jovens são presentes a tribunal na Turquia por acusações semelhantes, num contexto em que os ativistas políticos e sociais expressam a sua preocupação pelos limites cada vez menores à liberdade de expressão. O tribunal colocou-o em prisão preventiva até ao julgamento, acrescentam os meios de comunicação social locais, não fornecendo mais detalhes (Dezembro de 2015)
  • O Primeiro Ministro Turco defende que redes como o Twitter são uma ameaça. A Turquia, nomeadamente Istambul, tem vivido momentos de muita revolta e muitos protestos e manifestações. A motivação de tais comportamentos é a atitude do PM turco Erdogan que anunciou que centenas de árvores no parque Gezi seriam destruídas, para que lá fosse construído (mais) um novo edifício, que se pensa ser uma instalação militar. Numa guerra que não se vê ter um fim, o PM turco vem agora afirmar que as redes sociais são a grande ameaça para a sociedade (Junho de 2013)
  • Directores de um jornal e de uma televisão ligados a Fethullah Gülen foram detidos, operação que representa nova escalada na luta entre Presidente o líder do influente movimento religioso. Com as televisões a transmitirem em directo, a polícia turca deteve o director de um dos principais jornais do país, incluído numa lista de 32 pessoas acusadas de ligação a uma “organização terrorista”. Entre os detidos estão também o director e vários produtores de uma televisão igualmente próxima de Fethullah Gülen, o líder de um influente movimento religioso que foi aliado e é agora inimigo jurado do Presidente Erdogan. “O momento escolhido para estas detenções não é uma coincidência”, escreveu o correspondente da BBC em Istambul, Mark Lowen, lembrando as dezenas de pessoas do círculo próximo de Erdogan, incluindo empresários e filhos de três ministros, que foram presas por envolvimento no maior escândalo de corrupção de que há memória na Turquia moderna. O caso marcou a ruptura definitiva entre o então primeiro-ministro – apanhado em escutas comprometedoras que viriam a ser divulgadas nas redes sociais – e Güllen, defensor da modernização do islão, que construiu a sua influência graças a uma rede de escolas e universidades que formaram boa parte da moderna elite turca. Erdogan sobreviveu ao escândalo, consolidou o poder ao ser eleito em Agosto para a presidência, e prometeu erradicar o “Estado dentro do Estado” que diz ter sido criado pelo seu rival, que tem milhões de seguidores na Turquia, muitos em postos de influência. Em menos de um ano, centenas de polícias e magistrados foram afastados dos cargos, o Governo aprovou leis que reforçaram o seu controlo sobre os tribunais e a Internet. As investigações à rede de corrupção foram travadas. Depois de ter assinado uma lei que autoriza detenções baseadas em “dúvidas razoáveis”, Erdogan assegurou que iria “perseguir até aos seus esconderijos” os seguidores do seu inimigo. “Não nos confrontamos apenas com uma simples rede, mas com pessoas que são peões das forças do mal”, afirmou, numa referência a Güllen. No Twitter, um misterioso informador anónimo cuja conta é seguida por milhares de turcos, avisava que as autoridades se preparavam para deter 400 pessoas associadas a Güllen, 150 das quais jornalistas. Fuat Avni, pseudónimo do informador que diz pertencer ao círculo próximo do Presidente, afirmou no dia seguinte que a operação tinha sido suspensa, devido à forte reacção gerada pela fuga de informação. Antes revelara que a polícia se preparava para prender três dezenas de pessoas, incluindo o director do Zaman, Ekrem Dumanli, o que levou redactores e chefias do jornal, a passar a noite na redacção. No exterior do jornal, crítico de Erdogan e um dos de maior tiragem da Turquia, foram-se juntando leitores. Tantos que, quando os agentes da polícia chegaram ao local se viram rapidamente rodeados de cartazes onde se lia, em inglês e em turco, “a liberdade de imprensa não pode ser silenciada”. A operação foi lançada pela procuradoria de Istambul (Dezembro de 2014)
  • O presidente Erdogan tem um relacionamento difícil com a mídia independente da Turquia, que foge ao controle do Estado. Ele já mandou bloquear redes sociais, fechar jornais e TVs e seu governo é um dos recordistas em prender jornalistas no planeta. Mas, na tentativa de golpe de sexta-feira, ele recorreu com agilidade às comunicações modernas para rapidamente levar sua mensagem a uma população de quase 80 milhões de pessoas, driblando o cerco dos rebeldes. O presidente usou o aplicativo de chamada em vídeo FaceTime para se conectar ao telefone de um jornalista e transmitir a mensagem diretamente pela CNN Turk, uma rede privada de televisão que os conspiradores tentaram silenciar, sem sucesso. A entrevista ao vivo via FaceTime funcionou para o presidente: milhares de turcos atenderam à convocação e saíram às ruas, muitos deles com bandeiras do país. Outro que foi rápido no uso das redes sociais foi o premier Binali Yildirim: 20 minutos após o início do golpe, ele disse no Twitter que o alto comando militar não apoiava a revolta (Julho de 2016) (complicação de LFM)

1 comentário:

Jorge Figueira disse...

Os tempos estão muito difíceis.
A "besta" que nos anos 30 se chamava Hitler hoje chama-se DAESH ou EI. Os dirigentes Europeus lembram Chamberlain e Lord Halifax. Falta um Churchill que enfrente a "besta" e as "bestinhas".
Erdogam e outros iguais brinca(ra)m com os abúlicos Chamberlain que tiveram pela frente com consequências bem nefastas para as populações. Nem as asneiras que comete(ra)m, protegidas por forte cobertura jornalística, assumem