sexta-feira, agosto 12, 2016

Portugal entre os países com mais jovens desocupados

Em 2006, a percentagem de jovens entre os 20 e os 24 anos que não estavam a estudar nem a trabalhar (NEET) era de 12,6% do total. Dez anos depois, esse valor subiu para perto dos 20%, colocando Portugal entre o grupo de países em que a situação é mais preocupante. Portugal estava no grupo de 13 países europeus em que a taxa de jovens desocupados era menor. Mas a evolução negativa dos últimos 10 anos atirou o país para o outro extremo da tabela, colocando a juventude portuguesa entre as que mais dificuldade tem para manter uma atividade académica e/ou profissional.
Os dados do Eurostat revelam agora que um em cada seis jovens entre os 20 e os 24 anos não estão a estudar nem a trabalhar (são os NEET, a sigla que agrupa os jovens nestas condições).
Mais jovens “nem-nem”
A amostra analisada junta a Noruega, Islândia e Suíça aos ainda 28 Estados que compõem a União Europeia. E, nesse conjunto, Portugal revela uma das piores evoluções, entre 2006 e 2015, no relatório “Educação, emprego, ambos ou nenhum? O que estão os jovens a fazer na UE?”, cujas conclusões foram divulgadas foram a propósito do Dia Internacional da Juventude, que se assinala hoje. No caso português, a taxa de “nem-nem” passou dos 12,6% para os 17,5%. Uma evolução que se fez em ciclo contrário ao da maioria dos países, que conseguiram contrariar os maus resultados verificados há uma década. O dados do gabinete estatístico da União Europeia revelam que em 2006 havia 18 países com uma taxa de NEET superior à portuguesa e que, passados dez anos, há 18 países com taxas de desocupados inferiores à de Portugal. Mais estudam, menos trabalham As conclusões do relatório do Eurostat, reveladas ontem, mostram também uma evolução paradoxal entre o universo de jovens trabalhadores e jovens estudantes. Depois de meia década de crise económica e social – que afetou de forma bastante acentuada as faixas etárias mais jovens da população de vários países europeus –, o número de jovens entre os 30 e os 24 anos que se assumem como estando “exclusivamente a estudar” disparou dos 33,7% de 2006 para os atuais 42,3%. Uma subida de quase dez pontos percentuais que deixa clara a necessidade de prolongar a entrada no mercado de trabalho, onde escasseiam as oportunidades. Outro universo que cresceu em tempos de crise: os jovens que estão “a estudar e a trabalhar”. Eram 4,8% e são, agora, quase o dobro, 8,5%. Em sentido contrário, e também como consequência do atual momento económico, a percentagem de jovens “exclusivamente a trabalhar” desceu. Dos anteriores 49%, esse número passou para os 31,7%. O problema até pode ser particularmente preocupante em Portugal, mas não é exclusivo da realidade lusa. Os dados globais do relatório do Eurostat também mostram que, no espaço europeu, no final do ano passado havia quase cinco milhões de jovens que não estavam nem a estudar nem a trabalhar (Sol)

Sem comentários: