No meio da maior crise de que há memória no país, o
Governo venezuelano decidiu financiar um filme e série sobre a vida de Hugo
Chávez. O Presidente venezuelano Nicolás Maduro, anunciou, quarta-feira, 24 de
Agosto, que vai formar uma equipa de cineastas, escritores, historiadores e
guionistas para fazer um filme e uma série sobre a vida do ex-líder do país
Hugo Chávez. "Decidimos fazer um filme e uma série sobre a vida do
comandante Hugo Chávez, a partir da sua Venezuela original, da sua terra, do
seu espírito original", disse. O anúncio aconteceu durante o lançamento do
livro biográfico com o título "Hugo Chávez e o destino do povo", no
Teatro Teresa Carreño, em Caracas. Nicolás Maduro sublinhou que há uma empresa
norte-americana a realizar um projecto cinematográfico sobre a vida e obra do
"comandante", com o objectivo de o "desfigurar". "Não
virá nenhuma [empresa] transnacional desfigurar o nosso comandante (...) São
uns abusadores, porque sabem o impacto que tem
Chávez no século XXI, mas temos o nosso Chávez original, na sua
Venezuela", frisou.
O Presidente venezuelano explicou ainda que o projecto
será apoiado pelo Instituto do Pensamento Político de Hugo Chávez e que as
histórias nele contidas vão ser delineadas com base em livros, investigações
históricas, entre elas uma entrevista feita pelo escritor Ignacio Ramonet,
declarações de pessoas que conheceram de perto o líder socialista e membros do
Governo venezuelano. O financiamento do filme e da série surge num contexto de
profunda crise. Ainda há duas semanas, o
secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon,
manifestou-se preocupado com a "crise humanitária" que afecta a
Venezuela, vincando que aquele organismo está "pronto para ajudar"
Caracas.
"Estou muito preocupado com a situação actual, em
que as necessidades básicas não estão a ser atendidas, como a comida, água,
cuidados de saúde e roupa, porque não estão disponíveis", disse Ban
Ki-moon, numa entrevista ao diário argentino La Nación. Na Venezuela são cada
vez mais frequentes as queixas da população de dificuldades para conseguir
localmente produtos básicos e medicamentos. Desde Janeiro último que vigora no
país um estado de "excepção e emergência económica". Vários ministros
do Governo de Nicolás Maduro têm reconhecido publicamente que a situação é
complicada, mas insistem que a situação não é de crise humanitária. Organismos
regionais, como a União de Nações da América do Sul (Unasul), a Organização de
Estados Americanos (OEA) e o Mercado Comum do Sul (Mercosul) têm expressado
também a sua preocupação relativamente à situação venezuelana (Jornal de Negócios)
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