terça-feira, setembro 13, 2016

CGD vendeu há anos todas as acções do BCP que eram de Joe Berardo

A Caixa executou agora uma dívida de 2,9 milhões de euros de Berardo em Tribunal, que se refere a uma garantia prestada no âmbito do crédito para a compra de acções, que há muito foi executado e cujas imparidades foram então registadas. A CGD há largos anos que vendeu as acções do BCP que serviam de garantia aos empréstimos do empresário madeirense, e que em 2011 somavam mais de 300 milhões. A CGD já vendeu, há anos, todas as acções do BCP que estavam penhoradas por conta dos empréstimos concedidos a Joe Berardo para a compra de acções do banco. Os últimos registos dão conta de a venda ter sido feita em 2012. Na altura a CGD registou as imparidades adequadas aos empréstimos a Joe Berardo.

A CGD na altura executou a dívida de Berardo e ficou com os títulos do BCP que tratou de vender no mercado. O empresário madeirense tinha dado também como garantia outros activos, tais como quintas. Em 2011 o banco do Estado tinha começado a desfazer-se das acções do BCP, naquela altura a preços a rondar os 20 cêntimos por acção. A Caixa Geral de Depósitos tinha então um "buraco" da ordem dos 300 milhões de euros resultante dos financiamentos dados à fundação de Joe Berardo e a empresas ligadas ao investidor. Pois o valor do crédito era de cerca de 360 milhões de euros e o valor em risco (imparidade) era de aproximadamente 300 milhões de euros. Isto, porque as garantias reais entregues por Berardo à CGD estavam avaliadas, então, em apenas cerca de 60 milhões.  O empresário madeirense tinha comprado as acções a valores de 2007, altura em que a cotação do BCP superava os 3 euros por acção. Em Junho de 2007 o BCP chegou a valer 3,7974 euros (valor ajustado a aumentos de capital posteriores). Naquela altura, recorde-se, o banco estava num processo de conflito aberto de accionistas pelo controlo da gestão (então liderada por Paulo Teixeira Pinto). Um batalha pela expulsão dos fundadores na pessoa de Jardim Gonçalves. Nesse Verão, marcado por assembleias gerais conflituosas e muito mediatizadas, o BCP chegou a valer em bolsa 17,8 mil milhões de euros. Ontem a Caixa Geral de Depósitos entrou com uma acção de execução contra o empresário José Manuel Berardo, exigindo-lhe cerca de 2,9 milhões de euros. O que em nada se compara aos mais de 300 milhões de euros de dívida (antes de 2011 chegou a falar-se em 500 milhões de crédito a Berardo para comprar as acções do BCP). De acordo com a informação publicada no portal de Justiça Citius este processo actual deu entrada a 30 de Agosto na Comarca do Funchal e o banco público pede que seja executado um valor de 2,87 milhões de euros. A notícia desta acção na Justiça a pedir a execução do empresário madeirense conhecido por Joe Berardo foi dada, esta quinta-feira, pelo Diário de Notícias da Madeira, apesar de a execução estar associado à divida para compra de acções, a verdade é que a execução dessa dívida remonta há pelo menos 4 anos. O valor exigido será então o de uma garantia então prestada por Berardo (Económico, pela jornalista Maria Teixeira Alves)

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