Ficou conhecida como a “Angelina Jolie do
Curdistão” e aos 19 anos foi vítima das atrocidades do grupo autodenominado
Estado Islâmico. Mas Asia Ramazan Antar também foi vítima de comparações
sexistas protagonizadas pela imprensa ocidental, tal como conta a BBC. Asia, que perdeu a vida no final de agosto na sequência de um ataque
perpetuado pelos militantes do grupo extremista, era, desde 2015, uma das
milhares de combatentes das Unidades de Proteção das Mulheres, uma organização
militar do Curdistão composta apenas por elementos do sexo feminino.
O seu nome
de guerra era Vivyan Antar e, ao todo, participou em cinco batalhas. A morte de
Asia foi amplamente noticiada na imprensa internacional, que enfatizou que a
“Angelina Jolie do Curdistão” tinha falecido. Muitos foram os que escreveram
sobre a sua beleza, poucos foram os que falaram sobre os seus feitos. E é
precisamente isso que critica o combatente Choman Kannani, responsável pela
reconstrução da cidade de Kobane, que aponta o dedo à forma como Asia foi
referida nos meios de comunicação ocidentais.
“Toda
a filosofia das Unidades Curdas de Proteção à Mulher passa por lutar contra o
sexismo e evitar o uso da mulher como objeto sexual”, disse, citado pela BBC.
Kannani acrescentou ainda que o objetivo da respetiva unidade é dar às mulheres
o lugar que elas merecem na sociedade, um ideal pelo qual a jovem combatente
morreu. Ao testemunho de Kannani, junta-se o da combatente Agrin Senna que
apelou para que as pessoas olhem para as imagens de quem, tal como Asia, já
morreu na luta contra o Estado Islâmico. “Olhem para as imagens delas,
parecem-se todas com uns anjos, lindas.
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