domingo, setembro 18, 2016

Opinião: não quero discutir a presença idiota de um idiota na apresentação de um livro idiota parido por um idiota


Eu não sei o que é que anima Passos para estar presente no lançamento de um polémico livro que ainda por cima, dizem, coloca em causa a classe política. Como se Passos não fosse sempre um funcionário medíocre da política, que arranjou tachos à conta da política (Ângelo Correia deu-lhe o tacho porque razão? Esperou que o Passos terminasse a licenciatura aos 40 anos, e sabe-se lá como, para contratar um "einstein das contas"?) e que chegou ao poder quando determinada máfia do dinheiro e da política entendeu que era preciso tomar o poder de assalto por via do PSD, ele próprio tomado de assalto e hoje ainda refém de uma corja de bandalhos e malandros.
Mas também não sou dado a perder tempo com escroques nem a discutir questões de ética, de valores e de moral quando estamos perante políticos de merda.
Segundo li e ouvi, este livro do Saraiva trata-se de uma aberração. Mas a presença idiota de um idiota na apresentação de um livro idiota parido por um idiota não deixa de constituir a confirmação do bandalho e do escroque que nos governou e que se arrasta penosamente pelo país preocupado com os capitalistas, com o dinheiro dos mais ricos, com o acesso às contas bancárias daqueles que declararam ao IRS rendimentos anuais de 30 mil euros e têm no banco milhões, sem que se saiba como, etc. Ontem li no DN-Lisboa:


"O apoio do presidente do PSD ao polémico livro transformou-se num caso político, com o PS e até centristas a criticar. Pedro Passos Coelho não vai voltar com a sua palavra atrás e vai mesmo apresentar o livro de José António Saraiva, o ex-diretor do Expresso e do Sol, que fala sobre a vida íntima de políticos, jornalistas e outras figuras públicas. "O arquiteto José António Saraiva convidou-me para me associar ao livro que ia fazer e respondi que sim, mesmo antes de conhecer a obra e aceitei fazê-lo. Não sou de voltar com a palavra atrás nem de dar o dito por não dito. Estarei a fazer a apresentação dessa obra", afirmou aos jornalistas durante uma visita a Proença-a-Nova, na aldeia de xisto de Figueira. O apoio de Passos Coelho a Saraiva, cujo livro tem provocado reações críticas de diversos setores, suscitou este sábado também alguns comentários, igualmente reprovadores, de políticos do PS e do próprio CDS, ex-parceiro de coligação do PSD. Com alguma ironia, o presidente do PS, Carlos César, trouxe o caso ao palco na rentrée do partido: "Bem sei, também, que esta realização [do PS] não tem a notoriedade da apresentação de um livro sobre mexericos da vida sexual de políticos (esse sim afanosamente apadrinhado pelo líder do PSD), mas sim estudar soluções para diminuir as desigualdades, o que pode não ser tão excitante", disse".
Como convenceu Saraiva o bandalho do Passos?
Perante os factos, pergunto: o que é que liga afinal este patético Passos a este livro? Como é que o Saraiva arquitecto que nunca exerceu porque esteve sempre ligado ao jornalismo (Expresso e Sol) - e que claramente me parece ter algum problema pessoal grave ao editar semelhante nojentice que entra pela vida privada das pessoas - convenceu o idiota Passos a estar presente num acto que todos parecem condenar?
Será que Saraiva tinha histórias estranhas sobre Passos e não as divulgou em troca de alguma coisa, por exemplo esta presença? Um partido sério questionava este líder de merda e exigia explicações. Mas um partido de merda como está transformado este PSD refém de uma corja de bandalhos mafiosos e maçons, não faz isso, tolera estas nojentices, é cúmplice deste bandalho, perdeu o norte,deixou de ter dignidade, valores e princípios, ofende todos os dias Sá Carneiro,o seu legado e a sua memória.
Se eu fosse político visado pelo livro garanto que ia ao acto de apresentação e atirava-me ao focinho quer do Saraiva, quer do Passos, levavam ambos um arraial de porrada à paulada que durante meses nem conseguiam mijar.
O nojo de tudo isto é que o anormal Saraiva - dizem que tem um problema psiquíco - usa personalidades que já morreram, e portanto não se podem defender nem responder e, mais grave do que isso, usa supostos desabafos  de Miguel Portas sobre o seu irmão Paulo Portas, quando todos os que os conheciam dizem a pés juntos que é uma enorme mentira. E o bandalho do Passos vai a isto. Diz este bandalho:
"Questionado sobre esta declaração, Passos afirmou que "o mais importante é que tudo o que se passa no plano editorial e jornalístico se faça dentro de certos limites, mas respeitando a liberdade das pessoas e aquilo que são as suas opiniões e visão". O ex-primeiro-ministro disse que não vai defender o livro nem as suas perspetivas" mas espera que "o que quer que as pessoas venham a achar do livro, qualquer que seja a polémica que ele venha a ter, que não seja transformada numa questão de natureza partidária".
Dou razão a Fernanda Câncio no texto que escreveu no DN-Lisboa:
"Entendamo-nos: há muita gente que está a afetar muito escândalo e choque com o crime de Saraiva e da Gradiva mas vai salivar a ler. É da natureza humana, como quando há desastres e gente atropelada por comboios e se formam filas de curiosos; é como as encostas repletas de mirones à espera dos afogados depois da queda da ponte de Entre-os-Rios. Desde que sejam de outros a dor, os mortos e as vísceras até dá para tirar fotos e partilhar no Facebook. É com isso que Saraiva e a Gradiva - a Gradiva, editora que acreditava séria, tendo feito nome a publicar ensaios e livros técnicos - contam: com o impulso voyeurista e necrófilo. E, claro, com a ideia de que "os políticos" e "as figuras públicas" têm de se submeter a todas as devassas. Com a ideia de que "merecem", "se puseram a jeito"; com a ideia "que mal tem?" ou "já toda a gente sabia."
As pessoas foram-se habituando a pensar assim: é isso a cultura tabloide, a cultura do boato e da insinuação, das revistas ditas "cor-de-rosa", a cultura que faz crer que toda a gente tem "o direito" de saber da vida privada e íntima dos "poderosos", comentá-la, ter opinião sobre ela, numa espécie de vingança, de compensação, de ajuste de contas. O terreno estava preparado. Tão preparado que um ex primeiro-ministro aceitou - e reiterou a aceitação, mesmo depois de confrontado pelo DN com algumas das passagens mais repelentes - apresentar o crime. Dar a cara por ele. Ser cúmplice, coadjuvante, membro da quadrilha. Como combater isto? Como reagir? O mais terrível é que para denunciar o crime é preciso dizer, nem que seja de raspão, porque é que é crime. O que lá está. Porque é que é nojo, pestilência, asco. E isso penaliza aqueles - ou a sua memória, no caso dos mortos, e portanto os seus próximos sobrevivos - de cuja vida íntima se fala, cujas alegadas confidências se revelam. Até ao proceder nos tribunais contra este atentado será preciso invocar o que sobre si ou sobre o familiar morto se diz - estão a ver a perversidade? É que é esta a natureza deste crime: não há forma de combatê-lo que não passe por difundi-lo, por repeti-lo, e assim reiterá-lo e permitir-lhe o triunfo. Como se quem denuncia o roubo da sua casa fosse obrigado a abri-la a toda a gente e a dessa forma permitir que lhe tirem o que os primeiros ladrões não levaram. Como se alguém que foi violado fosse forçado, para fazer queixa, a novas e sucessivas violações. Todos os que até agora denunciaram, com as melhores da intenções e imbuídos da mais justa indignação, o crime de Saraiva e da Gradiva tiveram de dar elementos para que quem lê possa ter uma ideia da gravidade do crime. Para convencer, sensibilizar, alertar. Posso escrever este texto sem detalhes nem exemplos porque houve quem o fizesse. Mas sei que, mesmo sem eles, poderá ainda assim ser publicidade. Serve para quê, então, escrever isto? Não era melhor o silêncio? Não era melhor a indiferença? A dúvida é legítima. Só posso dizer o que me leva a escrever: quero estar do lado certo da batalha. Quero frisar, anunciar, bradar que isto que Saraiva e a sua editora fizeram é crime. E que é, apesar de tanto do género já ter sido publicado, o passar de uma fronteira. Nunca antes, à exceção de um episódio com imagens vídeo de sexo dadas à estampa numa revista de número único, há uns 30 anos, se foi tão longe na deliberação da devassa gratuita da intimidade, sem qualquer outro objetivo que não o de devassar, ferir e lucrar com isso. Escrevo para dizer isto: não se enganem, ou estão contra eles ou estão com eles. Esta é uma daquelas situações em que há mal e bem, claramente definidos, e é preciso escolher. Cada livro comprado é uma vitória do mal; como cada história partilhada, cada sorrizinho com as 'revelações', cada piadola sobre o que ali vem. Tentem imaginar que é com vocês; que é a vossa mãe cujas alegadas revelações íntimas ali foram vertidas, que foram inconfidências de um amigo, de um irmão, que ali foram parar. Há naquele livro revelações sórdidas sobre pessoas que desprezo, que desconsidero, que acho até execráveis. Mas nisto, aqui, quero estar, estou, do lado delas. Neste combate, estarei sempre do lado de quem é exposto na sua intimidade, enxovalhado, de quem vê palavras suas em alegadas conversas privadas reproduzidas para lucro - não esquecer, estes calhordas querem ganhar dinheiro -, de quem é ferido pela venalidade amoral das 'revelações'. Esta publicação pôs-nos no limiar de uma nova era. É connosco se damos o passo em frente ou defendemos, até ao último, a muralha. Para que as trevas não vençam"
Corja de bandalhos! (LFM)

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