terça-feira, setembro 20, 2016

Portugueses pagam 84 mil milhões de dívida pública

O Estado tem de pagar, entre este mês de setembro e o final de 2021, cerca de 84 mil milhões de euros de dívida pública. No prazo de cinco anos exige-se que Portugal amortize 34% do endividamento total, que chega aos 236 mil milhões de euros. Excluindo os 10,2 mil milhões de euros de dívida que tem que ser paga até ao final de 2016, o Estado terá de amortizar, entre 2017 e 2021, uma média de 14,76 mil milhões de euros por ano. Numa altura em que a economia portuguesa regista um forte abrandamento e os investidores exigem taxas de juros cada vez mais altas para emprestar dinheiro a Portugal, o brutal montante de dívida pública que tem de ser amortizado até 2021 evidencia bem a fragilidade financeira do País. As elevadas necessidades de financiamento do Estado vão manter Portugal, nos próximos anos, sob uma forte pressão dos mercados financeiros, em particular se a economia não crescer acima de 1,5% ao ano. Dos 84 mil milhões de euros de dívida pública que tem de ser paga, 68,4 mil milhões dizem respeito a Bilhetes e Obrigações do Tesouro emitidos pelo Estado nos últimos anos, e 15,6 mil milhões de euros são relativos a uma parte do empréstimo do FMI aquando do resgate. A estas amortizações, irão acrescer ainda os encargos com os juros da dívida pública: para se ter uma noção da dimensão desta despesa, os juros custaram ao Estado, desde 2012, mais de 7,4 mil milhões por ano. Tendo em conta esta realidade e o elevado montante da dívida, a despesa com juros irá manter-se elevada até 2021. O Conselho das Finanças Públicas deixa claro, no relatório divulgado esta semana, que na sua projeção sobre a evolução da dívida pública, face à prevista no Programa de Estabilidade, "constata-se um ritmo de redução [da dívida] menos vincado no rácio da dívida [face ao PIB]". A entidade liderada por Teodora Cardoso explica esta situação com uma menor acumulação de excedentes primários e um crescimento económico menos favorável (Correio da Manhã, pelo jornalista António Sérgio Azenha)

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