A Mesa de Unidade
Democrática pretende um "referendo revogatório em 2016" informa um
comunicado. O MUD já reuniu por duas vezes com o Governo de Nicolás Maduro. "Vamos
exigir, em todos os espaços, o respeito pela decisão de sair da crise de
maneira pacífica e democrática", explica o comunicado do MUD A oposição
venezuelana confirmou, esta quarta-feira, que teve duas reuniões de diálogo com
o Governo de Nicolás Maduro, sem mediadores e de maneira privada, insistindo no
entanto na luta pela realização de um referendo para revogar o mandato
presidencial. “A Mesa de Unidade
Democrática [MUD, aliança que une a oposição] decidiu nomear uma comissão de
alto nível para explorar, através de um eventual diálogo com o Governo, a
implementação da única saída constitucional, pacífica e democrática para a
crise do país, que é o referendo revogatório em 2016”, lê-se num comunicado
divulgado em Caracas.
O documento foi
divulgado depois de o Presidente Nicolás Maduro anunciar que, há alguns dias,
manteve conversações com alguns dirigentes da oposição, sobre as quais estão
informados os ex-líderes do Governo espanhol José Luís Rodríguez Zapatero, do
Governo do Panamá Martín Torrijos (Panamá) e do Governo da República Dominicana
Leonel Fernández, que são mediadores entre Executivo e oposição da Venezuela. “A posição da MUD é unívoca: o povo
venezuelano tem o direito de ativar e realizar o referendo revogatório em 2016
como um mecanismo constitucional que dê lugar à mudança política para acabar
com a fome, a escassez e a morte, e vamos defender esse direito, na rua e nos
debates ou diálogos que sejam necessários”, afirma a oposição, no mesmo
comunicado. Segundo a MUD, foi marcado um terceiro encontro “que não ocorreu
porque o Governo decidiu não apresentar-se, sem dar explicações”. “Vamos exigir, em todos os espaços, o respeito
pela decisão de sair da crise de maneira pacífica e democrática, mediante a
celebração do referendo revogatório este ano. Temos defendido esta posição em
protestos, marchas, concentrações, foros internacionais e fá-lo-emos nos
espaços em que tenhamos oportunidade de expressar-nos, incluindo reuniões com
representantes dos poderes públicos”, acrescenta. No documento, a oposição
sublinha que “a urgência é real”, na Venezuela “há fome, pessoas a morrer por
falta de medicamentos” e pela criminalidade que controla extensas zonas do
país. A MUD diz ainda que para solucionar a crise é preciso uma mudança
profunda, “uma mudança de presidente, mas também de Governo, de modelo e de
sistema”, através de métodos “democráticos, eleitorais, pacíficos e
constitucionais”, sendo “indispensável implementar uma solução eleitoral
imediata” (Observador)
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