terça-feira, setembro 12, 2017

O novo Savoy e eu: só para clarificar e encerrar

O escriba

Independentemente das considerações que as minhas opiniões possam suscitar, e respeito-as a todas, reafirmo tudo o que escrevi sobre a polémica em torno do novo Savoy.

1 - É politicamente correcto estar contra o novo Savoy e sobretudo estar contra o promotor. Para alguns até é chique estar contra o "vilão" atrevido da Calheta.
2 - Mantenho, reafirmo e reforço, que subjacente a algumas campanhas - repito, algumas campanhas - estão, para alem de interesses facilmente identificáveis por quem anda nisto, a habitual inveja na área empresarial - não generalizei, e a pessoa que me comentou sabe melhor do que eu que tenho razão - mas cada um enfia o barrete que entender. Portanto nada de circunscrever a inveja à questão da dimensão do novo empreendimento. Ela transcende isso e há muito anos que é assim. Repito, sem generalizar.
3 - Lembro-me que o actual maior grupo hoteleiro madeirense, o grupo Pestana, hoje proprietário também do Casino Park, não era originalmente o proprietário deste empreendimento quando ele abriu no Funchal. Adquiriu-o depois, por razões que não são para aqui chamadas, mas que podem ter também a ver com a impreparação de investidores, com opções erradas ou com dificuldades em alcançar a rentabilidade desejada. 

4 - Admito que a questão do novo Savoy divida opiniões e que exista quem esteja contra e quem prefira pronunciar-se depois da obra concluída (esteticamente falando). O que se passou com a actual Praça do Povo na Avenida do  Mar é exemplo recente de como estas coisas funcionam, tal como aconteceu, embora de forma contida - até porque o regime também era outro - com a construção nos anos sessenta do chamado prédio da Caixa ou com o edifício do antigo Sheraton.
5 - Não sou especialista no setor turístico, não quero ser, mas não tenho que ser para ter uma opinião minimamente sustentada. Há empresários que dizem odiar a política mas não resistem a comentá-la ou a perorar sobre jornalismo, etc.  Deixo isso para os "experts" turísticos que abundam na nossa praça, sejam eles iluminados ou não, herdeiros ou não.
6 - Entendo, é esta a minha opinião, que no caso da Madeira, mais do que a cidade do Funchal - cidades há muitas em Portugal, até mais atractivas, não me repugna admiti-lo - os turistas que nos visitam não o fazem atraídos pela nossa capital, mas sim pela paisagem, pelo ambiente, pelas levadas, pelo mar, pelos passeios na serra, pela comida, pela insularidade, pela forma de receber, pela segurança do destino, etc.
7 - Não acredito que nenhum investidor - daqueles que arriscam, não dos que se sentam de sofá a ver os outros construir coisas - se envolva num empreendimento da dimensão do novo Savoy sem saber previamente as implicações disso, e ter de ponderar sobre as necessidades operacionais que serão colocadas em cima da mesa, mormente os desafios promocionais extermos para manter os índices de ocupação em valores minimamente rentáveis.
E se me permitem, não me parece que o empresário Avelino Farinha tenha decidido avançar com o novo Savoy e adquirido um quarteirão no centro da cidade - dizem que destinado a hotelaria - para ter em carteira projectos falidos e estar a perder dinheiro todos os dias. Por isso a questão de ganhar dinheiro é um assunto que diz respeito aos promotores, não tenho que andar a discutir na praça pública. Era o que me faltava. Assim como recuso discutir que investimentos foram feitos, ou não, no sector nos últimos anos. Ou lembrar "exemplos" como o Madeira Palácio e outras falências que se salvaram devido ao envolvimento de empresas de capital de risco.
8 - Não me repugna nada reconhecer que os quartos no novo Savoy representarão um enorme desafio. Mas não creio que esse fosse um grande problema, pois ressalvando os 70 quartos que substituíram os apartamentos (para venda a privados) previstos no projecto inicial, não foi o actual promotor a apostar no novo Savoy. E que eu saiba o projecto inicial pertencia ao grupo empresarial SIET...
Mas constato, sem estranheza, que quando se conheceu pela primeira vez esse projecto do novo Savoy, questões pertinentes e hoje tão suscitadas publicamente, nessa altura não eram prioridade. Aliás, andei à procura de reacções ao empreendimento pertença então do grupo SIET e dos empresários Horácio Roque e Joe Berardo e zero! Quem sabe se existiam motivos para esse silêncio...
Tal como não vi ninguém minimamente chateado quando o Madeira Palácio foi pelas canas dentro deixando a Madeira com menos cerca de 240 camas... Mas sobre esses dois assuntos não vou perorar!
9- Se eu fosse especialista em questões de turismo - não sou, não quero ser, não me interessa para nada ser - poderia falar na promoção turística da Madeira, na velha "guerra" que neste domínio existe há décadas entre privados e entidades públicas, nas relações entre hoteleiros locais e alguns operadores turísticos europeus, no impacto negativo para a Madeira  da inexistência de uma companhia aérea que servisse uma região insular e turística, nos preços praticados pelos hotéis locais, nas receitas do sector, no investimento realizado, nas relações laborais existentes no sector, nos salários praticados, nos horários laborais, na concorrência do chamado turismo local, alvo de tanta perseguição por parte dos hoteleiros mais tradicionais, etc, etc, etc. Nada disso, prefiro pura e simplesmente encerrar o assunto porque não me interessa para nada. O tempo encarregar-se-á de dar razão a quem a tem e explicar certas posturas (LFM)

Nota final: sem usar adjectivações aparentemente inocentes mas que na realidade apostam em denegrir, se fosse o tal "escriba" que um qualquer "idiota" (pessoa com ideias, nada de confusões) comenta, poderia entrar por caminhos que não quero calcorrear...

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