sexta-feira, outubro 13, 2017

AMRAM e AMF: muita teoria mas falta o acordo total

As movimentações políticas de bastidores em torno da presidência da AMRAM-Associação dos Municípios da Madeira, apesar de poderem gerar uma espécie de "gerigonça à madeirense", está longe de estar garantida.
Segundo apurei, esta espécie de acordo para a liderança da AMRAM está ligado às movimentações ainda em, curso para que seja eleito para a presidência da Assembleia Municipal do Funchal uma personalidade da oposição, concretamente o médico Mário Rodrigues que liderou a lista social-democrata.
Apesar de existirem negociações, o acordo final estará longe de ser obtido.
Vamos desenvolver os dois assuntos.
Começando pela AMRAM.
A ideia do PSD - que no fundo tem sido o mentor destas movimentações - é juntar as Câmaras Municipais não socialistas - as 3 do PSD, Calheta, Câmara de Lobos e Porto Santo mais a Câmara de Santana, do  CDS - é impedir a eleição de Paulo Cafofo para a liderança da AMRAM.
O problema é que se é previsível que o líder da coligação funchalense consiga reunir os votos do Porto Moniz, Machico e Ponta do Sol - Câmaras associadas ao PS - e Santa Cruz, da JPP, continuam a faltar, aos dois lados, duas Câmaras que se encontram nas mãos de cidadãos, São Vicente e Ribeira Brava. É por elas que passará a solução. Para PSD e CDS o apoio de ambas daria os 6 votos em 11 necessários para ganhar e para que o autarca de Santana, Teófilo Cunha, seja eleito. Para os autarcas da esquerda, os dois eleitos em candidaturas de cidadãos, Ricardo Nascimento e José António Garcês, determinariam também os mesmos 6 votos necessários a garantir a eleição de Cafofo.
O acordo PSD-CDS passa ainda por esclarecer a composição do  Conselho Executivo da AMRAM já que não vemos que, para além de Nascimento e Garcês, também Pedro Coelho e Carlos Teles não integrem executivo.
Quanto à Assembleia Municipal do Funchal é uma questão de contabilidade de votos e de entendimentos políticos, embora o cenário me pareça muito mais complexo. Vejamos.
A Assembleia Municipal do Funchal é constituída por 33 eleitos - 15 da Coligação, 12 do PSD, 3 do CDS, 1 do  PCP, 1 do MPT e 1 do PTP. A estes juntam-se os presidentes das Juntas de Freguesia do  Funchal, 5 da Coligação (São Martinho, Santa Maria Maior, São Pedro, São Gonçalo e Imaculado  Coração de Maria) e 5 do PSD (Santo António, Sé, Santa Luzia,  São Roque e Monte). Isto significa que PSD e CDS, que parecem já ter um acordo, totalizam apenas 20 votos em 43, longe dos necessários para garantir a eleição do presidente da Assembleia Municipal.  Previsivelmente, e apesar das divergências entre alguns dos partidos mais pequenos e a coligação de Cafofo, não vemos muito sinceramente que tanto MPT de Roberto Vieira, como o PTP de José Manuel Coelho ou mesmo o PCP de  Edgar Silva - apesar de afastado do executivo da CMF - se coliguem ao PSD+CDS. Por isso, julgo que esta estratégia não deverá resultar. Como facilmente se depreende, basta que se façam contas... (LFM)

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