segunda-feira, outubro 16, 2017

Os mistérios e as perguntas sem resposta a propósito do modelo do subsídio de mobilidade em relação ao qual o Estado devia ser mais exigente

Há uns tipos que sempre se fala nos escandalosos preços das viagens entre a Madeira e Lisboa - essa pouca vergonha que não passa de um roubo feito pela TAP levando a reboque as companhias privadas - misturam logo geringonça com laranjal e outras trampas do costume.
O problema é simples. 
1 - Os preços praticados pela TAP e a outra companhia privada nas ligações entre RAM e Lisboa são um roubo. Ponto. Inicialmente era apenas nalgunas épocas do ano, agora há uma tendência para se generalizarem para valores médios da ordem dos 350 euros.
2 - Não há regras de mercado coisa nenhuma a justofoicar esta situação, porque as empresas é que ditam essas regras em função dos seus interesses porque há alguém que deixa que isso acnteça. Se querem mamar sobem preços, se querem mamar mais devagarinho para não serem prejudicadas, baixam preços com medo da concorrência. 
Contudo, e neste caso da Madeira, não há alternativas para os madeirenses! Os continentais podem usar carro próprio, combóio, taxi ou vir a pé se quiserem, do Porto, Coimbra, Algarve a Lisboa. No nosso caso nem a nado chegamos lá.

3 - Não há nada relacionado com as regras da oferta e da procura, e com a alegada influência do movimento de passageiros nos preços. Essa conversa da treta pode ser usada pateticamente num negócio normal, mas não no caso, de monopólio institucionalizado e encapotado, graças a um acordo entre as duas empresas que operam na rota e que acabam por beneficiar com esse entendimento, enchendo os cofres de forma ilegal. Há um conluio feito nos subterrâneos porcos do mundo empresarial e da sua cumplicidade com o estado - veja-se o que se passa com caso Sócrates que ajuda a perceber muita coisa... - que permite à empresa pública TAP a libertinagem de usar a as rotas das ilhas, sobretudo a da Madeira (os Açores disporão sempre da SATA para colocar a concorrência na ordem, apesar da Easyjet já ter abandonando a rota açoriana onde a Ryanair opera), para se financiar indirectamente (ilegalmente????) enganando assim Bruxelas e a Comissão Europeia.
4 - Não recuso aceitar as críticas a  algumas idiotices introduzidas no modelo de subsídio de mobilidade, patetices essas que estão à vista de todos (é manipulador comparar com os  Açores onde existe uma companhia aérea regional, SATA, tal como acontece com Canárias). O tecto dos 400 euros é uma dessas patetices associada, por exemplo, à discriminação aplicada aos  passageiros que queiram pagar a sua viagem com cartão de crédito. Há políticos locais que devia, olhar-se ao espelho antes de saírem de casa!
5 - Por outro lado, lembro que esta questão do subsídio de mobilidade não diz rigorosamente nada ao Governo Regional. O executivo insular negociou (ou fingiu que andou a negociar uma coisa ali e outra acolá?) não entra com um tostão para suportar os encargos com o subsídio de mobilidade, pelo que este problema é um problema que diz respeito ao Estado - porque paga e é dono da TAP que deixou de ser empresa publica apesar de estar refém de estranhos interesses privados  - às duas companhias aéreas que operam na rota e praticam os preços que entendem porque contam cumplicidade criminosa do estado - sobretudo no caso da TAP o escândalo é maior - e os passageiros, que são os principais sacrificados porque são os utentes e aqueles que pagam os preços pedidos pela TAP e Easyjet, muitas vezes recuperando o dinheiro apenas meses depois da compra das viagens, depois de realizarem as viagens. O GRM não tem nada a ver com  este processo,  não tem  responsabilidade nenhuma, não tem encargos, etc. Pode protestar, eventualmente pode negociar acertos que melhorem o modelo e mais nada. Ao contrário do que acontece com o subsídio de mobilidade nas viagens ao Porto Santo e vai acontecer com as viagens no ferry, se se consumar a sua vinda.
Lembro que no ano passado o estado terá pago cerca de 25 milhões de euros com o subsídio de mobilidade - nunca disseram quanto desse montante reverteu a favor das companhias aéreas, e devia ser obrigatório.
6 - Se o Estado, que é dono da TAP, não se importa que a TAP inflacione deliberadamente os preços das viagens entre o Funchal e Lisboa - muitas vezes ultrapassando o tal patético teto - para valores que chegam a rondar os 500 ou mais euros, nalguns períodos do ano, se o estado se está nas tintas para que, em média, se tenha pago 350 euros por viagem naquela rota, obrigando o próprio Estado a pagar mais às empresas aéreas - obviamente que a Easyjet nunca aceitaria ficar a ver a TAP a encher a pança e ela, só por ser privada e irlandesa, ser afastada da mesa do gamanço - que mais podemos dizer ou fazer? O Estado é que devia agir para acabar com esta pouca vergonha
Alguém já pediu esclarecimentos a Bruxelas, alguém já pediu esclarecimentos à Comissão Europeia para que esta se informe do que se está a passar?
Já agora, se porventura nos iludíssemos com essa treta da regra da oferta e da procura e outras idiotices do costume, então lancemos um desafio: que a TAP aumente diariamente os preço da ponte aérea Lisboa-Porto quando a procura é maior e que e a CP e outras transportadoras aumentem, ao dia, os preços dos bilhetes dos comboios, barcos, metro, autocarros, etc, quando a procura aumentar. Mas aumentem os preços duplicando ou triplicando o preço normal.
Repito, o que se passa com os preços dos bilhetes entre a Madeira e Lisboa é uma vergonha que devia justificar a intervenção da justiça e da investigação do Ministério Público, a par de uma denúncia à Comissão Europeia que provavelmente não saberá do que se passa.
7 - Estranho - acho mesmo muito estranho as resistências das companhias aéreas à introdução de um novo modelo na compra de viagens pelos residentes, fazendo-os pagar apenas o valor que lhes foi atribuído - 86 euros e 65 euros no caso dos estudantes - obrigando depois as companhias a negociarem diretamente com o governo, algo que não acontece neste momento. As companhias aéreas vendem os bilhetes, metem o dinheiro ao bolso e estão-se nas tintas para o que pode ou não acontecer aos passageiros com a burocracia ou com um eventual esgotamento de fundos financeiros destinados a este subsídio. Porque razão esses iluminados dos governos, sejam eles regional ou nacional, não fazem o que é feito em Canárias e já foi feito antes na Madeira? O que impede que um cidadão das ilhas, ao adquirir um bilhete para Porto ou Lisboa, pague imediatamente apenas a tarifa de residente atirando para as  companhias aéreas - que devem adaptar o sistema informático de reserva e venda a isso - a responsabilidade por receberem o diferencial directamente junto de organismos públicos do Estado que seriam  indicados para o efeito.  Há qualquer coisa de muito estranho no impedimento da introdução deste modelo. Quem sabe se há o receio de que o Estado, quando tivesse que devolver directamente os milhões cobrados agiotamente pelas companhias, finalmente perceba o que está em causa?
O desafio está feito. O modelo atual é melhor porque pagamos apenas 86 euros mas é pior em tudo o resto - desde logo a burocracia e o facto das pessoas estarem obrigadas a gastar centenas de euros na compra de viagens, só podendo receber o subsídio de mobilidade depois de realizada a viagem.
Aos que falam muito de Canárias, recordo que a Vueling  é uma companhia aérea de baixo custo espanhola com base em Barcelona, em Espanha. Serve mais de 100 destinos em toda a Europa. A Air Europa Líneas Aéreas é uma companhia aérea espanhola fundada em 1986, com sede na cidade de Palma de Mallorca. A Air Nostrum, também conhecida como Iberia Regional, é uma companhia aérea regional baseada em Valência, Espanha, operando como um parceiro regional da Iberia Airlines. Já a nossa conhecida Binter Canárias é uma companhia aérea com base em Gran Canaria, Espanha. Trata-se de uma operadora aérea regional que realiza voos inter-ilhas e internacionais (LFM)

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