Meia centena de "coletivos" (grupos
de motociclistas armados afetos ao regime) tentaram tomar a sede do diário Novo
País e da revista Zeta, críticos do regime do Presidente Nicolás Maduro, no
centro de Caracas. O ataque foi denunciado pela direção dos dois
meios de comunicação social que denunciaram, através do Twitter, que
funcionários da Guarda Nacional (polícia militar) e da Polícia Nacional
Bolivariana chegaram ao local quando os atacantes usavam um esmeril para tentar
entrar. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Imprensa, o ataque teve lugar
pelas 19:30 horas (23:30 em Lisboa) e, duas horas depois, os 'paramilitares'
continuavam em frente da sede do jornal e da revista apesar da presença das
forças de segurança onde dizem estar "(...) na disposição de tomar o
edifício assim que recebam ordens.
Estão armados, têm pés de cabra e até
rádios", explicou a direção do Novo País e da revista Zeta através da rede
social Twitter. Os editores, o jornalista Rafael Poleo e a filha, Patrícia
Poleo, encontram-se asilados em Miami, nos Estados Unidos, depois de as
autoridades venezuelanas terem acusado a jornalista de ser a autora inteletual
de um atentando contra um procurador do Ministério Público, Daniel Anderson, assassinado
em 18 de abril de 2004, na sequência de uma bomba que explodiu na sua viatura.
Em 2001 Patrícia Poleo denunciou que Vladimiro Montesino Torres, um ex-militar
e político peruano, assessor do ex-Presidente do Peru Alberto Fujimori se tinha
refugiado na Venezuela, onde tinha feito uma cirurgia estética na cara para
dificultar o reconhecimento. A denúncia causou um conflito diplomático com o
Peru e o ex-político foi depois capturado em Caracas.
A esta situacão junta-se a mais recente da
declaração de Nicolás Maduro contra a UE onde afirma: "Todos os dias há
declarações da União Europeia. Dizem-me que amanhã a UE fará umas declarações
estúpidas sobre sanções contra a Venezuela. São estúpidas, eu classifico-as
assim", disse Maduro no programa radiofónico e televisivo "Os
Domingos com Maduro", transmitido através das rádios e televisões
estatais. A posição de Caracas ocorre depois de a
imprensa local dar conta de que a UE prepara a imposição de sanções contra o
Governo venezuelano, que incluem um embargo de armamento. As sanções, que se
prevê que venham a ser anunciadas hoje, incluem ainda a proibição de exportar
para a Venezuela equipamentos que possam servir para escutar e intercetar as
comunicações eletrónicas (Lusa)
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