sábado, fevereiro 24, 2018

Organização de Estados Americanos quer que Maduro suspenda presidenciais na Venezuela

A Organização de Estados Americanos (OEA) aprovou esta sexta-feira uma resolução na qual insta o Presidente Nicolás Maduro, a suspender a realização de eleições presidenciais na Venezuela, que foram antecipadas para o próximo 22 de abril. A resolução foi aprovada com 19 votos a favor, cinco contra e oito abstenções, numa reunião extraordinária em que foram ainda registadas duas ausências.A resolução considera que a convocatória de presidenciais antecipadas na Venezuela "impossibilita a realização de eleições democráticas, transparentes e credíveis em conformidade com as normas internacionais".
"Apelar ao Governo da Venezuela a que reconsidere a convocatória prematura de eleições presidenciais e apresente um novo calendário eleitoral que garanta a realização de eleições com todas as garantias necessárias para um processo livre, justo, transparente, legítimo e credível", lê-se no texto da resolução. O documento pede ainda que se inclua "a participação de todos os partidos e atores políticos venezuelanos (...) observadores internacionais" e a criação de um Conselho Nacional Eleitoral cuja composição "garanta a sua independência e autonomia". A aprovação ocorreu depois de a Venezuela e a Bolívia tentarem, sem sucesso, impedir a realização da reunião extraordinária. O embaixador da Bolívia, Diego Pary, insistiu que a convocatória não se ajustava ao regulamento daquele organismo e que "há outros problemas" no continente americano sobre os quais a OEA não debateu. O vice-ministro venezuelano para a América do Norte e representante de Caracas na ONU, Samuel Moncada, protestou pela convocatória que, disse, tinha como "objetivo reiniciar uma onda de violência", a partir da OEA."Há tantos problemas na região, e o caso das Honduras [Notes:denúncias de fraude eleitoral] nunca foi trazido aqui, com a gravidade que teve", frisou o governante venezuelano. Pelo contrário, um dos promotores da sessão, o representante do México na OEA, Jorge Lomonaco, alertou para as "circunstâncias excecionais" de uma "questão urgente" como a Venezuela e instou aquele organismo a "atuar agora, já que o silêncio é cumplicidade". Para o embaixador venezuelano "não houve nada mais urgente", num momento em que "o Presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou a Venezuela com uma invasão militar" e a OEA "manteve-se em silêncio, numa atitude cúmplice". O tema do dia, da reunião extraordinária foi pedido pelo México, Estados Unidos, Argentina, Brasil, Panamá e Santa Lucia.A Venezuela reclamou que eram necessários 24 votos favoráveis.Segundo a imprensa local, para aprovar uma resolução, a OEA necessita da aprovação de 18 dos 35 países membros daquele organismo, isto é, de uma maioria simples (Lusa)

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